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O quanto o estresse impacta seu emagrecimento?

15-03-17
Um processo de emagrecimento pressupõe mudanças de padrões que não se limitam apenas à dieta. Provavelmente, você terá a indicação de uma atividade física, a restrição de alguns alimentos que não lhe pareciam nocivos e a necessidade de reavaliar hábitos pessoais. Normalmente, assumimos essas mudanças porque estamos comprometidos e determinados, mas não paramos para pensar que esse processo vai gerar uma transformação enorme na nossa rotina de vida, ou que qualquer mudança na vida, seja ela agradável ou não, pode provocar um aumento de tensão. Nós apenas partimos para a ação. É nesse momento que dependendo da forma como estamos encarando a nova fase, podemos desencadear um agente estressor em nossa vida, em vez do emagrecimento desejado.

Vamos entender como o estresse afeta o nosso corpo.  Quando nosso cérebro interpreta um acontecimento como uma ameaça, seja real ou não, ele emite sinais que desencadeiam uma série de reações fisiológicas em nosso corpo, deixando-o em situação de alerta e preparando-o para agir diante do agente estressor, ou seja, prepara o corpo para o perigo. Uma vez iniciada a resposta ao estresse, todos os sistemas de defesa do nosso organismo são ativados: aumentam os níveis de adrenalina, os músculos se contraem, a pressão arterial, frequência cardíaca e taxa de açúcar no sangue aumentam para que a ação seja imediata.

Dessa forma, toda a energia do nosso corpo é canalizada para a autodefesa e as funções menos essenciais nesse momento, como a digestão, são desligadas completamente. A incapacidade de digerir alimentos adequadamente e de forma eficiente provoca um impacto negativo sobre nosso metabolismo e impede nosso corpo de absorver os nutrientes de que necessita desesperadamente. Sem nutrição e nutrientes essenciais nosso corpo pode provocar uma sensação de fome, não porque precisa de comida, mas porque a resposta ao estresse tornou-o incapaz de digerir a comida que estava disponível. Infelizmente, hoje, com nosso dia a dia, nossos níveis de estresse permanecem mais altos e por longo período de tempo e isso potencializa ainda mais, e de forma contínua, os efeitos negativos sobre nossa digestão, metabolismo e hormônios. Assim, mesmo você seguindo uma dieta e fazendo exercícios com frequência, o estresse pode atrapalhar os esforços em relação ao processo de emagrecimento, inclusive fazendo com que, sob o estresse, aumente a necessidade de consumir mais carboidratos.

Um processo de emagrecimento, onde você terá que reavaliar seus hábitos pode ser estressante e gerar ansiedade, mas é importante que você aprenda a lidar com isto, que aprenda a controlar este estresse para que ele não cause impacto no seu processo de emagrecimento. Eu poderia dizer aqui o que fazer para aliviar o estresse e a tensão do dia a dia, mas todos nós sabemos o que fazer, nós só não conseguimos.  Você sabe que precisa se acalmar, que não pode comer tudo o que vê pela frente porque está estressado ou que não pode agir por impulso.  O problema é que não conseguimos partir para ação e de fato mudar o nosso comportamento. É difícil. É um exercício diário que iniciamos, mas do qual desistimos.

É por isso que me encanto com as técnicas de mudança de modelo mental que uso no Programa Mente Magra, porque elas levam você para ação. É através delas que você tem a possibilidade de conhecer recursos que lhe permitirão controlar e assumir a responsabilidade de cuidar do seu corpo e de sua mente, de forma natural e sem sofrimento.

Assuma o controle de sua vida, mude o modelo mental que você adquiriu no decorrer de sua vida e que te impede de realizar muitas coisas.

Fonte: http://emais.estadao.com.br/blogs/mente-magra/o-quanto-o-estresse-impacta-seu-emagrecimento/

Gordofobia: o que é isso?

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Com a sociedade cada vez mais consciente do direito que as pessoas têm ao respeito e a serem consideradas iguais, muitos termos têm sido criados para caracterizar situações que envolvem o preconceito e o destrato com um indivíduo que apresenta uma característica que é considerada “fora do padrão”. Um desses termos, a Gordofobia, tem ganhado bastante destaque nas redes sociais e também no convívio de muita gente que já observou esse tipo de ação discriminatória.

O termo gordofobia: o que significa

O termo gordofobia, como o próprio nome já indica, caracteriza uma situação de discriminação com um indivíduo que se apresenta acima do peso. É comum perceber, no nosso convívio social, várias pessoas usando o termo “gordo” com o sentido pejorativo, na intenção de criticar ou insultar alguém que apresenta alguns quilos a mais no corpo. Esse tipo de atitude, por mais ingênua que possa parecer, é classificada como um ato de gordofobia – e cada vez mais pessoas tem sentido os efeitos dessa discriminação.

Por que tratar o obeso com discriminação é um problema

Por muito tempo se acreditou que a obesidade era, na verdade, um problema relacionado somente com o excesso de ingestão de calorias na dieta diária de um indivíduo. Na verdade, a obesidade se relaciona sim com o excesso do consumo de calorias, mas ela também apresenta um quadro metabólico e inflamatório de dificílimo controle clínico, sendo classificada, por esse motivo, como uma doença.

Por esse motivo, discriminar alguém por seu quadro de obesidade ou sobrepeso pode ser comparado, atualmente, com o ato discriminatório realizado com alguém que apresenta deficiências físicas, depressão, diabetes, câncer ou qualquer outra doença que não tem como causa principal a vontade do indivíduo em não se curar.

Pacientes com obesidade sofrem com o diagnóstico da doença e enfrentam uma grande batalha para poder vencer esse perfil metabólico e, por esse motivo, merecem ser respeitados e auxiliados sempre.

Excesso de peso nem sempre significa falta de saúde

Vale a pena reforçar também que, independentemente da obesidade ser classificada como uma doença, alguns quadros de sobrepeso nem sempre podem ser apontados como falta de saúde em um indivíduo. A medicina já mostrou que é possível encontrar pacientes que estão acima do peso, mas que apresentam funcionamento metabólico de seus sistemas corporais perfeitos e muito similares a de indivíduos que tem peso normal. Por esse motivo, discriminar um indivíduo por ser “gordo” alegando que ele não é saudável, é mais uma falha grave do ato de “gordofobia”.

Combatendo a gordofobia

O combate a gordofobia tem ganhado cada vez mais força em vários cantos do mundo. Além de várias campanhas em redes sociais, iniciadas por clínicas de saúde e até mesmo indivíduos anônimos, muitas marcas tem começado a mudar o seu conceito de saudável para não colaborar com o ato discriminatório. Hoje vemos modelos plus size fazendo campanhas de roupas, cosméticos, lingeries e até mesmo participando de desfiles de moda – e sendo elogiadas e bem pagas por isso. Esse, entretanto, é apenas um primeiro passo para enfrentarmos esse grande problema que ainda é a gordofobia.

Combater a gordofobia é muito mais do que mostrar para o mundo que o indivíduo obeso merece ser tratado como uma pessoa qualquer, mas sim ajudá-los a se aceitar e viver sempre de bem com seu corpo e sua forma física. Afinal, desde que ele tenha saúde, pouco importam aqueles quilinhos a mais que marcam suas roupas.

Fonte:https://blog.dietbox.me/2015/10/01/gordofobia-o-que-e-isso/

Dançar melhora a autoestima, autoconfiança e melhora o astral

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Dançar é uma das formas de eliminar a monotonia de nossas vidas, o que realmente pode nos beneficiar em nossa saúde emocional, mental, física, ou seja, geral. Quando decidimos iniciar algum tipo de exercício, devemos considerar o nível de diversão que esse exercício pode nos proporcionar. E a dança é isso, diversão!

Benefícios da dança para a saúde geral

Uma ajuda ao coração

A dança é uma grande atividade para pessoas com risco de sofrerem doenças cardiovasculares. Um estudo italiano demonstrou que pessoas com insuficiência cardíaca, que praticaram a dança como opção de exercício, melhoraram o desempenho desse órgão, bem como a respiração e a qualidade de vida, de maneira significativa, em comparação com aqueles que pedalavam ou caminhavam em esteiras.

Perda de peso

perda de peso é outro dos benefícios que a dança proporciona se praticada com regularidade. Um estudo realizado pelo Journal of Physiological Anthropology, demonstrou que um programa de exercício aeróbico de entretenimento, tal como a dança, é tão útil para a perda de peso e o aumento da potência aeróbica quanto o ciclismo ou a corrida.

Aumenta a energia

Você se sente sem energia durante o dia? Dançar pode te ajudar a recuperá-la. Uma pesquisa publicada no The Scholarly Publishing and Academic Resources Coalition, demonstrou que um programa de dança semanal poderia melhorar o rendimento físico e aumentar os níveis de energia em adultos.

Melhora a flexibilidade, a força e a resistência

Dançar algumas vezes requer uma grande flexibilidade. A maioria das aulas de dança começa com um aquecimento que inclui vários exercícios flexíveis de alongamento. Quando dançamos, devemos nos esforçar para alcançar a amplitude de movimento de todos os grupos musculares.

Dançar aumenta a força, obrigando os músculos a resistirem ao próprio peso do corpo. Muitos estilos de dança, incluindo o jazz e o balé, requerem saltos, o que exige muita força nos principais músculos das pernas.

A dança é um exercício físico, portanto aumenta a resistência, que nada mais é do que a capacidade dos músculos de trabalharem intensamente por períodos cada vez mais longos de tempo, sem causar fatiga. Dançar regularmente é ideal para melhorar a resistência, especialmente danças mais “vigorosas”.

Benefícios da dança para a saúde emocional

Proporciona felicidade

Dançar e algo que diverte a praticamente todas as pessoas. Se você observar uma pessoa enquanto ela dança, com certeza verá um grande sorriso em seu rosto. Sorrir e rir enquanto se dança é absolutamente natural! Esse é um sinal de que estamos nos permitindo aproveitar a atividade. Diferente de outros exercícios (ou atividades), a dança não impõe barreiras de idade, assim, qualquer faixa etária pode dançar e aproveitar dos benefícios desta atividade para a saúde.

Acaba com o estresse e a depressão

Foi descoberto que um dos benefícios da dança vem do fato de que ela ajuda a prevenir a leve depressão e melhora a confiança do indivíduo que opta por dançar. A depressão tem se tornado um problema crescente entre adolescentes e adultos de todas as idades.

Um estudo no International Journal of Neuroscience apontou que a terapia de movimento da dança, além de melhorar a depressão, também melhora o estresse psicológico por meio da regulação dos níveis de serotonina e dopamina no corpo.

Visto que a dança é uma atividade social, ela pode ajudar com os sentimentos de isolamento característicos de pessoas que sofrem de depressão e de pessoas mais velhas que vivem sozinhas.

Melhora a confiança e a autoestima

A dança também ajuda a melhorar a confiança. Cada vez que dominamos um novo passo da dança, experimentamos um ganho de confiança, além de um humor elevado. Esse aumento da confiança é refletido em todos os aspectos de nossa vida.

A dança é uma atividade social. Desse modo, pesquisas demonstraram que os fortes laços sociais e a socialização com outras pessoas contribuem para uma melhora da autoestima e de atitudes positivas. Dançar proporciona muitas oportunidades de conhecer outras pessoas.

Participar de aulas de dança pode aumentar sua autoestima e desenvolver habilidades sociais, afinal, atividades físicas diminuem o estresse e a tensão, e a dança em si, proporciona uma sensação geral de bem estar.

Benefícios da dança para a saúde mental

Melhora a memória

De acordo do um estudo publicado no New England Jounal of Medicine, a dança pode melhorar nossa memória e prevenir o desenvolvimento da demência a medida que envelhecemos.

A ciência revelou, ainda, que o exercício aeróbico pode reverter a perda do volume no hipocampo, a parte do cérebro que controla nossa memória. O hipocampo se encolhe de maneira natural durante a idade adulta, o que, frequentemente, nos conduz a problemas de memória e, às vezes, demência.

Combate ao mal de Alzheimer

Um estudo com participantes de terceira idade, publicano no New England Journal of Medicine, demonstrou que dançar frequentemente ajuda a evitar os efeitos da doença de Alzheimer e outras formas de demência, bem como aumentar a acurácia mental para as pessoas de todas as idades.

Também descobriram que algumas pessoas com a doença de Alzheimer são capazes de relembrar memórias esquecidas quando dançam músicas que costumavam esquecer.

Aumenta a inteligência

Durante séculos, os manuais de dança e outros escritos descreveram os benefícios da dança para a saúde, geralmente associada à atividade física. Agora, graças a estudos, foi demonstrado que a dança é capaz de aumentar a inteligência. A essência da inteligência é tomar decisões, a melhor dica, quando se trata de melhorar nossa acurácia mental, é nos envolvermos em atividades que requerem a tomada de decisões rápidas (em segundos), logo, para aumentar a inteligência, ao invés da memorização, simplesmente, devemos optar por trabalhar nosso físico dançando.

Uma forma de fazê-lo é aprendendo algo novo. Não apenas a dança, mas qualquer coisa nova. Ao ter aulas de dança, é possível que desafiemos nossa mente e estimulemos a conectividade do cérebro, gerando a necessidade de novas vias.

As aulas difíceis são as melhores, já que nos incitam a ter uma necessidade maior de novas conexões neurais, aumentando, assim,nossa conectividade neural.

Fonte:(https://melhorcomsaude.com/danca-beneficiar-saude/)

Dor no peito: como o luto pode causar sintomas físicos

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Nada havia preparado a britânica Shira Schiller para a dor que ela sentiria ao perder repentinamente seu filho Max, vítima de um problema cardíaco quando ele tinha apenas 10 anos. Inclusive a dor a física.

“É como se alguma coisa estivesse sentada sobre seu peito”, contou a mãe de 47 anos. “Como se houvesse uma mão segurando seu coração. Se estou em um dia ruim, é como se não fosse capaz de respirar.”

Schiller não está sozinha. Lyn Rigby, de 49 anos, disse à BBC sentir uma “constante dor no peito” desde 2013, quando seu filho Lee foi assassinado em Londres. Um mal que “nunca vai embora”.

Termos como “dor no coração”, “ferida” e “dor” são normalmente usados para descrever o trauma emocional. Mas pessoas afetadas pela perda de um ente querido costumam dizer que não se trata apenas de uma figura de linguagem: elas relatam realmente vivenciar essas sensações fisicamente.

Subprodutos da perda

Estômago revirado, coração acelerado, tremedeira, flashbacks e hipersensibilidade ao barulho são alguns dos subprodutos físicos da perda, segundo a Sociedade Psicológica Britânica.

Mas como as pessoas costumam reagir de formas diferentes ao luto, ainda não há uma lista uniforme de sintomas.

A locutora de rádio Barbara Want recorda ter notado uma sensação intensa em seu estômago após a morte de seu marido, o apresentador da BBC Nick Clarke, em 2006. “Era um peso forte, muito forte. Quase como estar doente, com um quadro bem ruim de gastroenterite.”

Want, que agora preside uma entidade que ajuda crianças a superar o luto, a Winston’s Wish, afirma que se alimentou sem sentir qualquer prazer nisso por dois anos. Não sentia fome naquela época.

“Fiquei tão magra que percebia as pessoas olhando para mim com horror.”

Ela também desenvolveu uma rouquidão na voz – segundo um cirurgião, resultado do choque vivido por seu corpo.

Físico e emocional

Cientistas sabem há algum tempo que o luto pode se manifestar não só emocionalmente, mas também fisicamente.

Em exames realizados pela Universidade da Califórnia em Los Angeles, a Ucla, pesquisadores mostraram que a parte do cérebro que lida com a dor física – o córtex cingulado anterior – também processa a dor emocional.

Sensações ruins relacionadas ao peito são tema recorrente.

“Tenho alguns pacientes que, após um episódio emocional estressante, sentem dor no coração ou palpitações”, afirma Alex Lyon, professor do Imperial College London, de Londres, e cardiologista consultor honorário no Royal Brompton Hospital.

Esses são os sintomas da “síndrome do coração partido”, ou cardiopatia de Takotsubo, algo que geralmente ocorre após um “significante estresse emocional ou físico”, segundo descrição da Fundação Britânica para o Coração (BHF, na sigla em inglês).

Acredita-se que esse mal afete cem a cada 1 milhão de pessoas por ano. Nele, o músculo do coração fica fraco de repente, e uma das câmaras do órgão muda de forma.

Um estudo do Imperial College London sugere que isso se trata, na verdade, de um mecanismo de defesa do coração ao se deparar com a onda muito forte de adrenalina que costuma acompanhar situações de choque e luto.

Imunidade prejudicada

A perda de alguém próximo também pode deixar uma pessoa mais vulnerável a infecções.

Um estudo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, descobriu que aqueles que viveram recentemente um quadro de luto, especialmente idosos, podem passar por um processo de redução das funções dos neutrófilos – a parte mais abundante dos glóbulos brancos do sangue, responsáveis por combater bactérias como a da pneumonia.

Isso talvez ajude a explicar alguns dos muito noticiados casos de casais de idosos que morrem praticamente juntos.

Em 2014, Clifford e Marjorie Hartland, da cidade britânica de Coventry, morreram em um intervalo de 14 horas em seu 76º aniversário de casamento.

No mesmo ano, Don e Maxine Simpson, de Bakersfield, Califórnia, morreram com quatro horas de diferença em camas vizinhas, segurando as mãos um do outro em seu último momento juntos. Eles estavam casados havia 62 anos.

“As pessoas dizem que se morre de coração partido. O que nós diríamos é que eles estão morrendo dos efeitos desses fatores em seu sistema imunológico”, afirma Anna Philips, professora de Medicina Comportamental da Universidade de Birmingham e responsável por liderar os estudos que correlacionaram o desempenho dos neutrófilos e o luto.

Outra pesquisa conduzida por ela e outros colegas concluiu que pessoas que vivenciaram uma perda no último ano produzem menos anticorpos em resposta a uma vacina.

Consequências inesperadas

Mas apesar do peso do conhecimento científico sobre o relacionamento entre luto e o desconforto físico, os sintomas costumam ser completamente inesperados.

“Às vezes as pessoas ficam bastante chocadas com como se sentem fisicamente e preocupadas achando que há algo errado com elas”, conta Jessica Mitchell, gerente do serviço de apoio telefônico da ONG Cruse Bereavement Care.

As pessoas que entram em contato com a organização também costumam reportar sentirem-se cansadas, dormindo mal, com mudanças no apetite e no ciclo menstrual e aparentam ficar doentes mais facilmente, explica Mitchell.

Entretanto, isso não é muito conhecido. “As pessoas realmente não entendem, porque não se fala sobre isso”, explica Susan Hughes, da ONG Compassionate Friends, que presta suporte aos familiares após a morte de crianças.

Schiller, a britânica que perdeu o filho de apenas 10 anos, lembra que conversar deixou claro que ela não estava enlouquecendo – ou seja, que aquela sensação em seu estômago era tangível e real.

“Nós dois, eu e meu marido, falamos sobre essa sensação física de luto”, ela afirmou. “Nós percebemos que estávamos sentindo a mesma coisa.”

A falta de compreensão reflete a dificuldade da sociedade em falar francamente sobre o luto e a perda, acrescenta.

“Trata-se de um grande tabu. As pessoas não querem ouvir você falar sobre isso.”

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/geral-37030767?ocid=socialflow_facebook

Tentativa de suicídio na criança e no adolescente: vamos falar sobre isso?

suicidio infancia e adolescencia

Seguindo a linha do outubro rosa e do novembro azul, poucos sabem, mas setembro também foi um mês de cor e de mobilização por uma causa importante. O chamado “setembro amarelo” é internacionalmente conhecido como o mês de alerta para o Suicídio.

Este tem sido um grande tabu para a sociedade, dificultando a troca de informações entre as pessoas. Por motivos religiosos, sociais e até econômicos, poucos tem coragem de falar sobre isso, e, quando falam, quem escuta não tem a menor noção de como agir. Apesar de silencioso, o problema está aí, e cada vez maior e mais intenso. A estimativa para os dias atuais é de que cerca de 800 mil pessoas cometam suicídio anualmente. E o pior é que este é um número bem abaixo do real, afinal, muitas intoxicações por venenos, uso abusivo de remédios, atropelamentos, acidentes automobilísticos, ferimentos por armas brancas ou armas de fogo passam despercebidos como possíveis causas de morte autodirecionada.

O suicídio é só a ponta de um grande iceberg. Quantos são aqueles que pensam, planejam e agem direcionando-se à morte sem necessariamente fazê-lo? (…) Estima-se que apenas 1% dos chamados “comportamentos suicidas” chegam realmente ao sistema público de saúde. O restante, passa despercebido, sendo escondido pelo próprio indivíduo ou pela família, achando que “um dia passa” ou que “era uma tentativa de chamar a atenção”.

E assim, os números vão crescendo. Calcula-se que entre 2000 e 2010 tenha havido um crescimento de cerca de 30% da incidência de casos de suicídio na população jovem. Esta é a parcela da população de maior impacto e na qual, infelizmente, mais vem aumentando os casos de comportamentos suicidas. Nossos jovens estão buscando a própria morte e ninguém tem falado sobre isso. Falta a informação à população de que isso existe, e que pode até ser uma tentativa de chamar atenção, mas se este jovem precisa de algo tão extremo para chamar a atenção, é um sinal de que algo não vai bem em sua vida psíquica…

Adolescentes a partir dos 11 anos têm um conhecimento mais claro do que é a morte socialmente conceituada. Nestes, muitos comportamentos são direcionados com a intenção de chegar-se ao ato. Abaixo desta faixa etária, em crianças, a intencionalidade da morte nem sempre é tão óbvia assim. Até porque a morte, para muitas crianças, pode ser apenas uma forma de dormir mais cedo ou uma forma de “encontrar” um ente querido ou até um animal de estimação do qual sente muita falta.

De qualquer forma, devemos nos alertar a qualquer comportamento lesivo autodirecionado, independentemente da idade da pessoa que o comete, da intencionalidade ou do real conhecimento do conceito da morte. Precisamos nos atentar às diferentes formas de se pedir ajuda, inclusive as que não passam tão claramente pelas palavras, e sim por atos.

Muitas vezes, a família, contaminada pelos sentimentos de raiva, impotência, desespero ou dúvida, acaba não conseguindo perceber claramente o risco dos atos. Por isso, a avaliação da real intencionalidade e do risco de novas tentativas precisa SEMPRE passar pelo julgamento de um médico com habilitação e experiência no assunto. Escute nossos jovens, eles podem estar querendo falar.

Dr. Felipe Pinheiro de Figueiredo, médico Psiquiatra da Infância e Adolescência, CRM-PR 31918, Especialista em Análise do Comportamento, Doutor em Saúde Mental pela faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Atua na “Essentia- Clínica de Psiquiatria”, em Maringá, no Centro de Atenção Psicossocial Infanti-juvenil (CAPSi) e é professor de Psiquiatria do curso de Medicina da UNICESUMAR.

O efeito Lúcifer: quando boas pessoas tornam-se ruins

efeito lucifer

Todos nós podemos nos tornar torturadores. É o que afirma o prestigioso pesquisador e psicólogo Phillip Zimbardo. Tudo depende de ocorrerem ou não as condições necessárias para que boas pessoas se tornem más. Este fenômeno é conhecido como o Efeito Lúcifer.

Explicando melhor, a afirmação de Zimbardo se baseia no fato de que todos nós temos uma parte boa e uma parte má. A parte que mais destacamos dependerá de uma determinada situação concreta favorecer uma ou outra versão de nós mesmos.

Devemos eliminar a ideia de que “a maldade” é algo fora do normal e que, inclusive, é patológica. Somos um todo e ninguém é totalmente bom ou totalmente ruim, mas sim uma escala de cinza na qual, às vezes, predomina mais o branco e outras o preto.

– Phillip Zimbardo-

A experiência que deu forma ao efeito Lúcifer

É interessante trazer ao conhecimento a afirmação do papa João Paulo II sobre o Céu e o Inferno. De acordo com o que ele disse, Céu e Inferno estão dentro de nós e, é por isso que não podemos escapar deles. Não é necessário que sejamos católicos para compreender esta afirmação, pois ela simplesmente está aí para que examinemos a realidade de que nem sempre tivemos bons comportamentos para com os demais.

Voltando à descrição do experimento que deu origem ao conceito de “efeito Lúcifer”… Era o ano de 1971 quando Phillip Zimbardo e sua equipe decidiram colocar o experimento em prática, numa prisão de uma área habitada da Universidade de Stanford.

Os voluntários que trabalharam na recreação da prisão foram previamente examinados para comprovar sua estabilidade psicológica, física e emocional. Aparentemente, todos eram jovens universitários saudáveis, com vontade de fazer parte de um estudo tão singular e com consciência do que isso significava.

Cada um deles recebeu o papel de prisioneiro ou guarda da prisão por meio de um sorteio, em uma prática que deveria durar até duas semanas. No entanto, o experimento precisou ser cancelado no sexto dia, por conta de tudo o que estava acontecendo no sótão da tal prisão.

O experimento se tornou muito real: os prisioneiros se transformaram rapidamente em pessoas submissas e depressivas, e com a mesma rapidez os guardas se transformaram em pessoas sádicas, abusadoras e cruéis.

Estas pessoas incorporaram tanto seu papel que adotaram comportamentos dominantes e autoritários para com seus companheiros. Eles não tinham sido instruídos a nada, simplesmente lhes foi dito que agissem de acordo com “guardas” ou “prisioneiros”. Mas o efeito Lúcifer se apoderou deles…

 Assim como o livro que leva o título homônimo, o efeito Lúcifer ocorre como consequência de situações que favorecem o poder social, pois estas facilitam a condução ao caminho do mal.

A maioria de nós sucumbiríamos ao lado escuro se nos ocorressem as condições que favorecem tal comportamento. Dessa forma, nossa identidade é tirada de nós e nos pressiona, de alguma forma, a exercer violência e opressão.

O experimento de Stanford levado à telona

A indústria cinematográfica quis levar este impactante estudo ao cinema, produzindo o filme “A Experiência”.

Não restam dúvidas de que o ser humano guarda, em si mesmo, a mais imensa bondade e a mais aterrorizante e sinistra maldade. Isso é algo que estamos cansados de ver diariamente em nossas vidas. Sem ir muito longe, podemos ver isso diariamente nos jornais da TV.

No entanto, somente uma pessoa boa pode evitar que a maldade penetre em seu interior e, assim, reconduzir seu caminho. Porque nos tornando conscientes disso, é possível mudar e até mesmo controlar o efeito Lúcifer…

FONTE: http://amenteemaravilhosa.com.br/efeito-lucifer-boas-pessoas-tornam-se-ruins/

Violência psicológica é a forma mais subjetiva de agressão contra a mulher

violencia psicologica

Por Andréa Martinelli

Diferente do que se imagina, não é preciso ser agredida fisicamente para estar em uma relação violenta. Algumas palavras e atitudes podem ferir a autoestima de uma mulher tanto quanto. E isso tem nome: violência psicológica. Esta é a forma mais subjetiva e, por isso, difícil de identificar.

Para romper esse silêncio, desde 1981 o movimento feminista comemora em 25 de novembro, o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgados na última semana, uma em cada três mulheres é vítima de violência no mundo. E esta violência, de tão latente, chega a ser classificada entre: física, sexual, moral e psicológica.

Por ser subjetiva e, por isso, de difícil identificação, a violência psicológica, na maioria dos casos, é negligenciada até por quem sofre – por não conseguir perceber que ela vem mascarada pelo ciúmes, controle, humilhações, ironias e ofensas.

Segundo definição da OMS ela é entendida como:

Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
“Em uma briga de casal, o agressor normalmente usa essa tática para fazer com que a parceira se sinta acuada e insegura, sem chance de reagir. Não existe respeito”, explica Maria Luiza Bustamante, chefe do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro ao GNT.

Esse tipo de violência normalmente precede a agressão física que, uma vez praticada e tolerada, pode se tornar constante. Na maioria das vezes, o receio de assumir que o casamento ou o namoro não está funcionando ainda é um motivo que leva mulheres a se submeter à violência – entre todos os tipos e não apenas a psicológica.

Como identificar?

Dificilmente a vítima procura ajuda externa nos casos de violência psicológica. A mulher tende a aceitar e justificar as atitudes do agressor, protelando a exposição de suas angústias até que uma situação de violência física, muitas vezes grave, ocorra.

A violência psicológica acontece quando ele…

#1. Quer determinar o jeito como ela se veste, pensa, come ou se expressa.

#2. Critica qualquer coisa que ela faça; tudo passa a ser ruim ou errado.

#3. Desqualifica as relações afetivas dela: ou seja, amigos ou família “não prestam”.

#4. A xinga de “vadia”, “imprestável”, “retardada”, “vagabunda”…

#5. A expõe a situações humilhantes em público.

#6. Critica o corpo dela de forma ofensiva, e considera como uma “brincadeira”.

…entre outras formas de violência que são subjetivas e que, muitas vezes, passam despercebidas no dia a dia.

Fonte: http://www.contioutra.com/violencia-psicologica/#ixzz4GqOnxgbH

Ator de Prison Breake desabafa após ganhar de peso e virar piada na internet

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O que acontece quando um cara que costuma a ser saradão engorda e a foto cai na internet? Surge a famosa montagem lado a lado expondo o antes e depois da pessoa. Mas como só a comparação malvada não basta, surgiram também memes sobre o assunto. E enquanto todos se divertiam, ele pensava em suicídio. Veja só o desabafo abaixo.

Wentworth Miller, conhecido por ser o protagonista de Prison Break, publicou um desabafo no Facebook há algumas semanas criticando uma brincadeira que surgiu por conta do seu peso atual.

A legenda era: “Quando você sai da prisão e descobre o monopólio do McDonald’s

Passado alguns dias da sua publicação, ele escreveu um desabafo em sua página que já ultrapassa os 700 mil likes. Vale a pena ler:

Hoje eu virei um meme. E não foi a primeira vez. Este, no entanto, é diferente dos outros — em 2010, eu estava semi-aposentado, e estava me mantendo longe da mídia por inúmeros motivos. O primeiro e mais importante deles era porque eu era suicida

Este é um assunto que eu já falei sobre, escrevi sobre e compartilhei com vocês. Mas, na época, eu sofri em silêncio, como muitos fazem. O tamanho da minha luta era conhecida apenas por muito, muito poucos. Envergonhado e com dor, eu me considerava um ‘objeto estragado’. E as vozes na minha cabeça me conduziam até o caminho da autodestruição. Não pela primeira vez. 

Eu luto contra a depressão desde criança. É uma batalha que consome o meu tempo, minhas oportunidades, meus relacionamentos e milhares de noites mal dormidas. Em 2010, no ponto mais baixo da minha vida adulta, eu estava procurando qualquer tipo de alívio/conforto/distração. E eu a encontrei na comida. Poderia ter sido qualquer coisa — drogas, álcool, sexo. Mas comer se tornou a única coisa que eu esperava ansiosamente. Eu contava com ela para aguentar o dia. Em um determinado período, o ponto alto da minha semana era comer a minha receita favorita e assistir a um novo episódio de TOP CHEF. Às vezes isso era o suficiente. Precisava ser o suficiente. 

Então, é claro, eu engordei. Grande m*rda. Um dia, enquanto saí para caminhar com um amigo em Los Angeles, nós cruzamos com uma equipe filmando um reality show. Ignorando a minha presença, paparazzi estavam circulando. Eles tiraram fotos minhas, e estas mesmas fotos foram publicadas junto com imagens de uma outra época da minha carreira: “De Gato a Gordinho”, “De Em Forma para Flácido”, etc.

Minha mãe tem um daqueles ‘amigos’ que são sempre os primeiros a darem más notícias. Ele recortou um desses artigos de uma revista conhecida e mandou para ela pelo correio. Ela me ligou, preocupada. Em 2010, lutando pela minha saúde mental, era a última coisa que eu precisava

Resumindo, eu sobrevivi. Assim como essas fotos — e eu estou contente. Agora, quando eu vejo esta imagem minha, usando uma camisa vermelha e com um raro sorriso no rosto, eu me lembro da minha batalha. Minha resistência e minha perseverança ao enfrentar todos os tipos de demônios. Alguns internos, outros externos. 

Como um dente de leão nascendo no meio do concreto, eu persisto. De qualquer forma. Ainda. Apesar de. Eu preciso admitir, foi difícil respirar quando vi esse meme aparecer nas minhas redes sociais pela primeira vez. Mas, como tudo na vida, eu pude redefinir seu significado. E o significado que eu projetei nesta imagem é de força. Cura. Perdão. Minha e dos outros. 

Se você ou alguém que você conhece está lutando, ajuda está disponível. Fale algo. Mande mensagens. Mande e-mails. Pegue o telefone. Alguém se importa. Eles estão esperando ouvir notícias suas. Muito amor“.

 Fonte: www.hypeness.com.br/2016/03/o-que-podemos-aprender-com-a-mensagem-do-ator-de-prison-break-que-virou-meme-apos-engordar/

Carta de uma mãe/pai de autista para os professores de seu filho

carta filho autista

Caro(a) Professor(a)

Talvez você me ache ansiosa. Estou sempre fazendo perguntas na saída e geralmente passo um milhão de recomendações do que fazer ou deixar de fazer. Na agenda, escrevi mais de mil telefones de contato, vivo mandando recadinhos e fazendo perguntas. Talvez você me ache chata demais, ou pouco confiante em seu trabalho. Não é isso!

Foram muitas vezes que eu e meu filho não fomos bem recebidos em instituições de ensino. Muitos viam minha pequena joia rara como um problema e eu não compreendia como as pessoas não conseguiam ver que conviver com meu pequeno era uma sorte, uma dádiva. Depois da palavra “autismo”, a receptividade mudava.

Quando meu filho era apenas um filhotinho, um pinguinho de gente, eu ficava imaginando o primeiro dia de escola: ele de uniforme, com sua pequena mochilinha, indo de mãos dadas com a professora. Perguntava-me se ele ia chorar, se ia gostar, se ia ser difícil adaptá-lo. Mas nada na vida me preparou para o preconceito que vejo nos olhos de tantos educadores e profissionais do ensino quando digo que meu filho é autista. Sentir acolhimento sempre me pareceu algo intuitivo das escolas, mas hoje o que sinto diante das instituições de ensino é justamente o oposto.

A impressão que tantas instituições de ensino passam a nós, pais de crianças autistas, é que ter nossos filhos matriculados não é felicidade, mas um peso a ser carregado. A incompreensão da criança autista, de suas peculiaridades e sua capacidade é enfrentamento constante em nossa jornada.  Vivemos em uma sociedade que ainda não entende quão incríveis são as crianças com TEA, o potencial que elas têm. Nós, pais de crianças autistas, estamos tentando mudar essa realidade com todas as armas que temos, mas confesso ser uma luta por vezes cansativa e desgastante.

No meio desse cenário, diante de tão pouca receptividade de crianças autistas tão lindas como meu filho, acabei por me tornar uma pessoa um tanto quanto receosa sobre como o mundo trata meu pequeno. Não é falta de confiança com o seu trabalho, mas sim o que me tornei diante de um mundo tão pouco compreensivo.

Minha ansiedade é fruto de um coração machucado. Ferido pelo preconceito, pela incompreensão, pela opinião baseada no desconhecimento. Tudo que os pais querem é que o mundo abrace seu filho com carinho, embora saibamos que a vida em sociedade pode ser um pouco cruel. No meu caso, a vida se mostrou cruel com meu filho já na procura de escolas, embora meu pequeno ainda seja inocente demais para perceber tais crueldades.

Sempre achei que a escola fosse ambiente de acolhimento, que os professores fossem preparadores de cidadãos justos e conscientes, mas nos últimos anos percebi que nem sempre é  assim. Comecei a notar que existem escolas particulares que procuram apenas o lucro com o mínimo de trabalho, sentindo-se ameaçadas pela possibilidade de lidar com o diferente – afinal, talvez o diferente exija mudanças, exija mais empenho, exija dedicação. Comecei a notar que escolas públicas muitas vezes são reflexos de uma política governamental em que o incentivo à inclusão muitas vezes esbarra na falta de interesse em maiores investimentos na educação. Comecei a notar que nem todos os educadores querem preparar cidadãos, mas apenas passar o conteúdo determinado. Acreditar na escola como educadora, como inclusiva, como ponte para o desenvolvimento virou um desafio em um meio tão hostil a pais de crianças com necessidades especiais.

Talvez você e a escola que hoje recebem meu filho não estejam preparados para realizar a inclusão, mas tenho certeza que, com boa vontade, dedicação, estudo e amor, podemos transformar a inclusão em realidade, e fazer o meu (agora “nosso”) pequeno  evoluir muito. Procurar adaptar materiais, oferecer tutor, pensar em formas de lecionar que atendam crianças atípicas e típicas pode parecer um trabalho extra que não se teria com uma sala apenas de alunos típicos. Mas eu garanto para você que essas medidas o permitirão fazer parte do desabrochar de tantas crianças ditas “deficientes” e, a partir daí, conhecer uma importância do educador que sequer você conhecia: construir uma sociedade melhor para todos.

Meu querido professor, minha chatice e ansiedade são porque sei que o papel que você tem na vida de meu filho é fundamental. Você com certeza estará na memória de tantas crianças e pais de crianças típicas. Mas, ao incluir meu filho, você estará na história dele como pilar fundamental para seu desenvolvimento, e toda a conquista a partir de você terá você como parte fundamental. Quando (porque eu acredito) meu filho estiver inserido na sociedade, ele deverá isso a você. E eu nunca lhe esquecerei.

Então, espero que me compreenda. Compreenda meu coração apertado, meu falar demais, meus medos, minhas angústias. Espero que entenda que estou depositando uma criança linda e com um grande potencial em suas mãos. Ou mais: que estou depositando minha própria vida em suas mãos, já que esse aluninho em sua sala é o centro de meu universo; é mais do que eu, é mais do que minha alma – ele É minha alma.

Às vezes ele pode ser difícil, pode se jogar no chão, fazer birra. Quem sabe ele responda algo que não se espera. Talvez ele não entenda a atividade que você passa porque ele tem um jeitinho todo especial de pensar. É bem possível que ele queira sair andando pela sala, e não atenda aos seus chamados de imediato. Quando isso acontecer, peço que compreenda que, por trás desses comportamentos, existe uma alma tão pura, mas tão pura que não se importa com que os outros pensam dela. O autista é diferente de nós, tão preocupados com o pensamento dos outros.  Autistas se guiam pela alma e, por isso, muitas vezes têm dificuldade com o convívio social. Não se encontra maldade ou tramas sociais em suas ações. Talvez por isso que sejam apelidados de anjos azuis.

Quando você escolheu ser educador, tenho certeza que não foi pelo dinheiro, porque sabemos que existem outras profissões que poderiam lhe conferir melhor remuneração. Assim, tenho certeza que, quando era jovem e foi prestar vestibular, havia uma empolgação juvenil em seu peito de mudar o mundo pela educação. Talvez o contato direto com o mercado de trabalho, por vezes tão cruel, o dia a dia tão desgastante do trabalhador brasileiro e quem sabe a falta de estrutura tenha apagado um pouco esse sentimento. Mas eu lhe garanto: você pode mudar o mundo; ou pelo menos o mundo do meu filho. Quem sabe mudar o mundo de meu filho seja pouco perto de tantas crianças aí fora, mas lhe garanto que, para ele e para mim, isso é tudo.

Então, caro professor, meu pedido sincero é que deixe meu filho fazer você se apaixonar por ele. E você vai! Acredite em seu potencial. Porque ele tem muito! E principalmente saiba que eu concordo com aquele espírito juvenil que o fez escolher essa profissão. Você realmente pode mudar meu mundo!

Com todo carinho

Pais de crianças autistas.

FONTE: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/diario-de-autista/carta-ao-professor/

16 coisas que ninguém te conta sobre tomar antidepressivos

Membros do BuzzFeed Community contaram o que gostariam que as pessoas soubessem sobre antidepressivos.

Consulte sempre um médico para avaliar questões acerca da sua saúde e bem-estar. As postagens do BuzzFeed são feitas com o propósito de informar e não substituem um diagnóstico médico, os tratamentos prescritos ou o aconselhamento de um profissional de saúde.

1. Antidepressivos funcionam de formas diferentes para cada um.

Antidepressivos funcionam de formas diferentes para cada um.

Haejin Park for BuzzFeed / Via buzzfeed.com

“Eu queria que as pessoas soubessem que os antidepressivos não vêm em modelo único. Existem diferentes tipos que funcionam de forma diferente para cada pessoa. Você passa por altos e baixos, lida com os efeitos colaterais, sempre esperando encontrar qualquer coisa que ajude.”

2. E às vezes exigem muita tentativa e erro para encontrar a opção certa.

E às vezes exigem muita tentativa e erro para encontrar a opção certa.

“Eu tomo e paro de tomar antidepressivos há 16 anos, e experimentei pelo menos 12 medicamentos diferentes. Às vezes, os efeitos colaterais podem causar mais problemas e, às vezes, a medicação não ajuda em nada. É tudo tentativa e erro até encontrar um que funcione e que o plano de saúde cubra.”

3. É exatamente como tomar remédios para qualquer doença física.

É exatamente como tomar remédios para qualquer doença física.

“Um professor me disse uma vez: ‘Eu tomo remédio para artrite. Se não tomasse, eu não conseguiria viver a vida como eu vivo. Não tem nenhuma diferença em tomar antidepressivos para a depressão.’”

4. Elas não são pílulas mágicas que deixam você feliz o tempo todo.

Elas não são pílulas mágicas que deixam você feliz o tempo todo.

Accentibles / Via etsy.com

“Todo mundo tem seus dias bons e seus dias ruins. Os remédios com certeza ajudam a deixar você mais dinâmico e resistente ao encarar dificuldades, mas todos têm momentos difíceis. Uma combinação de antidepressivos, aconselhamento, estilo de vida saudável e uma forte rede de suporte é crucial para o sucesso para algumas pessoas.”

5. Sim, eles podem afetar seu impulso sexual.

Sim, eles podem afetar seu impulso sexual.

“Eu comecei a tomar antidepressivos para tratar enxaquecas anos antes de me tornar sexualmente ativa, então eu não sabia a diferença. Não importa o quanto o sexo fosse ótimo, eu levei oito anos para finalmente chegar ao clímax com alguém além de mim mesma.”

6. “Você está sem medicação?” é basicamente a pergunta mais irritante e inapropriada que existe.

"Você está sem medicação?" é basicamente a pergunta mais irritante e inapropriada que existe.

“As pessoas que usam antidepressivos continuam tendo emoções. Só porque elas estão tristes ou com raiva não significa que elas não estão sob medicação. É ofensivo ignorar os sentimentos de alguém, que são totalmente válidos, e dizer coisas como: ‘Você esqueceu de tomar seu remédio?’”

7. Os primeiros dias tomando antidepressivos podem ser bem difíceis.

Os primeiros dias tomando antidepressivos podem ser bem difíceis.

“A forma como você se sente quando começa a tomar antidepressivos não é necessariamente como você vai se sentir sempre enquanto os toma. Os primeiros dias são dramáticos, enquanto seu corpo descobre como lidar com essa nova entrada de substâncias químicas. A primeira vez que eu tomei Lexapro foi como se se as emoções tivessem sido cortadas na raiz, como se eu não pudesse SENTIR nada, e foi assustador. Mas depois de uma semana, meu corpo se ajustou e eu comecei a me sentir como antes, mas ainda melhor. Isso é algo que pode levar semanas. Portanto, se você não estiver gostando de como se sente imediatamente, seja paciente.”

8. Você não precisa chegar ao fundo do poço para precisar deles.

Você não precisa chegar ao fundo do poço para precisar deles.

“Quando eu comecei a tomar antidepressivos, meu namorado na época me disse que eu não estava ‘mal’ o bastante para tomar. Ninguém além de você mesmo compreende o que você está passando mental e fisicamente. Não existe um grau de ‘mal’ em que é aceitável tomar a medicação. É o que você e o seu médico acreditam que é o certo para você e para ajudar.”

9. Você não necessariamente vai precisar deles para sempre.

Você não necessariamente vai precisar deles para sempre.

Kelsey / Creative Commons / Via Flickr: kelseyweaverphotography

“Eu tive um médico que descreveu meus antidepressivos como um gesso: você quebra a perna, então precisa usar um gesso para segurar e ajudar a curar. Você combina isso com fisioterapia para fortalecer sua perna e voltar à forma saudável. Você pode fazer a mesma coisa com antidepressivos. Tome-os, combine-os com terapia e, então, conforme você vai se descobrindo, colabore com seu médico para chegar a um ponto em que você não precisará mais do medicamento.”

10. Mas se você precisar deles por um longo tempo, também não há nada de errado nisso.

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“Quando eu comecei a tomar antidepressivos, eu pensei que o objetivo final era me livrar deles. Toda vez que eu começava a me sentir melhor, eu parava de tomar meus remédios e as coisas pioravam de novo, porque os antidepressivos eram arazão de eu me sentir melhor. Talvez um dia eu pare de tomar, mas eu estou bem mesmo sem saber quando.”

11. Eles não são feitos para transformar você em zumbi.

ABILIFY / Via beenwandering.tumblr.com

ABILIFY / Via beenwandering.tumblr.com

“Antes de tomá-los era como se eu estivesse vivendo embaixo de um peso que eu não conseguia levantar, não importa o quanto eu tentasse. Quando os antidepressivos começaram a funcionar, eu lembro claramente de pensar ‘Nossa, é isso que são as emoções!’ Os antidepressivos me ajudam a ter humores ‘normais’. Isso significa que eu tenho toda a gama de emoções, de boas a más. Eu simplesmente tenho mais controle sobre elas agora.”

12. Eles nem sempre são usados para tratar depressão.

Eles nem sempre são usados para tratar depressão.

Diego_cervo / Getty Images

“Eu comecei a tomar por causa de enxaquecas crônicas. Desde que eu comecei a tomar a medicação, eu durmo melhor e não sofro constantemente com a dor das enxaquecas.”

13. Antidepressivos não necessariamente reprimem sua criatividade.

16 coisas que ninguém te conta sobre tomar antidepressivos
Disney / Via disney.tumblr.com

“Toda a ideia romantizada do ‘artista deprimido’ me deixa MALUCA. NÃO evite tomar medicamentos só porque você pensa que eles vão acabar com a sua criatividade. A depressão mal deixa você sair da cama, quanto mais criar arte. Os antidepressivos me ajudam a ser a artista que eu quero ser.”

14. E eles não dão apenas uma “falsa felicidade.”

E eles não dão apenas uma "falsa felicidade."

daniel julià lundgren / Creative Commons / Via Flickr: kiwoo

“Eu odeio quando as pessoas dizem alguma coisa como ‘Eu odiaria depender de remédios para ser feliz’ ou ‘ficar feliz enquanto toma antidepressivos não é felicidade de VERDADE.’ Me diga isso enquanto eu estou rindo com meus melhores amigos, ou tendo o melhor dia da minha vida viajando (duas coisas que eu não conseguiria fazer se não tivesse minha medicação). Minha medicação simplesmente permite que eu realmente SINTA felicidade de novo, ela não cria felicidade.”

15. Eles não mudam quem você é – mas eles podem ajudar você a ser a versão melhor e mais capaz de si mesmo.

Eles não mudam quem você é – mas eles podem ajudar você a ser a versão melhor e mais capaz de si mesmo.

Flo Perry / BuzzFeed / Via buzzfeed.com

“Aos 15 anos, eu me recusava a tomar antidepressivos por eu achava que eles iriam mudar minha mentalidade e essência e me transformar em uma pessoa diferente. Depois de tomar, eu percebi que não é nem um pouco verdade. Na verdade, eles revelaram quem eu era e quem eu poderia ser.”

16. E, por último, tomar antidepressivos não faz de você um fraco.

E, por último, tomar antidepressivos não faz de você um fraco.

“Pedir ajuda quando você acha que não consegue seguir adiante é uma das maiores demonstrações de força que você pode fazer.”

FONTE: http://www.buzzfeed.com/annaborges/16-coisas-que-ningunm-te-conta-sobre-tomar-antidep#.cbbLLmlgg