UM OLHAR PSICOLÓGICO SOBRE O JOGO “BALEIA AZUL”

02-05-17

O jogo da ‘Baleia Azul’  propõe 50 desafios aos adolescentes e sugere o suicídio como última etapa. Há pelo menos dois casos de morte sob investigação policial, além de tentativas de suicídio por todo o país, que supostamente podem ter relação com o jogo. O jogo foi um “fake news” (notícia falsa) divulgada por um veículo de comunicação estatal da Rússia que se espalhou a partir de 2015. Porem, ao que tudo consta, com a grande repercussão o jogo que antes não existia, passou a existir.

Como lidar com o tema:

Fique atento à mudanças de comportamento; mudanças bruscas de comportamento dos filhos, pode ser um sinal de que ele(a) está sofrendo e não está sabendo lidar com o sofrimento.

Demonstre interesse; é essencial que os pais se interessem pela rotina de seus filhos, mas que isso não se torne um ato de policiamento e sim, apenas interesse, e que não seja momentâneo apenas por causa do jogo.

Diálogo constante;  o adolescente com autoestima baixa, sem vínculo familiar fortalecido é mais vulnerável a cair neste tipo de armadilha. Por isso que as conversas com os filhos, podem não serem fáceis, mas quando os pais reforçam o diálogo dentro de casa, e se mostram disponíveis para conversas, os adolescentes consequentemente ficaram mais confortáveis em compartilhar suas angústias num ambiente onde o clima é de proteção.

Participação da escola; as escolas podem ajudar muito na prevenção de situações de risco, identificado entre os alunos os mais vulneráveis a se engajarem nestes tipos de jogos, desta forma  podem fazer projetos de conscientização sobre a importância da vida, como é o caso do “contra jogo” Baleia Rosa, que está viralizando na internet, o qual incentiva os jovens a verem o lado bom da vida.

 É extremamente preocupante ver diversos comentários feitos inclusive por pais e educadores, em tons de brincadeira à respeito do jogo. É fácil falar para os adolescentes irem procurar algo mais interessante pra fazer… Porem na adolescência  é onde se da a crise do desenvolvimento, sublinhando as incertezas e indagações do adolescente no sentido de descobrir quem é, e de definir o que virá a ser no futuro, por isso à inquietação dos jovens nesta fase. É preciso olhar para isso, como um pedido de ajuda, e ajudar-los! O CVV – Centro de Valorização a Vida, realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio gratuitamente a todas as pessoas que precisam conversar, o telefone é o (141). Além de que o psicólogo nesta fase é uma ferramenta valiosa para ajudar a família e a escola a lidar com a situação da melhor maneira possível.
Busque ajuda.

Fonte: http://www.noticiascoronel.com.br/2017/04/um-olhar-psicologico-sobre-o-jogo.html

13 Reasons Why: como série que aborda suicídio aumentou em 445% busca por ajuda

19-04-17

Suicídio é um grande tabu: muitas pessoas o tratam como uma vergonha e não como o resultado de um grave transtorno mental e emocional. Uma nova série de ficção - 13 Reasons Why, da Netflix – conseguiu algo muito valioso ao retratar a história de uma menina que tira a própria vida e fazer as pessoas falarem mais sobre isso – houve um aumento notável no número de pedidos de ajuda depois que o programa virou uma “febre”.

Na produção, a morte foi inevitável, mas na vida real, ainda há tempo para identificar e ajudar alguém com comportamento suicida.

A história de uma garota que comete suicídio e deixa fitas cassetes contando os porquês que a levaram a se matar não é mais uma série da ficção. Criada pela Netflix, 13 Reasons Why se conecta com a realidade de uma maneira especial ao mostrar as diversas tentativas falhas de obter ajuda por quem comete suicídio.

Baseada no romance de mesmo nome do escritor americano Jay Asher, a produção conta a história que levou ao fim da vida de Hannah Baker (Katherine Langford). Tudo pelo ponto de vista de Clay Jensen (Dylan Minnette), que era amigo, apaixonado pela garota e ao mesmo tempo um das causas que a levaram a atitude extrema.

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O tom do seriado é tocante e até mesmo perturbador, visto que a cada episódio fica uma pergunta: “Como ninguém percebeu o que estava acontecendo com ela? Por que ninguém ajudou?”

Infelizmente, o suicídio ainda é um tabu que vem acompanhado de frases como “É drama”, “Quem quer faz e não anuncia” e “É só para chamar atenção”. Essas afirmações, que foram inclusive ouvidas pela protagonista de 13 Reasons Why, de nada ajudam. Pelo contrário, elas só incentivam a pessoa a se sentir cada vez mais sozinha e infeliz.

Com apenas uma semana desde sua estreia, o drama fez com que temas polêmicos como bullying, estupro, depressão e suicídio voltassem a ser discutidos. Quem acompanha o Twitter viu a hashtag #NãoSejaUmPorque nos trending topics. Além disso, o Netflix lançou um vídeo com relatos reais de famosos que sofreram bullying.

Mais do que assunto de discussões, os episódios também fizeram crescer o número de contatos feitos com o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação brasileira voltada à prevenção do suicídio que disponibiliza voluntários para conversar anonimamente sobre temas delicados via telefone, internet ou pessoalmente.

De acordo com a assessoria de imprensa do CVV, houve um aumento de 445% no número de e-mails com pedido de ajuda. Entre essas mensagens, 50 citavam o seriado.

Foi notada também uma alta de 170% no número de pessoas que visitam o site e é possível, ainda, que tenha acontecido um aumento no número de telefonemas, mas o CVV leva um pouco mais de tempo para contabilizar o montante de ligações.

Por outro lado, o programa vem também sendo alvo de críticas, uma vez que pode conter os chamados gatilhos, passagens que despertam lembranças ou sentimentos específicos em pessoas que já têm tendências suicidas ou mesmo depressivas. Por isso, é recomendado cautela para quem quer assistir 13 Reasons Why e possui essa característica.

Como identificar o comportamento suicida

Se no seriado não foi possível evitar a morte, na vida real existem atitudes que podem evitar o desfecho trágico. A ajuda de profissionais – psiquiatras e psicólogos – é fundamental e nada a substituirá. Mas, para tornar possível a busca por esse auxílio especializado, a atenção de quem está ao redor do indivíduo em questão é fundamental.

Atitudes características

Imagine uma sensação de tristeza profunda. O coração está tão cheio de mágoas que parece que vai explodir. Já a mente convive com uma confusão e apatia sem fim que não passam em nenhum momento. Então, vem o menosprezo por si próprio, a vergonha e a culpa por sua ações, por mais que elas não tenham sido erradas. Por fim, a vontade de parar de sentir tudo isso e “dormir” para sempre.

Esses são apenas alguns dos inúmeros sentimentos que levam ao suicídio. Erroneamente, há pessoas que acreditam que quem se mata é egoísta, o que não é verdade pois a decisão é fruto de muita dor e sofrimento.

O olhar atento e compreensão são pontos-chave para identificar e evitar o acontecimento. Como cada pessoa lida com a vida e a dor de maneiras diferentes, não há uma lista de sintomas. Mas geralmente são apresentados sinais de comportamento suicida, como:

  • Mudança de comportamento
  • Desanimo
  • Desesperança
  • Agressividade ou impulsividade anormais
  • Não enxergar sentido na vida
  • Isolamento
  • Conversas sobre morte
  • Automutilação
  • Histórico pessoal ou familiar de tentativa de suicídio anterior
  • Perdas recentes
  • Abusos físicos ou sexuais
  • Dependência repentina ou histórico de consumo de álcool e ou drogas

Além disso, alguém que planeja se matar pode passar a “colocar a vida em ordem”, organizando documentos e finanças, se desapegando de pessoas e coisas, doando bens materiais e se despedindo.

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Por fim, relata-se uma mudança positiva de humor pouco antes de o suicida acabar com sua vida, o que faz com que amigos e parentes pensem que a pessoa melhorou. Contudo, isso se deve ao fato que a decisão de se suicidar pode dar alívio ao sofredor.

Fatores que podem causar

Transtornos psiquiátricos
Depressão, esquizofrenia, bipolaridade e distúrbios de personalidade são os principais transtornos mentais que levam a essa atitude extrema. Importante frisar que nem todo desequilíbrio mental vira suicídio, porém quem apresenta esses quadros tem mais chances devido às características e à estigmatização da sociedade, que tem a cruel tendencia de excluir pessoas diferentes.

Doenças não psiquiátricas
De acordo com a cartilha de prevenção de suicídio do Conselho Federal de Medicina (CFM), a presença de doenças crônicas não psiquiátricas, como Aids e esclerose múltipla, também pode levar ao quadro, principalmente se o tratamento não estiver fazendo efeito.

Uso de drogas
O uso de álcool e outras drogas pode colaborar e agravar o quadro de suicídio.

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Bullying
O suicídio é a terceira maior causa de morte entre jovens. O acontecimento pode ser motivado por diversos aspectos comuns da adolescência e início da vida adulta, como abuso de substâncias ilícitas e, assim como a personagem Hannah em 13 Reasons Why, bullying na escola.

Traumas

Abuso sexual, físico ou verbal ou outras situações que incitam a tendência suicida, especialmente se os eventos ocorrerem na infância.

Histórico familiar
A psiquiatra Maria Cristina De Stefano explica que o acontecimento também possui influência genética que causa alterações fisiológicas em neurotransmissores e na química do cérebro. A confirmação de histórico familiar de suicídio pode ser um indício dessa probabilidade.

Como pedir ajuda?
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Respire fundo e saiba que há esperança de uma vida melhor, por mais que ainda não consiga enxergá-la. O primeiro passo para livrar-se dessa tristeza é buscar ajuda de amigos, familiares e profissionais de saúde, como psicólogos e psiquiatras.

Outra opção é procurar o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação composta por voluntários que estão dispostos a conversar sobre depressão e suicídio 24 horas por dia. A grande vantagem é que não é preciso se identificar, sendo o atendimento totalmente sigiloso. Entre em contato pelo site do CVV, telefone 141 ou pessoalmente em postos da organização.

Como ajudar alguém?

Se perceber que um colega, amigo ou parente está com sinais de que planeja acabar com a própria vida, busque um profissional da saúde, como psicólogo ou psiquiatra, urgentemente para receber orientações.

Também tente conversar e, principalmente, ouvir a pessoa em sofrimento: frases como “estou aqui para você”, “eu te entendo, sei que é difícil” e “como posso te ajudar?” são simples, mas já fazem a diferença ao mostrar que seu conhecido não está só.

Além disso, é preciso ficar atento a atitudes que indiquem que o indivíduo realizará um atentado contra a própria vida em breve, observando-o e acompanhando sua rotina sempre que for preciso. Os dias que merecem mais atenção são domingo à noite e segunda-feira pela manhã, já que o início de uma nova semana pode aumentar ainda mais o sofrimento.

Fonte: http://www.vix.com/pt/saude/544322/13-reasons-why-como-serie-abordou-suicidio-e-aumentou-em-100-busca-por-ajuda