Entenda como a ansiedade dos pais reflete nos filhos

Preocupar-se com o futuro dos filhos é uma ação natural dos pais e mães amorosos que querem sempre o melhor para os seus pequenos (mesmo que eles nem sejam mais tão pequenos assim). Porém, quando essa preocupação se torna tão grande a ponto de gerar muita angústia ou ansiedade nos pais, é hora de rever essa maneira de pensar.

Isso porque a exacerbada ansiedade dos pais pode ser prejudicial ao desenvolvimento infantil. Muitos acham essa ansiedade normal e, além disso, os pais podem ter uma impressão de que seus filhos não percebem o que eles pensam e sentem. Esses são dois equívocos. No artigo de hoje vamos falar como essa ansiedade descontrolada age negativamente nas crianças e como lidar com ela. Acompanhe!

Ansiedade dos pais: prejuízo também para os filhos

A ansiedade é um sentimento inerente aos pais, principalmente aqueles preocupados com o bom desenvolvimento e futuro dos seus filhos nesse mundo agitado em que vivemos. Contudo, quando essa preocupação se torna aflitiva e incontrolável, deixa de afetar somente os pais.

O resultado são crianças cada vez mais novas vivenciando sintomas de de ansiedade, alguns até graves, que prejudicam não só o seu desenvolvimento como também seu bem-estar físico e emocional.

Mas, afinal, como esse sentimento dos pais acabam por chegar aos filhos?

O psicólogo norte-americano e escritor especialista em parentalidade, John Rosemond tem uma teoria interessante sobre o intercâmbio da ansiedade dos pais para os filhos: ele acredita que esse excesso de preocupação (que gera a ansiedade) é transmitido via osmose psíquica para os filhos que, uma vez contagiados pelo sentimento passam a conviver de maneira desajustada com uma série de medos existenciais.

Segundo o escritor, essas crianças começam a sentir e acreditar que o mundo não é um lugar seguro para viverem e que ninguém, nem mesmo os seus pais, serão capazes de protegê-los dos “perigosos” da vida.

E se engana quem acha que somente as crianças sofrem com os pensamentos/emoções/sentimentos dos pais. Os maiores também não escapam dos prejuízos, principalmente quando o foco da ansiedade paterna são suas expectativas com relação ao futuro acadêmico e profissional.

Diante das expectativas de verem seus filhos cursando faculdades e buscando profissões de prestígio, que são vistas como financeiramente promissoras, os filhos adolescentes se vêem perdidos e aflitos. Sigo o que meus pais desejam para mim ou o que eu desejo? E se eu fracassar? E se não atender às expectativas deles? Esses são pensamentos que passam na cabeça dos jovens, e que podem atrapalhar nesse momento tão delicado de escolhas, influenciando inclusive seu rendimento escolar.

Como evitar a ansiedade dos pais?

Mais do que compreender seus papéis de pais, mães e responsáveis, é preciso entender que privar os filhos das dificuldades e dos desafios, bem como expressar demasiadamente seus medos e ansiedade pode ser prejudicial para o desenvolvimento social e emocional deles. A questão aqui não é se fechar para os filhos, mas sim compreender a necessidade de gestão dos próprios pensamentos e emoções para não gerar ansiedade desnecessária (além do que a vida moderna já causa) nos filhos.

Evitar depositar muitas expectativas também é recomendado, pois cada ser humano é único e tem o direito fundamental de se expressar e viver como se é de verdade. Afinal, filho nenhum gostaria de ser responsável pela não concretização de um sonho materno ou paterno, não é mesmo? Se sentir obrigado a seguir um sonho ou uma história que não foi sonhada e desejada por você é algo frustrante.

Por fim, é fundamental ainda que os pais – principalmente os do século XXI – aprendam a lidar com o ciclo natural das coisas, aceitando o seu tempo de evolução e os resultados que nem sempre são os que eles esperam.

Ocupar-se do presente é indispensável para que a ansiedade dos pais seja administrada e o futuro, no seu tempo, possa chegar com qualidade e saúde emocional para toda a família.

(Fonte: https://escoladainteligencia.com.br/entenda-como-a-ansiedade-dos-pais-reflete-nos-filhos/)

Equipe multidisciplinar faz toda a diferença no acompanhamento clínico de um autista

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    A parceria entre diversos profissionais é a base da intervenção. Sem essa parceria, dificilmente as metas serão atingidas.
   Além do médico psiquiatra, que é quem faz o diagnóstico, o fonoaudiólogo também tem importância: um dos principais déficits do autismo está no desenvolvimento da linguagem, a presença de um fonoaudiólogo na equipe de intervenção é indispensável. É este profissional que avalia e decide por quais fonemas iniciar o treino vocal e orienta a todos na equipe que estratégias utilizar no dia-a-dia para estimular a emissão destes fonemas.
      Outra parceria fundamental na intervenção com autismo é com o terapeuta ocupacional. As crianças diagnosticadas com TEA apresentam uma importante alteração sensorial, ou seja, recebem e decodificam os estímulos sensoriais (táteis, auditivos, visuais, sonoros e olfativos) de forma diferente. Por isso, elas podem reagir de forma exagerada ou diminuída a algumas estimulações sensoriais. 
    É o terapeuta ocupacional que poderá avaliar detalhadamente quais alterações sensoriais a criança possui e, com base nessa avaliação, aplicará procedimentos de Integração Sensorial em suas sessões e, principalmente, orientará familiares, cuidadores e demais membros da equipe sobre como garantir um controle sensorial da criança no dia-a-dia, visando minimizar as estereotipias e, com isso, aumentar a atenção, a concentração e o aprendizado.O terapeuta ocupacional também tem um importante papel no treino das habilidades de coordenação motora fina que podem estar prejudicadas em algumas crianças com TEA.
    Também é fundamental na intervenção com autismo a parceria com pedagogos, tanto os profissionais da escola, quanto psicopedagogos particulares. O olhar pedagógico é indispensável no processo de inclusão escolar, afinal é o pedagogo que fará as adaptações curriculares e de materiais necessárias para que a criança possa ser inserida em uma classe de ensino regular. Avaliando o ritmo de aprendizado da criança o pedagogo pode decidir que conteúdos apresentar em cada momento e em qual velocidade. Compreendendo como a criança aprende (por via visual, auditiva, com material concreto, etc.) o pedagogo orienta professores, auxiliares e ATs (acompanhantes terapêuticos) sobre como apresentar as atividades para a criança com autismo.
    Enfim, muitos outros profissionais podem acabar fazendo parte desta equipe de intervenção em algum momento, a depender das necessidades de cada caso. O importante é que esta equipe seja parceira, mantenha contato frequente e atue de forma coesa em direção a uma meta comum: o desenvolvimento e a melhora na qualidade de vida da criança com TEA e sua família.