O impacto da inteligência emocional no ambiente corporativo

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Com a evolução da Administração na área da Gestão de Pessoas, o fator humano tem sido considerado fundamental no ambiente empresarial, e o sucesso de uma organização ficou cada vez mais atrelado às competências pessoais. A maior evidência dessas mudanças é que o conhecimento técnico, anteriormente considerado primordial para a contratação de um profissional, atualmente já não representa mais garantia para conquista de uma vaga no mercado de trabalho.

A atenção às emoções é tão importante quanto à atenção ao desenvolvimento do intelecto, pois hoje não são apenas as competências técnicas que fazem os profissionais se destacarem e fortalecem a empregabilidade. Atualmente, tornou-se fundamental investir em Inteligência Emocional, pois esta influencia diretamente o desempenho dos gestores, sua capacidade de lidar com situações inesperadas e até mesmo com conflitos que surgem no dia-a-dia do ambiente corporativo.

Quando há o equilíbrio entre razão e emoção, é possível tomar decisões e atitudes de maneira produtiva e alcançar resultados satisfatórios. Embora os grupos sejam formados por seres distintos que carregam uma bagagem emocional inerente à sua personalidade, há a necessidade interpessoal de se estabelecer e manter relacionamentos saudáveis.

Os indivíduos emocionalmente inteligentes são os que usam a razão para compreender as emoções (as próprias e as dos outros) e lidar com elas.  A Inteligência Emocional (IE) representa, pois, a capacidade para conciliar emoções e razão: usar as emoções para facilitar a compreensão da razão, e raciocinar inteligentemente acerca das emoções, buscando um equilíbrio dessas duas vertentes que embora pareçam opostas, podem ser utilizadas em conjunto, favorecendo o bom desempenho de cada indivíduo que compõe o quadro funcional de uma organização.

A capacidade de administrar com eficácia as próprias emoções e das pessoas que o cercam, impacta diretamente no clima organizacional e pode ser um fator determinante para o sucesso das estratégias globais da empresa. Pois, as pessoas que conseguem manter o equilíbrio das emoções, são capazes de criar um ambiente de harmonia e bem-estar, onde os conflitos internos tendem a ser reduzidos, e conseqüentemente a produtividade torna-se alta e eficiente.

(Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-impacto-da-inteligencia-emocional-no-ambiente-corporativo/95446/)

Por que nós bocejamos?

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O bocejo é uma ação involuntária e pode vir do nada ou em momentos de cansaço, e ainda pode ser contagioso, tornando quase impossível não bocejar quando vemos outra pessoa bocejando.

Descobriu-se que o ato de bocejar não é limitado apenas aos adultos, já que até fetos bocejam durante os seus primeiros meses de vida, ainda dentro da barriga de suas mães. Além disso, alguns animais também realizam tal reflexo, como cachorros, vacas, macacos e gatos. Através de tais fotos foi estabelecida uma constatação de que o bocejo é uma das reações mais primitivas dos animais. Mas, o que muitas pessoas não sabem, é qual a sua real função.

1) O que causa o bocejo? 

O bocejo para muitos está ligado exclusivamente a situações de grande cansaço e sono, apesar de ter certa frequência em situações como essa, o bocejo não é exclusividade de quem tem sono. O bocejo é um sinal de que os nossos corpos se mantenham alertas, e estão conectados a situações em que precisaremos de atenção extra. Um exemplo concreto disso é o fato de que foram analisados soldados bocejando minutos antes de pular de paraquedas.

Portanto, o bocejo é um estímulo para a alteração de um estado psicológico, fornecendo mais atenção para determinadas situações, como, sono ou momentos de grande ansiedade.

2) Por que bocejar é contagioso?

Só de você olhar a imagem que está acima, dá uma vontade de bocejar! Não é? Porém, não existem muitos dados na medicina sobre o porquê o ato de bocejar é tão contagioso e involuntário, porém há algumas teóricas que podem nos ajudar a entender esse fenômeno.

A empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, portanto, quando vemos outra pessoa bocejamos fazemos isso automaticamente por uma questão de proximidade, foi também analisada, que o contágio é reduzido quando não possuímos vínculo com a pessoa, ou seja, se você visse a sua mãe bocejando seria mais provável que boceje do que se visse um colega de trabalho.

Uma forma encontrada de provar essa teoria foi o fato de que crianças com menos de 5 anos são imunes a esse contágio, isso porque elas ainda não desenvolveram por completo a habilidade da empatia.

3) Bocejo pode ser uma forma de comunicação que estamos cansados

Já foi dito que a estímulo de bocejar é um dos atos mais primitivos encontrados, porém nessa teoria ele não é apenas um ato, se torna uma forma comunicacional.

Quando situações em que envolvessem sono, cansaço, perigo, ansiedade ou fome, o ato de bocejar comunicaria a todos sobre essas situações. Essa seria uma das formas de comunicação mais primitivas encontradas para se compartilhar situações de alerta.

Fonte: Blog Biosom.

 

 

“Pais-helicóptero” estão criando filhos simplesmente “inempregáveis”

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Pais-helicóptero’ são os pais que estão sempre girando em torno dos filhos. Praticamente os embrulham em plástico-bolha, criando uma corte de jovens adultos que têm dificuldade de ter um desempenho satisfatório no trabalho e em suas vidas.

‘Pais-helicóptero’ pensam que estão fazendo o melhor, mas, na verdade, estão prejudicando as chances de sucesso dos filhos. Em particular, estão arruinando as chances de que os filhos consigam um emprego e consigam mantê-lo.

‘Pais-helicóptero’ não querem que seus filhos se machuquem. Querem suavizar cada golpe e amortecer cada queda. O problema é que essas crianças superprotegidas nunca aprendem como lidar com a perda, com o fracasso ou com o desapontamento — aspectos inevitáveis da vida de todos.

A superproteção torna quase impossível que esses jovens desenvolvam a tolerância em relação à frustração. Sem esse importante atributo psicológico, os jovens entram na força de trabalho em grande desvantagem.

‘Pais-helicóptero’ fazem coisas demais pelos filhos, portanto, essas crianças crescem sem uma ética de trabalho saudável e sem habilidades básicas. Sem essa ética de trabalho e habilidades necessárias, o jovem não será capaz de realizar muitas das tarefas exigidas pelo local de trabalho.

‘Pais-helicóptero’ superprotegem seus filhos e os privam de qualquer consequência significativa por suas ações. Com isso, eles perdem a oportunidade de aprender lições de vida valiosas a partir dos erros que cometem; as lições de vida que iriam contribuir para sua inteligência emocional.

‘Pais-helicóptero’ protegem suas crianças de qualquer conflito que possam ter com seus colegas. Quando essas crianças crescem, não sabem como resolver dificuldades entre eles e um colega ou supervisor.

As pessoas resolvem problemas tentando coisas, cometendo erros, aprendendo e tentando novamente. Esse processo cria confiança, competência e autoestima. ‘Pais-helicóptero’ impedem que seus filhos desenvolvam todos esses importantes atributos que são necessários para uma carreira de sucesso.

‘Pais-helicóptero’ pensam que seus filhos devem vencer qualquer coisa. Todo mundo que participe de um evento esportivo deve ganhar um troféu. Todos devem conseguir uma nota de aprovação, mesmo que sua tarefa esteja atrasada ou malfeita.

Em um local de trabalho funcional, há apenas um vencedor de uma competição, e apenas um trabalho de alta qualidade é recompensado. Se as crianças crescem pensando que independentemente do que façam irão vencer, não perceberão que, na verdade, têm de trabalhar duro para conseguir ter sucesso.

Esses jovens mimados ficarão arrasados quando continuarem perdendo competições, se saindo mal em entrevistas ou sendo demitidos de seus empregos. Não entenderão quanto esforço é realmente necessário para ser um vencedor no mundo do trabalho.

Esses jovens carecem de competência e ação por nunca terem tido de resolver um problema ou completar um projeto sozinhos. Esperam que outros façam essas coisas para eles, assim como seus pais sempre fizeram. Em essência, não podem pensar ou agir por si mesmos.

A criação-helicóptero inculca uma série de atitudes negativas nas crianças. Elas crescem com grandes expectativas de sucesso, independentemente de quanto tempo ou energia investem, e sentem que merecem tratamento preferencial — sendo que nenhum dos dois comportamentos cai bem com seus colegas ou chefes.

Em uma entrevista de emprego, os futuros empregadores podem ser dissuadidos pela atitude excessivamente egocêntrica de um jovem ou alarmados por sua falta de habilidades básicas.

A aura de ignorância e incompetência de um jovem, combinada com expectativas de recompensas imediatas e substanciais sem relação com o desempenho, pode ser o beijo da morte em qualquer entrevista para um bom emprego.

Quando os pais decidem acompanhar seu filho de 20 e poucos anos em uma entrevista de emprego, isso mina qualquer confiança que um empregador possa ter nesse funcionário em potencial. “Por que – os empregadores podem se perguntar – alguém procurando emprego precisaria trazer a mamãe ou o papai na entrevista, a menos que esse jovem seja mais uma criança do que um adulto?”

Mesmo de pequenas maneiras, os ‘pais-helicóptero’ paralisam seus filhos. A criança adulta de ‘pais-helicóptero’ vai fazer sua pausa para o café e então sair da copa sem ter limpado sua sujeira ou lavado sua xícara. Podemos imaginar como isso causará ressentimento entre seus colegas.

Esses jovens esperam que “alguém” limpe sua coisas, da mesma forma que sua sujeira foi sempre limpada quando eram crianças. Não percebem que já não há ninguém os seguindo, limpando sua sujeira, seja física, interpessoal ou profissional.

Barb Nefer, em um artigo publicado no site WebPsychology, diz que a geração do “milênio está sendo fortemente atingida pela depressão no trabalho. Um em cada cinco trabalhadores [20%] já sofreu de depressão no trabalho, comparado a 16% da Geração X [nascidos entre 1960 e final dos anos 70] e dos ‘baby boomers’ [nascidos entre 1943 e 1960]”.

Nefer destaca que, de acordo com um “‘white paper’ da Bensinger, DuPont & Associates, os ‘millennials’ têm desempenho inferior no trabalho e índices mais altos de absenteísmo, bem como mais conflitos e incidentes de advertência por escrito”, fatores que “podem afetar o desempenho no trabalho”.

De acordo com um artigo de Brooke Donatone publicado pelo Washington Post, uma nota de 2013 na revista “Journal of Child and Family Studies revelou que universitários que tiveram criação-helicóptero relataram níveis mais altos de depressão”.

O artigo do Washington Post também destaca que uma “criação intrusiva interfere no desenvolvimento da autonomia e da competência. Por isso, a criação-helicóptero leva a uma maior dependência e menor habilidade de completar tarefas sem supervisão dos pais”.

Às vezes, a melhor forma de ‘estar presente’ na vida dos filhos é não estar. Os artigos acima deixam claro que a ‘criação-helicóptero’ está contribuindo para um crescente índice de depressão entre jovens bem como para uma incapacidade de ter um desempenho otimizado no local de trabalho.

Se você é um pai ou uma mãe que quer que seus filhos sejam bem-sucedidos na carreira quando adultos, precisa estar ciente de quaisquer tendências relacionadas à criação-helicóptero em você ou em seu parceiro.

Amar seus filhos significa guiá-los, protegê-los e apoiá-los. Não significa sufocá-los, superprotegê-los ou fazer tanto por eles que nunca aprendam a pensar por si mesmos, a lidar com desafios ou com o desapontamento e fracasso.

A coisa mais amorosa que você pode fazer como pai ou mãe é dar um passo atrás e deixar seu filho cair, se preocupar e resolver as coisas sozinho. Às vezes, a melhor forma de “estar presente” na vida de seu filho é não estar. É assim que você os capacita a desenvolver confiança, competência, autoestima e inteligência emocional.

Hoje os jovens precisam de pais que os ajudem a se tornar adultos úteis. Isso significa girar menos em torno deles e embrulhá-los menos em plástico-bolha e empoderá-los mais para que façam coisas por si mesmos, resolvam coisas por si mesmos e aprendam a lidar com as dificuldades, tudo por si mesmos.

*Este texto foi originalmente publicado no HuffPost Canada e traduzido do inglês.

(Fonte: https://pt.aleteia.org/2017/08/15/pais-helicoptero-estao-criando-filhos-simplesmente-inempregaveis/ )

“Doutora, o problema é que eu como demais…”

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Uma das queixas mais comuns que escuto no dia a dia tanto dos atendimentos clínicos como nas conversas em geral, está relacionada a um desequilíbrio na forma de se alimentar. Posso dizer, que se tratando desse assunto, uma das reclamações mais frequentes está associada a um “comer descontrolado, compulsivo” de vários tipos de alimentos, especialmente, daqueles muito calóricos e pouco nutritivos.

Esse desequilíbrio na alimentação acaba gerando inúmeras dificuldades em emagrecer, ganho de peso progressivo e indesejado e, inevitavelmente, sentimentos de baixa autoestima, frustração e culpa. Diante desse tema tão relevante, surgem algumas dúvidas… O que significa compulsão alimentar? É uma doença? Tem causa? Como se trata?

Em primeiro lugar, comer compulsivamente significa ter episódios onde se ingere uma grande quantidade de alimento (muito maior do que a maioria das pessoas ingeriria) em um intervalo relativamente curto de tempo. Nos momentos em que esses episódios acontecem a pessoa não consegue parar de comer, ou seja, perde o autocontrole sob o quê e quanto está comendo.

O “comer compulsivo” se torna uma doença chamada Transtorno de Compulsão Alimentar quando os episódios de compulsão alimentar já são muito frequentes, causando um grande sofrimento para a pessoa que passa por isso. Nesses casos, é comum também encontramos uma sensação desconfortável de estar muito cheio após a ingestão dessa grande quantidade de alimento e surgirem sentimentos de vergonha, isolamento, culpa e tristeza. É importante ressaltar que se os comportamentos de compulsão alimentar forem seguidos de atos de compensação para não ganhar peso, como indução de vômitos, prática de exercícios físicos extenuantes, uso de diuréticos e/ou laxantes, já não estamos falando de Transtorno de Compulsão Alimentar e sim de outro Transtorno Alimentar, a Bulimia Nervosa.

A respeito do que causa esses comportamentos, é muito comum as pessoas descreverem que se descontrolam pois “são ansiosas”. É claro que sabemos, até por nossas vivências próprias, que a ansiedade pode alterar nosso padrão alimentar. Entretanto, a ansiedade não é a causa do Transtorno de Compulsão Alimentar, e sim pode estar em alguns casos ocorrendo conjuntamente. A ansiedade está relacionada a um estado de apreensão e preocupações excessivas de difícil controle acerca de vários aspectos da vida e diretamente nada tem relação com o “comer compulsivo”.

A compulsão alimentar é um problema desencadeado por vários fatores psicológicos, biológicos, ambientais e é um transtorno muito relacionado à obesidade, portanto, uma condição grave tanto para a saúde física como para a mental. A Psiquiatria é uma especialidade médica que, assim como outras áreas relacionadas aos cuidados com a alimentação e o corpo, também se dedica ao cuidado dos Transtornos Alimentares. Inicialmente, o tratamento se inicia buscando detectar a presença de outros problemas orgânicos ou mentais que possam estar sobrepostos ao Transtorno de Compulsão Alimentar, como depressão, ansiedade, hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade. É importante ressaltar que temos como objetivo maior compreender esse comportamento compulsivo no contexto de cada pessoa, visando promover a retomada do autocontrole, freando o impulso que faz o indivíduo comer dessa forma. Modalidades de tratamento farmacológico e também de psicoterapia, conjuntamente com auxílio nutricional e avaliação de outras especialidades médicas quando necessário, são as ferramentas que podem devolver o equilíbrio e resultar na melhora da qualidade de vida.

MATÉRIA POR
GIOVANA JORGE GARCIA
PSIQUIATRIA
CRM/PR: 24337 | RQE 17431 | MARINGÁ

Todos Temos uma Criança Interior – Saiba como Curá-la!

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Todos nós fomos criança e nos achávamos o máximo, até que alguém nos disse que não éramos bons o suficiente e então começamos a nos questionar sobre isso. Nos tornamos inseguros e cheios de pensamentos de inferioridade. Crescemos e vamos reagindo ao que nos acontece sem muitos questionamentos de porque nos sentimos assim.

A nossa criança interior, ou seja, a criança que fomos um dia permanece dentro de todos nós. Essa criança pode estar saudável ou ferida, depende de como elaboramos a infância. Por isso, é muito importante pensar nesse assunto e cuidar da nossa criança interior para que possamos ter um saudável desenvolvimento emocional e autoestima adequada.

Muita gente sofreu na infância e isso formou feridas emocionais que foram abafadas e não solucionadas, e isso mantêm essa criança interior machucada até hoje. Sabendo disso, é possível entrar nesse assunto para compreender o que aconteceu curar esse passado.

Nossas reações negativas de hoje muito tem a ver com o que vivemos e elaboramos na infância com nossa maturidade da época. Uma criança não sabe lidar com a rejeição sem levar para o lado pessoal e se sentir inadequada, por isso se sentirá mal e se fechará. Já um adulto consegue pensar racionalmente na situação e não perderá a autoestima só por que recebeu uma critica. Já as pessoas que têm a criança interior ferida lidarão com a rejeição de uma forma infantil, como lidaram na infância, e possivelmente não aceitarão criticas de uma forma racional, levarão para o lado emocional e terão uma reação inadequada, não conseguindo ter uma postura madura de quem recebe uma critica e vê a possibilidade de melhorar.

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Existem exercícios que te ajudam a curar a sua criança interior.

1) Primeiro precisamos saber como ela está, faça uma meditação ou simplesmente sente-se em um ambiente calmo onde não será incomodado. Feche seus olhos e respire profundamente algumas vezes. Lembre-se da sua infância, tente recordar da sua primeira lembrança, o mais criança possível, depois veja o passar dos anos, deixe sua mente livre para trazer lembranças aleatórias. Lembre-se do seu quarto, de todos os móveis, agora pense em você adulto entrando naquele quarto e encontrando você criança. Como seria essa conversa? Qual a sensação? Você adulto hoje pode cuidar de você criança, explicar ocorridos e sentimentos. Esse exercício é terapêutico e tem ótimos resultados. Quanto mais tempo você passar nessa meditação e quanto mais vezes repetir, mais verá resultados na sua vida atual.

2) Faça perguntas para essa criança, do que ela gosta, do que não gosta e veja se você vive de acordo com as vontades dessa criança. Você criança se orgulharia de você adulto?

3) Lembre-se do que você gostava de brincar, como você passava se tempo. Na sua infância pode ter a resposta de o que você poderia trabalhar que se daria bem.

4) Não tenha vergonha de brincar, pular ou dançar. As crianças são livres e deveríamos ser também, isso é saudável, não se reprima. Tenho certeza de que se alguém te vir livre irá admirar sua coragem e sentirá vontade de fazer a mesma coisa.

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5) Fale mais sozinho. As crianças falam com seus bichos de pelúcia e bonecos, elas dão vida a tudo, experimente desabafar com um brinquedo. Converse também com a sua criança interior como se ela fosse uma pessoa ao seu lado, seja carinhoso e amoroso.

Nós não podemos apagar o que ocorreu no nosso passado ou fingir que não aconteceu, mas podemos dar um novo significado ao que aconteceu, compreendendo e olhando por outro ponto de vista.

(Fonte: http://mundodapsi.com/crianca-interior-saiba-como-cura-la/)

Sofrer não é normal e a faculdade se torna um peso

21-07-17-01

“A universidade me adoeceu, me mudou, me fez sentir que não sou capaz”. Grandes expectativas. Aulas em dois turnos nos cursinhos pré-vestibulares. A vontade e curiosidade de saber o que vem depois do Ensino Médio. A ideia das faculdades que filmes hollywoodianos apresentam é um tanto quanto exagerada. O período em que o jovem está se tornando adulto e cidadão  era para ser algo enriquecedor, encorajador. Na realidade, torna-se um período em que emergem sentimentos de incapacidade que podem acarretar doenças sérias.

Atualmente inúmeros jovens sofrem com doenças psíquicas e transtornos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% dos adolescentes brasileiros sofrem de depressão. Estudos da psiquiatria da Universidade Federal de Minas Gerais apontam que a desconfiança do próprio desempenho, insônia, estresse psíquicos, transtornos mentais menores podem se desenvolver para distúrbios mais graves entre os universitários.

Uma pesquisa realizada com 100 graduandos apontou que 68% dos estudantes desenvolveram algum distúrbio físico ou psicológico no período universitário, como depressão, ansiedade, gastrite, pânico, crises de enxaqueca, insônia, entre outras. Ela foi desenvolvida pelas autoras desta reportagem como exercício na disciplina de Jornalismo III, sob responsabilidade da professora Glaíse Palma. Partiu-se da hipótese de que a faculdade estava provocando processos de adoecimento entre os acadêmicos. Através um questionário para veiculação on line, com a opção de identificar ou não quem respondeu, foram obtidas em três dias, 100 respostas anônimas. Os dados evidenciaram que a realidade era pior do que a imaginada inicialmente.

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“ Após entrar para a universidade, desenvolvi depressão e ansiedade, tomei antidepressivos por algum tempo, passei a me sentir melhor e parei com a medicação. Nos últimos tempos me sinto mal novamente, tenho crises fortes de ansiedade onde não consigo respirar. Também tenho crises de choro semanais, que em alguns períodos se torna diária. Penso muitas vezes em largar o curso e ir embora da cidade ou que gostaria de ficar muito doente para poder parar com a faculdade por um tempo. Estou pensando em procurar auxilio psicológico”. Depoimento anônimo.

Segundo o coordenador do serviço de triagem do Programa de Atenção Integrada em Psicologia (PAIP), Carlos Décimo, a universidade pode ser cansativa e desgastante. Porém, ele ressalta que depende de como a pessoa chega na universidade – às vezes cansada e estressada -, e como lida com os trabalhos e provas. O aluno pode se sentir inseguro, diante de algumas práticas e exercícios. Como  também nas disciplinas do curso, alguns gostam outros não.

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A subjetividade de cada um

O desenvolvimento de transtornos não é, necessariamente, desencadeado pela universidade. “A pessoa tem suas circunstâncias e suas patologias, ao entrar na faculdade, pode potencializar esse transtorno. Por exemplo, um jovem que tem fobia social, medo de ser analisado pelo outro, quando entra na universidade ele é posto em público, aos olhos do outro e,então, ele tem que apresentar trabalhos, se expor, e não consegue”, explica Décimo. “Já existia a doença e , assim,  a evidenciamos”. Isso pode ser percebido em determinadas situações que desencadeiam o transtorno. Entre os fatores que desencadeiam  esses processos está o estimulo à competição entre os estudantes, que parte dos professores promovem durante o curso, nas aulas, nos trabalhos, nas provas. Para o psicólogo, o conceito de capacidade e inteligência vem mudando, não tem como saber tudo ou ser o melhor em tudo, temos áreas que dominamos melhor, atividades que desenvolvemos melhor. “Mas inteligente no quê? Para que? Ou ser bom no quê? As pessoas não serão competentes em tudo. Acabamos vendo áreas nas quais temos mais facilidades, que temos mais habilidades. Essa questão de ser o melhor em tudo precisa ser revista ”, afirma ele.

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Para a estudante de psicologia, Ana Carolina Bragança, sem dúvida, o ambiente acadêmico é um fator que pode elevar o estresse e a ansiedade. Algumas vezes, as exigências neste meio são maiores do que deveriam. Muitas veze, o estudante acaba por abdicar das horas de sono, de bem-estar, das atividades de lazer e de fazer coisas do seu gosto por falta de tempo. A alta demanda vinda da universidade causa ou aumenta o estresse, advindo com a ansiedade de completar tarefas dentro de um prazo que nem sempre pode ser flexível.

“Ter responsabilidades e exigências no mundo acadêmico é natural, porém, quando este invade outras áreas da vida ou faz abrir mão de muitas coisas para atender a ele, algo pode estar equivocado, até mesmo nas formas de avaliação dos professores. O estudante possui várias disciplinas as quais tem que conciliar e empenhar-se para obter o mínimo de êxito”, aponta a estudante. Ana Carolina acredita que, tanto as instituições quanto o quadro docente, deveriam estar mais atentos ao contexto de vida dos acadêmicos, que têm suas obrigações também e, às vezes, extrapola nestas. Pode haver diálogo entre alunos e professores. A estudante afirma que em situações em que fica difícil suportar, ou prejudica de alguma forma a saúde mental do universitário, pode existir um acordo  que fique bom e coerente para os dois lados. “Esta seria uma forma de lidar com as desavenças e  não deixando de realizar atividades fora da vida acadêmica que lhe proporcionem bem-estar”, completa.

“Tive uma crise de ansiedade em sala, e após o período de atestado, fui ridicularizada por professores e colegas”, depoimento anônimo.

Sintomas de que as coisas não vão bem por dentro

É importante entender que a indução a acreditar em determinados comportamentos tais como ansiedade constante e privação de sono sao normais e fazem parte desse período da vida, é equivocada. Eles não são normais e são prejudiciais à saúde. É necessário estar atentos para sinais que surgem no cotidiano e são alertas de que algumas coisas podem não estar indo bem.

Psicólogos alertam para alguns sintomas que merecem atenção, como: agitação, irritabilidade, ansiedade, culpa, sofrimento emocional, choro excessivo, fadiga, fome excessiva ou falta de apetite, insônia, pensamento suicida, etc. Caso perceba se perceba esses sinais em si próprio ou em algum (a) amigo (a), procure algum tipo de ajuda. Conversar sobre o que está sentindo pode ser libertador. Muitas pessoas estão sentindo o mesmo.

Culpa é um dos sintomas que merecem atenção. (Crédito: Juliano Dutra – Laboratório de Fotografia e Memória)

Já sofria com a ansiedade e a depressão antes de entrar na Universidade, mas após o ingresso as coisas só pioraram. Quando fico sobrecarregada, me sinto muito nervosa, causando até mesmo efeitos físicos. Já deixei de estudar diversas vezes e de entregar trabalhos por esse motivo. Numa vez, até mesmo reprovei numa disciplina, pois tive uma crise durante a prova e a entreguei em branco, pois não conseguia reagir de nenhum jeito. Fui ao psiquiatra, recebi atestado, mas o professor não aceitou. Então, reprovei na disciplina. ”, depoimento anônimo.

Há professores que não estão preparados para receber alunos, que têm alguma fobia social, ansiedade ou depressão. “São profissionais que não estão acostumados com esse tipo de situação ou com alunos que tenham esses transtornos”, afirma Carlos Décimo. Então, é preciso trabalhar essa questão com os docentes. O Laboratório de Práticas de Psicologia pretende fazer um projeto que auxilie os professores a lidar com isso.

“Queria participar dum grupo de pesquisa. No entanto faltei alguns encontros, porque estava com crises de ansiedade. Tentei explicar para o professor ele disse que não queria alguém como eu no grupo dele e me mandou procurar um psiquiatra. Tive que ir embora da aula de tanto que chorei. E também, odeio tanto quando as pessoas se sentem orgulhosas por passarem a noite a base de café fazendo trabalho e quando tu não concordas com isso te acham preguiçosa e irresponsável. ”, depoimento anônimo.

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O vestibular passou e o estudante  foi aprovado. O que vem agora?

Durante o Ensino Médio os alunos são preparados incansavelmente para prestar vestibular. É o início de uma vida rodeada de cobranças. A pressão para entrar numa universidade é tão grande que muitos estudantes começam a desenvolver problemas psicológicos que poderão acompanhá-lo no decorrer da graduação. Muitos quando se inserem no Ensino Superior acabam se frustrando com a realidade da nova rotina. A universidade pode ser bem diferente da versão romantizada que foi construída na escola.

As dificuldades, os trabalhos, provas, cobranças, a insônia, exames, a falta de tempo e a incerteza sobre a escolha para a futuro, podem desmotivar os estudantes e serem o começo para problemas mais graves no futuro.

“Estou no primeiro semestre e senti uma enorme diferença do ensino médio para o ensino superior, eu tento acompanhar, mas é muito complicado, minhas notas estão ruins, mas eu sei o conteúdo. Então tem algo errado, o estresse é tão grande que faço tudo errado na hora da prova”, depoimento anônimo.

O que fazer para lidar com o estresse?

Não é fácil lidar com as cobranças que surgem na faculdade, sejam elas pessoais, familiares, ou dos professores. Mas é preciso encontrar meio de lidar com as emoçções ruins para seguir os estudos sem mais problemas. Especialistas indicam as seguintes atitudes:

  • Conheça seus limites. Saiba o momento de parar e reconheça que todos têm limites, ninguém é obrigado a ser bom em tudo o tempo todo.
  • Manter o sono em dia é fundamental para um bom rendimento na faculdade – e na vida.
  • Alimente-se bem
  • Faça exercícios físicos
  • Reserve um tempo para você. Leia um livro, assista um filme ou uma série. O importante é fazer algo que te dê prazer.
  • Ouça músicas que você gosta. Cantar a plenos pulmões e dançar loucamente são ótimas atividades para relaxar o corpo e a mente.
  • Planeje seus dias e atividades. Uma boa organização das tarefas e horários faz com que você tenha controle do que está acontecendo.

“Às vezes fico triste por não tirar uma nota boa, ou frustrado por não cumprir uma meta que estabeleço. Entretanto, não costumo levar isso até meu limite psicológico, pois sei que isso não é saudável. Por isso, tenho consciência de que a vida acadêmica pode ser desgastante para a saúde mental”, depoimento anônimo.

(Fonte: http://centralsul.org/2016/sofrer-nao-e-normal-quando-a-faculdade-se-torna-um-peso/)

Como o tédio pode ajudar seu filho a se tornar uma criança auto-suficiente

17-07-17-01

Férias chegando e a gente já começa a ter palpitações nervosas só de pensar como vamos fazer para deixar as crianças ocupadas, colônias de férias, hotéis com atividades infantis, talvez um cursinho de artes ou culinária?

Opções com precinhos bem salgados para preencher o tempo das crianças não faltam.  Mas psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil são unânimes: manter a agenda infantil lotada durante das férias não é apenas desnecessário, como pode até evitar que os pequenos descubram o que eles realmente gostam de fazer.

Ser um adulto bem sucedido, não significa apenas ter um trabalho bacana, mas saber ocupar e preencher o tempo livre com atividades que gerem felicidade. “Se os pais estão sempre preenchendo eles mesmos a agenda dos filhos, os filhos não tem a oportunidade de aprender a a preencher as lacunas eles mesmos”, explica Lyn Fry, psicóloga infantil baseada em Londres.

A internet e todas suas possibilidades podem ter minguando nossas chances de sentir tédio, mas especialistas vem discutindo a importância de fazer nada há décadas. Não ter nada para fazer nos dá uma chance para contemplar a vida e descobrir nossos interesses. Tédio e imaginação estão ligados: a monotonia ajuda a desenvolver um “estímulo interno” que possibilita a verdadeira criatividade.

Tudo muito interessante, principalmente se não tem uma criança correndo atrás de você, com a cara mais triste do mundo e fazendo a pergunta mais temida de todas: “O que eu posso fazer agora?”

Em entrevista, para o site Quartz, a psicóloga Lyn Fry sugere que ao começar as férias os pais sentem com o filhos, pelo menos com os maiores de 4 anos, e escrevam juntos uma lista com tudo que eles acham que podem gostar de fazer durante o tempo livre. Podem ser atividades simples como: jogar um jogo, ler um livro, desenhar ou dar um passeio de bicicleta mas também ideias mais elaboradas como preparar uma refeição, organizar uma peça de teatro ou praticar fotografia.

Quando a criança reclamar que não tem o que fazer, pegamos a lista e damos uma olhada junto com eles. Segundo Lyn, desta forma nós passamos a responsabilidade para a criança: “Isso é o que eu decidi fazer, o que eu gostaria de fazer”

É bem possível que o o exercício da lista não resolva sempre e de prontidão a questão do tédio. Mas o que pode nos tranquilizar diante da carinha de descontentamento dos pequenos é que, diferente do que este mundo cheio possibilidades nos leva a acreditar, não ter o que fazer não é tempo perdido.

As crianças precisam de tempo para parar e observar seu entorno. Precisam de tempo para imaginar e desenvolver seus próprios pensamentos e assimilar as experiências de suas vidas brincando ou apenas observando o mundo ao redor delas.

“Não há nenhum problema em se entediar”, diz Fry. “Não é um pecado. As crianças tem que se auto-motivar a fazer coisas. Tédio faz com que as crianças se tornem autônomas”. A ideia é que eles aprendam a enfrentar a monotonia de maneira produtiva.

Afinal, quem nunca sentiu tédio nesta vida?

(Fonte: http://tudosobreminhamae.com/blog/2017/6/23/frias-tranquilas-a-importncia-do-tdio-para-criar-crianas-auto-suficientes)

Descobri que meu filho está roubando. E agora?

23-06-17-01

 

Como corrigir esta conduta? Que sanções aplicar?

Notar que seu filho abriu sua carteira e pegou dinheiro sem a sua permissão é uma das experiências mais desagradáveis que os pais podem viver. Como uma criança inocente, que brinca e ri,é capaz de fazer uma coisa dessas? A tentação de recorrer ao castigo é fulminante, além de ser compreensível, sobretudo quando se teme que, se o filho não for corrigido a tempo, pode sentir o peso menos carinhoso da justiça quando ele for adulto.

Alguns pais se frustram, pensando onde teriam fracassado. Outros se culpam, pensando que os filhos lhes enganam porque não se sentem queridos ou não têm a confiança necessária para expor suas necessidades aos pais. E não é raro que a situação gere discussão entre pais e mães, que tentam identificar o “culpado” do “mau exemplo”.

O primeiro passo é manter a calma

O fato de uma criança ou um adolescente roubar seus pais é algo que pode acontecer por diversos motivos durante o desenvolvimento evolutivo. A criança está evoluindo no plano moral e passa por etapas diferentes, em que aprimora a sua capacidade de raciocínio e de responder por suas condutas. Não se pode criminalizar uma criança de quatro anos que pegue algo que não lhe pertença. Também não se pode compará-la a um adolescente que rouba seus pais por rebeldia.

A psicologia evolutiva demonstra que, até os seis anos mais ou menos, a criança ainda não tem uma consciência muito clara sobre a moral. Mas isso também depende de cada criança, de seu caráter e sua maturidade. Nesta etapa, os pequenos imitam comportamentos, buscando a adaptação com o ambiente e copiando os modos dos outros.

A partir dos sete anos, geralmente há um desenvolvimento cognitivo suficiente que permite uma maior consciência dos próprios atos e do valor e implicações morais dos gestos e atitudes.

Não condenar a criança

Depois de compreender esta escala evolutiva da educação moral, é importante nunca qualificar moralmente a criança, principalmente quando ela tem pouca idade. Nunca se deve chamar um menino de “ladrão”, mas, sim, estimulá-lo a melhorar seu comportamento, para que seja uma pessoa melhor.

O mais importante, sempre, é a educação preventiva. Ou seja: é preciso educar nos valores do respeito e da sinceridade para que a criança tenha as motivações internas necessárias para evitar esse tipo de comportamento e, sobretudo, para se sentir mais motivada a distinguir o bom comportamento dos estilos de vida negativos.

Educar na autonomia moral

Como uma criança aprende os valores morais? Em princípio, por imitação. Depois, de acordo com a inteligência que vai desenvolvendo e, graças à interação com os diversos contextos sociais (escola, família e amigos), a criança vai chegando, pouco a pouco, à verdadeira autonomia moral e à capacidade de juízo pessoal.

Portanto, a chave principal para educar nos valores está, em primeiro lugar, na família: os valores devem ser vividos em casa, antes de serem verbalizados em uma explicação para as crianças. Elas não têm falsidade: se virem que seus pais têm uma relação ambígua com a honestidade em relação ao dinheiro, o filho imitará a conduta que vê, ao invés de interiorizar a conversa que recebe.

Em segundo lugar, a escola deve reforçar esses valores. Na adolescência, a crise acontece quando entra um “terceiro convidado” não esperado no menu da educação, que é o grupo de amigos. O impacto do grupo sobre os próprios comportamentos também é determinante para o futuro do adolescente.

Portanto, o castigo deve ser proporcional à sua capacidade de autonomia moral. É preciso tratar um adolescente já como um pré-adulto: convém explicar-lhe, de maneira contundente, as implicações e consequências do ato de roubar ou furtar, inclusive no âmbito legal. Para uma criança, a explicação deve ser adaptada ao seu nível de compreensão, explicando-lhe que isso é ruim e não se faz.

Em todos os casos, é muito importante que os castigos sejam educativos. O primeiro passo será sempre devolver o que foi roubado. Mas não é o suficiente: há que se pensar em pequenas sanções que podem ser aplicadas em casa para que as crianças e adolescentes entendam que todo ato tem consequências.  Por exemplo, se a criança roubou uma quantidade de dinheiro, além de devolver, terá que fazer de tudo para conseguir o dinheiro roubado, a fim de que ela entenda o prejuízo que este tipo de ação provoca nas pessoas.

O objetivo da educação é ajudar os filhos a ser maduros, felizes, seguros de si e a ter respeito para com os outros, que é a base do bom respeito para consigo mesmo. Uma boa educação buscará sempre estimular comportamentos que possam ser imitados e admirados por todos os educadores e pessoas de bom valor.

O que os adolescentes, que já têm um nível de inteligência completamente desenvolvido, menos precisam são grandes sermões, mas a certeza da proximidade dos pais e a constante confirmação do afeto dele para com os filhos.

Quando o roubo esconde outros problemas

Quando tudo o que abordamos for suficiente e a criança ou adolescente continua roubando, convém entrar em contato com algum psicólogo ou um especialista em educação e psicologia evolutiva, que vai analisar com mais profundidade as causas e poderá intervir de maneira eficaz.

Normalmente, por trás de comportamentos compulsivos de roubo ou hábitos rotineiros de roubo há a necessidade de preencher vazios afetivos, baixa autoestima, necessidade de possuir o que os outros possuem, problemas de insegurança, comportamentos antissociais ou dificuldades de adaptação social.

As mentiras, as tendências ao roubo e as atitudes de rebeldia nos adolescentes costumam ser manifestações da necessidade que eles têm de encontrar o próprio espaço e de autorrealização. Eles precisam de atenção e compreensão por parte dos educadores e pais, sabendo combinar a exigência e o diálogo na difícil arte de educar.

Diante das situações de roubo ou mentiras, é importante que os pais e educadores tenham a capacidade de dialogar para perguntar aos filhos o motivo de tais ações. Um diálogo construtivo é indispensável para estimular os filhos a adotarem valores e condutas corretas, sem se limitar ao medo das sanções e condicionamentos externos.

Fonte:(https://pt.aleteia.org/2017/05/25/descobri-que-meu-filho-esta-roubando-e-agora/)

SUICÍDIO: ENQUANTO SE IGNORA, MAIS FAMÍLIAS SOFREM

13-06-17

Falar sobre suicídio é tabu para a sociedade. Para preservar vítima e as famílias e até para não “incentivar” a prática, pouco se discute o assunto, que é um problema de saúde e que, por isso, exige atenção, prevenção e tratamento. “Precisamos falar sobre suicídio para a população para fazermos com que a população entenda que existe tratamento para suicídio, e que é possível identificar uma pessoa com tendência a cometer o ato e encaminhá-la para um atendimento médico e psicológico”, afirma o médico psiquiatra Felipe Pinheiro de Figueiredo.

O especialista explica que existe um sentimento na pessoa que está com intenção suicida, que é a ambivalência. “É um sentimento de querer ir e ao mesmo tempo não querer ir. Se a pessoa está com vontade de se matar, mas ainda não o fez, é porque também tem vontade de viver. E é nisso que temos que apoiar”.

A psiquiatria trata o suicídio como um sintoma, que pode estar relacionado com outras patologias mentais, como esquizofrenia, depressão, transtorno afetivo bipolar, ou transtorno desafiador de posição. “Pode ser um sintoma de vários transtornos relacionados aos comportamentos psiquiátricos e até não psiquiátricos. Quem tem problema de tireoide muito grave pode também ter vontade de se matar. Até condições médicas podem levar ao evento do suicídio. Problemas médicos gerais”, salienta. Dr. Felipe destaca que os pacientes com tendência a cometer suicídio dão Indícios antes da primeira tentativa e é possível familiares captá-los: “por exemplo, uma pessoa que está muito para baixo, isolando-se, com comportamento impulsivo, de fazer coisas sem pensar. Quando, por exemplo, a pessoa fala coisas sem muito nexo”, diz, lembrando que 80% a 90% dos indivíduos que tentam suicídio têm alguma doença mental.

Uma vez detectada a tendência, o ideal, segundo o médico, é o acompanhamento permanente do paciente, como em uma doença crônica, com uma visita mensal ao médico, pelo menos nos meses seguintes ao acontecimento. “O médico vai avaliar se precisa de tratamento medicamentoso, se precisa de tratamento com psicoterapia, se precisa de um tratamento familiar, se precisa de um apoio, por exemplo, de uma enfermeira que fique em casa”, explica.

Cuidados com crianças e adolescentes

O psiquiatra Felipe Pinheiro de Figueiredo chama atenção para os casos de tentativa de suicídio em crianças e adolescentes. O médico diz que as ocorrências vêm aumentando e preocupam os profissionais porque, muitas vezes, a criança não tem, sequer, noção do que exatamente é a morte, de que um suicídio não tem volta. “A criança menor não sabe exatamente o que é a morte, mas ela, às vezes, quando está com um processo de depressão, por exemplo, pode querer acabar com aquilo e fazer alguma coisa contra ela mesma. Isso pode ser muito perigoso, porque ela não sabe muito bem que a morte é para sempre. E ela pode ainda fazer isso como uma brincadeira”, diz. “O adolescente também. É característica da adolescência. É normal os adolescentes serem mais impulsivos. E, por conta dessa impulsividade, eles, às vezes, numa situação banal que cause algum sofrimento, como um término de namoro, um desentendimento com os pais, um fracasso escolar, eles tentam o suicídio”, alerta.

Profissionais de saúde no grupo de risco (com informações do CFM)

O alto índice de suicídio entre médicos e estudantes de Medicina tem sido uma preocupação das entidades médicas de todo o mundo. A mé- dica psiquiatra da USP Alexandrina Meleiro, que estuda o fenômeno, cita que estudos internacionais indicam que os médicos se suicidam cinco vezes mais que a população geral. Para ela, entre os principais motivos para a alta taxa de suicídio dos profissionais médicos, estão o acesso a meios mais eficazes de letalidade, o isolamento social, a situação conjugal insatisfatória e a precária situação empregatícia.

Dentro do segmento, a médica destaca que os estudos sugerem que os anestesistas e os psiquiatras são os mais vulneráveis quando o assunto é suicídio. Entre os alunos de Medicina, o grupo de alto risco se concentra naqueles que demonstram melhor performance escolar, são mais exigentes, têm pouca tolerância a falhas, sentem mais culpa pelo que não sabem, ficam paralisados pelo medo de errar, dentre outras características.

Mais de uma morte por minuto

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano em todo o mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, os números também impressionam: segundo o Sistema de Informações de Mortalidade, do Ministério da Saúde, foram registrados 11.821 suicídios em 2012, o que representa, em média, 32 mortes por dia.

O Brasil é o quarto país latino-americano com o maior crescimento no número de suicídios entre 2000 e 2012, segundo relatório divulgado na última semana pela OMS. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. Chama a atenção o fato de o número de mulheres que tiraram a própria vida ter crescido mais (17, 8%) do que o número de homens (8,2%) no período de 12 anos. A mortalidade de pessoas com idade entre 70 anos ou mais é maior, de acordo com a pesquisa.

DELÍRIOS E ALUCINAÇÕES : Paciente com esquizofrenia altera pensamentos reais e fantasia

05-06-17

Um dos transtornos psiquiátricos mais graves, que atinge cerca de 1% da população e que, se não tratado, pode incapacitar a pessoa, é a esquizofrenia, uma doença crônica, caracterizada por uma alteração nos pensamentos, com delírios e alucinações. O conceito popular (e preconceituoso) de loucura é baseado na sintomatologia do paciente esquizofrênico.

“A pessoa começa a acreditar em coisas que não estão acontecendo. Por exemplo, achar que está sendo perseguido, que há pessoas o observando. Também podem acontecer alterações da percepção, por exemplo, ouvir vozes que ninguém mais escuta, ver vultos que ninguém está vendo. Pode acontecer também uma alteração do comportamento: a pessoa pode ficar mais agressiva, mais agitada. Ela pode ficar mais isolada, mais retraída, então ela muda o jeito que ela se relaciona e a maneira como, às vezes, percebe o mundo. O contato com a realidade é prejudicado”, explica a médica psiquiatra Giovana Garcia. Incurável e com causa ainda desconhecida, a esquizofrenia é tratável e, em cerca de dois terços dos casos, o uso contínuo de medicamentos é capaz de evitar crises agudas da doença. “Uma das hipóteses mais fortes é da alteração da dopamina e do glutamato, que são neurotransmissores do cérebro, mas são ainda hipóteses que precisam de comprovação científica mais clara.

E também  existem alguns estudos mostrando que o cérebro do esquizofrênico funciona de uma maneira diferente. Áreas que eram para ser mais ativadas são menos ativadas, o que significa que também existe um componente de imagem”, diz, citando que uma das relações já comprovadas pelas pesquisas é que o uso de drogas, principalmente essa droga, aumenta muito a chance de uma pessoa desenvolver esquizofrenia, porque a maconha atua em regiões cerebrais envolvidas na esquizofrenia. Assim como os demais transtornos psiquiátricos, o diagnóstico da esquizofrenia é clínico, através do relato do paciente e de familiares e da observação do médico. “Nossa primeira ação, ao receber um paciente após um primeiro surto é excluir o uso de substâncias que possam ter esse efeito colateral ou uma doença orgânica, como tumor cerebral. Para isso, até pode-se pedir um exame de imagem, para descartar essa hipótese. Mas, para diagnosticar a esquizofrenia, não existe outro método que não seja uma consulta com o especialista”, afirma Drª. Giovana.

A médica relata que o período típico de manifestação da doença é na juventude, no final da adolescência e início da vida adulta. “É uma fase muito transmutativa para as pessoas. E é por isso que a esquizofrenia fica tão incapacitante porque se a pessoa não consegue tratamento, ou se a doença é muito grave a ponto de o paciente não responder de uma maneira boa aos medicamentos, ela não estuda, ela não casa, ela não trabalha”, diz.

No tratamento da doença, ela destaca a necessidade de se aliar a abordagem medicamentosa com o uso de antipsicóticos à abordagem psicossocial. “O paciente precisa participar de grupos e haver uma psicoterapia para tentar ajudá-lo a entender a doença. Grupo de família, porque os pais e a família precisam entender. Às vezes, o paciente diz que está escutando uma morto falando com ele. O familiar não entende que aquilo não é inventado. O cérebro produz a voz mesmo! Assim, quanto mais está orientada mais pode ajudar o paciente”, ilustra.

Em alguns casos de maior risco, explica a psiquiatra, o internamento do paciente é necessário. “Internamos se o paciente está agressivo com ele mesmo ou com pessoas próximas; se ele tem um risco de suicídio ou homicídio; se ele não está conseguindo se cuidar sozinho (por exemplo, não consegue tomar banho) ou se alimentar. Se ele não consegue, nem a família, garantir o uso da medicação, às vezes precisamos interná- -lo para fazê-lo tomar o remédio. Um outro caso em que costumamos também hospitalizar é quando, às vezes, o quadro nem é tão grave, mas não existe suporte, não há quem responda pela pessoa”, diz. “Mas o ideal é que a internação pode ser breve. Não pode ser uma internação prolongada. É preciso controlar um pouco os sintomas para que o paciente consiga voltar para casa”, acrescenta.

Família tem que estar preparada e bem informada

A família do paciente tem papel fundamental no tratamento da esquizofrenia. E o primeiro passo é compreender a doença. “Porque quando os familiares não entendem, muitas vezes ficam argumentando e discutindo com o paciente. Mas quando o paciente, está com esse pensamento, com essas sensações, não adianta argumentar; é preciso tratar. Não adianta dizer que não há ninguém que o esteja perseguindo, que não está acontecendo nada. Orientar a família a reconhecer que, quando começa a aparecer o sintoma, o melhor é procurar ajuda a garantir a tomada da medicação é o que mais ajuda”, explica a Drª. Giovana Garcia.

“Quando o paciente está apresentando o sintoma, é preciso tentar entender o que está acontecendo e o que o paciente está sentindo e tentar já encaminhá-lo para um atendimento. Não precisa ficar tentando argumentar com o paciente porque ele não vai aceitar a argumentação”, reforça a médica, instruindo que, ao ouvir queixas de um esquizofrênico, o familiar pode perguntar o que ele está escutando, quem o está perseguindo, mostrar estar compreendendo para que ele se sinta confiante. “Isso aumenta a chance de você conseguir levá-lo para um tratamento”, diz.

Para os pacientes com comprometimento maior, a médica orienta a família a dar a eles o maior grau de independência possível, dentro dos limites de cada caso. “Que possa, por exemplo, aprender a lidar sozinho com dinheiro, a cuidar das coisas dele, ajudando em casa, participando de grupos como igreja, exercício físico, grupos de terapia. Por mais que, às vezes, o indivíduo não consiga trabalhar, casar e ter uma vida ativa, que ele possa ser, dentro das atribuições da vida dele, maximamente independente”, diz.

A médica finaliza dizendo que a doença atinge igualmente homens e mulheres e que pode ser causada por alterações desde o desenvolvimento cerebral, mas que só se manifestam no final da adolescência. “É um tema muito estudado, pois é crescente o número de evidências, o que tem permitido se tentar desenvolver novos tratamentos, por isso é importante o familiar saber que há um movimento da ciência para tentar avançar em relação à doença”.

Hoje, caso presencie uma pessoa em surto psicótico, o cidadão deve levá-la ao Caps – Centro de Atenção Psicossocial de sua cidade, ou, nos municípios onde não existir Caps, à unidade básica de saúde, pois os médicos da atenção primária estão aptos a avaliar os casos e fazer o correto encaminhamento.