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Como o tédio pode ajudar seu filho a se tornar uma criança auto-suficiente

17-07-17-01

Férias chegando e a gente já começa a ter palpitações nervosas só de pensar como vamos fazer para deixar as crianças ocupadas, colônias de férias, hotéis com atividades infantis, talvez um cursinho de artes ou culinária?

Opções com precinhos bem salgados para preencher o tempo das crianças não faltam.  Mas psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil são unânimes: manter a agenda infantil lotada durante das férias não é apenas desnecessário, como pode até evitar que os pequenos descubram o que eles realmente gostam de fazer.

Ser um adulto bem sucedido, não significa apenas ter um trabalho bacana, mas saber ocupar e preencher o tempo livre com atividades que gerem felicidade. “Se os pais estão sempre preenchendo eles mesmos a agenda dos filhos, os filhos não tem a oportunidade de aprender a a preencher as lacunas eles mesmos”, explica Lyn Fry, psicóloga infantil baseada em Londres.

A internet e todas suas possibilidades podem ter minguando nossas chances de sentir tédio, mas especialistas vem discutindo a importância de fazer nada há décadas. Não ter nada para fazer nos dá uma chance para contemplar a vida e descobrir nossos interesses. Tédio e imaginação estão ligados: a monotonia ajuda a desenvolver um “estímulo interno” que possibilita a verdadeira criatividade.

Tudo muito interessante, principalmente se não tem uma criança correndo atrás de você, com a cara mais triste do mundo e fazendo a pergunta mais temida de todas: “O que eu posso fazer agora?”

Em entrevista, para o site Quartz, a psicóloga Lyn Fry sugere que ao começar as férias os pais sentem com o filhos, pelo menos com os maiores de 4 anos, e escrevam juntos uma lista com tudo que eles acham que podem gostar de fazer durante o tempo livre. Podem ser atividades simples como: jogar um jogo, ler um livro, desenhar ou dar um passeio de bicicleta mas também ideias mais elaboradas como preparar uma refeição, organizar uma peça de teatro ou praticar fotografia.

Quando a criança reclamar que não tem o que fazer, pegamos a lista e damos uma olhada junto com eles. Segundo Lyn, desta forma nós passamos a responsabilidade para a criança: “Isso é o que eu decidi fazer, o que eu gostaria de fazer”

É bem possível que o o exercício da lista não resolva sempre e de prontidão a questão do tédio. Mas o que pode nos tranquilizar diante da carinha de descontentamento dos pequenos é que, diferente do que este mundo cheio possibilidades nos leva a acreditar, não ter o que fazer não é tempo perdido.

As crianças precisam de tempo para parar e observar seu entorno. Precisam de tempo para imaginar e desenvolver seus próprios pensamentos e assimilar as experiências de suas vidas brincando ou apenas observando o mundo ao redor delas.

“Não há nenhum problema em se entediar”, diz Fry. “Não é um pecado. As crianças tem que se auto-motivar a fazer coisas. Tédio faz com que as crianças se tornem autônomas”. A ideia é que eles aprendam a enfrentar a monotonia de maneira produtiva.

Afinal, quem nunca sentiu tédio nesta vida?

(Fonte: http://tudosobreminhamae.com/blog/2017/6/23/frias-tranquilas-a-importncia-do-tdio-para-criar-crianas-auto-suficientes)

Descobri que meu filho está roubando. E agora?

23-06-17-01

 

Como corrigir esta conduta? Que sanções aplicar?

Notar que seu filho abriu sua carteira e pegou dinheiro sem a sua permissão é uma das experiências mais desagradáveis que os pais podem viver. Como uma criança inocente, que brinca e ri,é capaz de fazer uma coisa dessas? A tentação de recorrer ao castigo é fulminante, além de ser compreensível, sobretudo quando se teme que, se o filho não for corrigido a tempo, pode sentir o peso menos carinhoso da justiça quando ele for adulto.

Alguns pais se frustram, pensando onde teriam fracassado. Outros se culpam, pensando que os filhos lhes enganam porque não se sentem queridos ou não têm a confiança necessária para expor suas necessidades aos pais. E não é raro que a situação gere discussão entre pais e mães, que tentam identificar o “culpado” do “mau exemplo”.

O primeiro passo é manter a calma

O fato de uma criança ou um adolescente roubar seus pais é algo que pode acontecer por diversos motivos durante o desenvolvimento evolutivo. A criança está evoluindo no plano moral e passa por etapas diferentes, em que aprimora a sua capacidade de raciocínio e de responder por suas condutas. Não se pode criminalizar uma criança de quatro anos que pegue algo que não lhe pertença. Também não se pode compará-la a um adolescente que rouba seus pais por rebeldia.

A psicologia evolutiva demonstra que, até os seis anos mais ou menos, a criança ainda não tem uma consciência muito clara sobre a moral. Mas isso também depende de cada criança, de seu caráter e sua maturidade. Nesta etapa, os pequenos imitam comportamentos, buscando a adaptação com o ambiente e copiando os modos dos outros.

A partir dos sete anos, geralmente há um desenvolvimento cognitivo suficiente que permite uma maior consciência dos próprios atos e do valor e implicações morais dos gestos e atitudes.

Não condenar a criança

Depois de compreender esta escala evolutiva da educação moral, é importante nunca qualificar moralmente a criança, principalmente quando ela tem pouca idade. Nunca se deve chamar um menino de “ladrão”, mas, sim, estimulá-lo a melhorar seu comportamento, para que seja uma pessoa melhor.

O mais importante, sempre, é a educação preventiva. Ou seja: é preciso educar nos valores do respeito e da sinceridade para que a criança tenha as motivações internas necessárias para evitar esse tipo de comportamento e, sobretudo, para se sentir mais motivada a distinguir o bom comportamento dos estilos de vida negativos.

Educar na autonomia moral

Como uma criança aprende os valores morais? Em princípio, por imitação. Depois, de acordo com a inteligência que vai desenvolvendo e, graças à interação com os diversos contextos sociais (escola, família e amigos), a criança vai chegando, pouco a pouco, à verdadeira autonomia moral e à capacidade de juízo pessoal.

Portanto, a chave principal para educar nos valores está, em primeiro lugar, na família: os valores devem ser vividos em casa, antes de serem verbalizados em uma explicação para as crianças. Elas não têm falsidade: se virem que seus pais têm uma relação ambígua com a honestidade em relação ao dinheiro, o filho imitará a conduta que vê, ao invés de interiorizar a conversa que recebe.

Em segundo lugar, a escola deve reforçar esses valores. Na adolescência, a crise acontece quando entra um “terceiro convidado” não esperado no menu da educação, que é o grupo de amigos. O impacto do grupo sobre os próprios comportamentos também é determinante para o futuro do adolescente.

Portanto, o castigo deve ser proporcional à sua capacidade de autonomia moral. É preciso tratar um adolescente já como um pré-adulto: convém explicar-lhe, de maneira contundente, as implicações e consequências do ato de roubar ou furtar, inclusive no âmbito legal. Para uma criança, a explicação deve ser adaptada ao seu nível de compreensão, explicando-lhe que isso é ruim e não se faz.

Em todos os casos, é muito importante que os castigos sejam educativos. O primeiro passo será sempre devolver o que foi roubado. Mas não é o suficiente: há que se pensar em pequenas sanções que podem ser aplicadas em casa para que as crianças e adolescentes entendam que todo ato tem consequências.  Por exemplo, se a criança roubou uma quantidade de dinheiro, além de devolver, terá que fazer de tudo para conseguir o dinheiro roubado, a fim de que ela entenda o prejuízo que este tipo de ação provoca nas pessoas.

O objetivo da educação é ajudar os filhos a ser maduros, felizes, seguros de si e a ter respeito para com os outros, que é a base do bom respeito para consigo mesmo. Uma boa educação buscará sempre estimular comportamentos que possam ser imitados e admirados por todos os educadores e pessoas de bom valor.

O que os adolescentes, que já têm um nível de inteligência completamente desenvolvido, menos precisam são grandes sermões, mas a certeza da proximidade dos pais e a constante confirmação do afeto dele para com os filhos.

Quando o roubo esconde outros problemas

Quando tudo o que abordamos for suficiente e a criança ou adolescente continua roubando, convém entrar em contato com algum psicólogo ou um especialista em educação e psicologia evolutiva, que vai analisar com mais profundidade as causas e poderá intervir de maneira eficaz.

Normalmente, por trás de comportamentos compulsivos de roubo ou hábitos rotineiros de roubo há a necessidade de preencher vazios afetivos, baixa autoestima, necessidade de possuir o que os outros possuem, problemas de insegurança, comportamentos antissociais ou dificuldades de adaptação social.

As mentiras, as tendências ao roubo e as atitudes de rebeldia nos adolescentes costumam ser manifestações da necessidade que eles têm de encontrar o próprio espaço e de autorrealização. Eles precisam de atenção e compreensão por parte dos educadores e pais, sabendo combinar a exigência e o diálogo na difícil arte de educar.

Diante das situações de roubo ou mentiras, é importante que os pais e educadores tenham a capacidade de dialogar para perguntar aos filhos o motivo de tais ações. Um diálogo construtivo é indispensável para estimular os filhos a adotarem valores e condutas corretas, sem se limitar ao medo das sanções e condicionamentos externos.

Fonte:(https://pt.aleteia.org/2017/05/25/descobri-que-meu-filho-esta-roubando-e-agora/)

A ansiedade infantil

23-03-17
A ansiedade é acompanhado por pensamentos e interpretações catastróficas sobre o futuro. Este sentimento acomete tanto a população adulta quanto as crianças. E como a ansiedade se manifesta na infância?
Em termos conceituais e funcionais, a ansiedade pode se manifestar de maneira normal ou como um transtorno. Como assim, normal? É isso mesmo, a ansiedade é um sentimento importante para nós, pois quando vivenciada no dia a dia, nos permite correr atrás de um objetivo, nos preparar para os desafios e fugir de situações de perigo, sem que haja um comprometimento na nossa vida.
Por outro lado, a ansiedade considerada como um transtorno, é um sentimento que gera desconforto físico intenso como: taquicardia, tremores, sudorese, calafrios, alterações gastrointestinais, entre outras.
Além disso, segundo pesquisadores, a ansiedade patológica pode levar o paciente a desenvolver estratégias como, por exemplo, evitar o contato com aquilo que lhe causa temor, e ainda causar manifestações clínicas capazes de gerar importantes prejuízos no funcionamento normal do indivíduo. As causas dos transtornos de ansiedade ainda não são bem delimitadas, pode-se dizer que tem muitos fatores, como origens genéticas, comportamentais ou ambientais.
Para alguns autores, os transtornos ansiosos mais frequentes nas crianças podem ser: transtorno de ansiedade de separação, mutismos seletivo, fobia específica, fobia social, transtorno da ansiedade generalizada e pânico.
O indivíduo com transtorno de ansiedade de separação tem um medo ou ansiedade associado à separação das figuras de apego (cuidadores), a um grau de reação e manifestação inadequado. Neste sentido, é uma reação de sofrimento intenso das crianças quando se veem separadas dos seus pais ou outro cuidador, mas não somente com a manifestação de choro que é esperado no primeiro dia de aula, por exemplo, é algo muito intenso, com grande sofrimento.
O mutismo seletivo é caracterizado por uma incapacidade persistente de falar em situações sociais em que existe essa expectativa, como na escola, mesmo que o indivíduo seja capaz de falar em outras situações. A criança só fala em alguns locais, como, por exemplo, em casa.
Indivíduos com fobia específica tem um medo irracional por determinados objetos ou situações. Existem vários tipos de fobias específicas: animal, ambiente natural, sangue-injeção etc. Existe ainda a ansiedade social (fobia social), ou seja, quando a criança tem medo ou ansiedade diante de situações associadas às interações sociais e que envolvem a possibilidade de ser analisada.
É importante entender as dificuldades apresentadas pelas crianças, e assim, buscar ajuda profissional, como um psicólogo ou mesmo um psiquiatra infantil, para que os “pequenos” possam resolver esta dificuldade que não se trata de “birra”, teimosia, mas de um transtorno, que deve ser tratado como tal.

Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/a-ansiedade-infantil/