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Sofrer não é normal e a faculdade se torna um peso

21-07-17-01

“A universidade me adoeceu, me mudou, me fez sentir que não sou capaz”. Grandes expectativas. Aulas em dois turnos nos cursinhos pré-vestibulares. A vontade e curiosidade de saber o que vem depois do Ensino Médio. A ideia das faculdades que filmes hollywoodianos apresentam é um tanto quanto exagerada. O período em que o jovem está se tornando adulto e cidadão  era para ser algo enriquecedor, encorajador. Na realidade, torna-se um período em que emergem sentimentos de incapacidade que podem acarretar doenças sérias.

Atualmente inúmeros jovens sofrem com doenças psíquicas e transtornos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% dos adolescentes brasileiros sofrem de depressão. Estudos da psiquiatria da Universidade Federal de Minas Gerais apontam que a desconfiança do próprio desempenho, insônia, estresse psíquicos, transtornos mentais menores podem se desenvolver para distúrbios mais graves entre os universitários.

Uma pesquisa realizada com 100 graduandos apontou que 68% dos estudantes desenvolveram algum distúrbio físico ou psicológico no período universitário, como depressão, ansiedade, gastrite, pânico, crises de enxaqueca, insônia, entre outras. Ela foi desenvolvida pelas autoras desta reportagem como exercício na disciplina de Jornalismo III, sob responsabilidade da professora Glaíse Palma. Partiu-se da hipótese de que a faculdade estava provocando processos de adoecimento entre os acadêmicos. Através um questionário para veiculação on line, com a opção de identificar ou não quem respondeu, foram obtidas em três dias, 100 respostas anônimas. Os dados evidenciaram que a realidade era pior do que a imaginada inicialmente.

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“ Após entrar para a universidade, desenvolvi depressão e ansiedade, tomei antidepressivos por algum tempo, passei a me sentir melhor e parei com a medicação. Nos últimos tempos me sinto mal novamente, tenho crises fortes de ansiedade onde não consigo respirar. Também tenho crises de choro semanais, que em alguns períodos se torna diária. Penso muitas vezes em largar o curso e ir embora da cidade ou que gostaria de ficar muito doente para poder parar com a faculdade por um tempo. Estou pensando em procurar auxilio psicológico”. Depoimento anônimo.

Segundo o coordenador do serviço de triagem do Programa de Atenção Integrada em Psicologia (PAIP), Carlos Décimo, a universidade pode ser cansativa e desgastante. Porém, ele ressalta que depende de como a pessoa chega na universidade – às vezes cansada e estressada -, e como lida com os trabalhos e provas. O aluno pode se sentir inseguro, diante de algumas práticas e exercícios. Como  também nas disciplinas do curso, alguns gostam outros não.

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A subjetividade de cada um

O desenvolvimento de transtornos não é, necessariamente, desencadeado pela universidade. “A pessoa tem suas circunstâncias e suas patologias, ao entrar na faculdade, pode potencializar esse transtorno. Por exemplo, um jovem que tem fobia social, medo de ser analisado pelo outro, quando entra na universidade ele é posto em público, aos olhos do outro e,então, ele tem que apresentar trabalhos, se expor, e não consegue”, explica Décimo. “Já existia a doença e , assim,  a evidenciamos”. Isso pode ser percebido em determinadas situações que desencadeiam o transtorno. Entre os fatores que desencadeiam  esses processos está o estimulo à competição entre os estudantes, que parte dos professores promovem durante o curso, nas aulas, nos trabalhos, nas provas. Para o psicólogo, o conceito de capacidade e inteligência vem mudando, não tem como saber tudo ou ser o melhor em tudo, temos áreas que dominamos melhor, atividades que desenvolvemos melhor. “Mas inteligente no quê? Para que? Ou ser bom no quê? As pessoas não serão competentes em tudo. Acabamos vendo áreas nas quais temos mais facilidades, que temos mais habilidades. Essa questão de ser o melhor em tudo precisa ser revista ”, afirma ele.

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Para a estudante de psicologia, Ana Carolina Bragança, sem dúvida, o ambiente acadêmico é um fator que pode elevar o estresse e a ansiedade. Algumas vezes, as exigências neste meio são maiores do que deveriam. Muitas veze, o estudante acaba por abdicar das horas de sono, de bem-estar, das atividades de lazer e de fazer coisas do seu gosto por falta de tempo. A alta demanda vinda da universidade causa ou aumenta o estresse, advindo com a ansiedade de completar tarefas dentro de um prazo que nem sempre pode ser flexível.

“Ter responsabilidades e exigências no mundo acadêmico é natural, porém, quando este invade outras áreas da vida ou faz abrir mão de muitas coisas para atender a ele, algo pode estar equivocado, até mesmo nas formas de avaliação dos professores. O estudante possui várias disciplinas as quais tem que conciliar e empenhar-se para obter o mínimo de êxito”, aponta a estudante. Ana Carolina acredita que, tanto as instituições quanto o quadro docente, deveriam estar mais atentos ao contexto de vida dos acadêmicos, que têm suas obrigações também e, às vezes, extrapola nestas. Pode haver diálogo entre alunos e professores. A estudante afirma que em situações em que fica difícil suportar, ou prejudica de alguma forma a saúde mental do universitário, pode existir um acordo  que fique bom e coerente para os dois lados. “Esta seria uma forma de lidar com as desavenças e  não deixando de realizar atividades fora da vida acadêmica que lhe proporcionem bem-estar”, completa.

“Tive uma crise de ansiedade em sala, e após o período de atestado, fui ridicularizada por professores e colegas”, depoimento anônimo.

Sintomas de que as coisas não vão bem por dentro

É importante entender que a indução a acreditar em determinados comportamentos tais como ansiedade constante e privação de sono sao normais e fazem parte desse período da vida, é equivocada. Eles não são normais e são prejudiciais à saúde. É necessário estar atentos para sinais que surgem no cotidiano e são alertas de que algumas coisas podem não estar indo bem.

Psicólogos alertam para alguns sintomas que merecem atenção, como: agitação, irritabilidade, ansiedade, culpa, sofrimento emocional, choro excessivo, fadiga, fome excessiva ou falta de apetite, insônia, pensamento suicida, etc. Caso perceba se perceba esses sinais em si próprio ou em algum (a) amigo (a), procure algum tipo de ajuda. Conversar sobre o que está sentindo pode ser libertador. Muitas pessoas estão sentindo o mesmo.

Culpa é um dos sintomas que merecem atenção. (Crédito: Juliano Dutra – Laboratório de Fotografia e Memória)

Já sofria com a ansiedade e a depressão antes de entrar na Universidade, mas após o ingresso as coisas só pioraram. Quando fico sobrecarregada, me sinto muito nervosa, causando até mesmo efeitos físicos. Já deixei de estudar diversas vezes e de entregar trabalhos por esse motivo. Numa vez, até mesmo reprovei numa disciplina, pois tive uma crise durante a prova e a entreguei em branco, pois não conseguia reagir de nenhum jeito. Fui ao psiquiatra, recebi atestado, mas o professor não aceitou. Então, reprovei na disciplina. ”, depoimento anônimo.

Há professores que não estão preparados para receber alunos, que têm alguma fobia social, ansiedade ou depressão. “São profissionais que não estão acostumados com esse tipo de situação ou com alunos que tenham esses transtornos”, afirma Carlos Décimo. Então, é preciso trabalhar essa questão com os docentes. O Laboratório de Práticas de Psicologia pretende fazer um projeto que auxilie os professores a lidar com isso.

“Queria participar dum grupo de pesquisa. No entanto faltei alguns encontros, porque estava com crises de ansiedade. Tentei explicar para o professor ele disse que não queria alguém como eu no grupo dele e me mandou procurar um psiquiatra. Tive que ir embora da aula de tanto que chorei. E também, odeio tanto quando as pessoas se sentem orgulhosas por passarem a noite a base de café fazendo trabalho e quando tu não concordas com isso te acham preguiçosa e irresponsável. ”, depoimento anônimo.

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O vestibular passou e o estudante  foi aprovado. O que vem agora?

Durante o Ensino Médio os alunos são preparados incansavelmente para prestar vestibular. É o início de uma vida rodeada de cobranças. A pressão para entrar numa universidade é tão grande que muitos estudantes começam a desenvolver problemas psicológicos que poderão acompanhá-lo no decorrer da graduação. Muitos quando se inserem no Ensino Superior acabam se frustrando com a realidade da nova rotina. A universidade pode ser bem diferente da versão romantizada que foi construída na escola.

As dificuldades, os trabalhos, provas, cobranças, a insônia, exames, a falta de tempo e a incerteza sobre a escolha para a futuro, podem desmotivar os estudantes e serem o começo para problemas mais graves no futuro.

“Estou no primeiro semestre e senti uma enorme diferença do ensino médio para o ensino superior, eu tento acompanhar, mas é muito complicado, minhas notas estão ruins, mas eu sei o conteúdo. Então tem algo errado, o estresse é tão grande que faço tudo errado na hora da prova”, depoimento anônimo.

O que fazer para lidar com o estresse?

Não é fácil lidar com as cobranças que surgem na faculdade, sejam elas pessoais, familiares, ou dos professores. Mas é preciso encontrar meio de lidar com as emoçções ruins para seguir os estudos sem mais problemas. Especialistas indicam as seguintes atitudes:

  • Conheça seus limites. Saiba o momento de parar e reconheça que todos têm limites, ninguém é obrigado a ser bom em tudo o tempo todo.
  • Manter o sono em dia é fundamental para um bom rendimento na faculdade – e na vida.
  • Alimente-se bem
  • Faça exercícios físicos
  • Reserve um tempo para você. Leia um livro, assista um filme ou uma série. O importante é fazer algo que te dê prazer.
  • Ouça músicas que você gosta. Cantar a plenos pulmões e dançar loucamente são ótimas atividades para relaxar o corpo e a mente.
  • Planeje seus dias e atividades. Uma boa organização das tarefas e horários faz com que você tenha controle do que está acontecendo.

“Às vezes fico triste por não tirar uma nota boa, ou frustrado por não cumprir uma meta que estabeleço. Entretanto, não costumo levar isso até meu limite psicológico, pois sei que isso não é saudável. Por isso, tenho consciência de que a vida acadêmica pode ser desgastante para a saúde mental”, depoimento anônimo.

(Fonte: http://centralsul.org/2016/sofrer-nao-e-normal-quando-a-faculdade-se-torna-um-peso/)

Como o tédio pode ajudar seu filho a se tornar uma criança auto-suficiente

17-07-17-01

Férias chegando e a gente já começa a ter palpitações nervosas só de pensar como vamos fazer para deixar as crianças ocupadas, colônias de férias, hotéis com atividades infantis, talvez um cursinho de artes ou culinária?

Opções com precinhos bem salgados para preencher o tempo das crianças não faltam.  Mas psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil são unânimes: manter a agenda infantil lotada durante das férias não é apenas desnecessário, como pode até evitar que os pequenos descubram o que eles realmente gostam de fazer.

Ser um adulto bem sucedido, não significa apenas ter um trabalho bacana, mas saber ocupar e preencher o tempo livre com atividades que gerem felicidade. “Se os pais estão sempre preenchendo eles mesmos a agenda dos filhos, os filhos não tem a oportunidade de aprender a a preencher as lacunas eles mesmos”, explica Lyn Fry, psicóloga infantil baseada em Londres.

A internet e todas suas possibilidades podem ter minguando nossas chances de sentir tédio, mas especialistas vem discutindo a importância de fazer nada há décadas. Não ter nada para fazer nos dá uma chance para contemplar a vida e descobrir nossos interesses. Tédio e imaginação estão ligados: a monotonia ajuda a desenvolver um “estímulo interno” que possibilita a verdadeira criatividade.

Tudo muito interessante, principalmente se não tem uma criança correndo atrás de você, com a cara mais triste do mundo e fazendo a pergunta mais temida de todas: “O que eu posso fazer agora?”

Em entrevista, para o site Quartz, a psicóloga Lyn Fry sugere que ao começar as férias os pais sentem com o filhos, pelo menos com os maiores de 4 anos, e escrevam juntos uma lista com tudo que eles acham que podem gostar de fazer durante o tempo livre. Podem ser atividades simples como: jogar um jogo, ler um livro, desenhar ou dar um passeio de bicicleta mas também ideias mais elaboradas como preparar uma refeição, organizar uma peça de teatro ou praticar fotografia.

Quando a criança reclamar que não tem o que fazer, pegamos a lista e damos uma olhada junto com eles. Segundo Lyn, desta forma nós passamos a responsabilidade para a criança: “Isso é o que eu decidi fazer, o que eu gostaria de fazer”

É bem possível que o o exercício da lista não resolva sempre e de prontidão a questão do tédio. Mas o que pode nos tranquilizar diante da carinha de descontentamento dos pequenos é que, diferente do que este mundo cheio possibilidades nos leva a acreditar, não ter o que fazer não é tempo perdido.

As crianças precisam de tempo para parar e observar seu entorno. Precisam de tempo para imaginar e desenvolver seus próprios pensamentos e assimilar as experiências de suas vidas brincando ou apenas observando o mundo ao redor delas.

“Não há nenhum problema em se entediar”, diz Fry. “Não é um pecado. As crianças tem que se auto-motivar a fazer coisas. Tédio faz com que as crianças se tornem autônomas”. A ideia é que eles aprendam a enfrentar a monotonia de maneira produtiva.

Afinal, quem nunca sentiu tédio nesta vida?

(Fonte: http://tudosobreminhamae.com/blog/2017/6/23/frias-tranquilas-a-importncia-do-tdio-para-criar-crianas-auto-suficientes)

Descobri que meu filho está roubando. E agora?

23-06-17-01

 

Como corrigir esta conduta? Que sanções aplicar?

Notar que seu filho abriu sua carteira e pegou dinheiro sem a sua permissão é uma das experiências mais desagradáveis que os pais podem viver. Como uma criança inocente, que brinca e ri,é capaz de fazer uma coisa dessas? A tentação de recorrer ao castigo é fulminante, além de ser compreensível, sobretudo quando se teme que, se o filho não for corrigido a tempo, pode sentir o peso menos carinhoso da justiça quando ele for adulto.

Alguns pais se frustram, pensando onde teriam fracassado. Outros se culpam, pensando que os filhos lhes enganam porque não se sentem queridos ou não têm a confiança necessária para expor suas necessidades aos pais. E não é raro que a situação gere discussão entre pais e mães, que tentam identificar o “culpado” do “mau exemplo”.

O primeiro passo é manter a calma

O fato de uma criança ou um adolescente roubar seus pais é algo que pode acontecer por diversos motivos durante o desenvolvimento evolutivo. A criança está evoluindo no plano moral e passa por etapas diferentes, em que aprimora a sua capacidade de raciocínio e de responder por suas condutas. Não se pode criminalizar uma criança de quatro anos que pegue algo que não lhe pertença. Também não se pode compará-la a um adolescente que rouba seus pais por rebeldia.

A psicologia evolutiva demonstra que, até os seis anos mais ou menos, a criança ainda não tem uma consciência muito clara sobre a moral. Mas isso também depende de cada criança, de seu caráter e sua maturidade. Nesta etapa, os pequenos imitam comportamentos, buscando a adaptação com o ambiente e copiando os modos dos outros.

A partir dos sete anos, geralmente há um desenvolvimento cognitivo suficiente que permite uma maior consciência dos próprios atos e do valor e implicações morais dos gestos e atitudes.

Não condenar a criança

Depois de compreender esta escala evolutiva da educação moral, é importante nunca qualificar moralmente a criança, principalmente quando ela tem pouca idade. Nunca se deve chamar um menino de “ladrão”, mas, sim, estimulá-lo a melhorar seu comportamento, para que seja uma pessoa melhor.

O mais importante, sempre, é a educação preventiva. Ou seja: é preciso educar nos valores do respeito e da sinceridade para que a criança tenha as motivações internas necessárias para evitar esse tipo de comportamento e, sobretudo, para se sentir mais motivada a distinguir o bom comportamento dos estilos de vida negativos.

Educar na autonomia moral

Como uma criança aprende os valores morais? Em princípio, por imitação. Depois, de acordo com a inteligência que vai desenvolvendo e, graças à interação com os diversos contextos sociais (escola, família e amigos), a criança vai chegando, pouco a pouco, à verdadeira autonomia moral e à capacidade de juízo pessoal.

Portanto, a chave principal para educar nos valores está, em primeiro lugar, na família: os valores devem ser vividos em casa, antes de serem verbalizados em uma explicação para as crianças. Elas não têm falsidade: se virem que seus pais têm uma relação ambígua com a honestidade em relação ao dinheiro, o filho imitará a conduta que vê, ao invés de interiorizar a conversa que recebe.

Em segundo lugar, a escola deve reforçar esses valores. Na adolescência, a crise acontece quando entra um “terceiro convidado” não esperado no menu da educação, que é o grupo de amigos. O impacto do grupo sobre os próprios comportamentos também é determinante para o futuro do adolescente.

Portanto, o castigo deve ser proporcional à sua capacidade de autonomia moral. É preciso tratar um adolescente já como um pré-adulto: convém explicar-lhe, de maneira contundente, as implicações e consequências do ato de roubar ou furtar, inclusive no âmbito legal. Para uma criança, a explicação deve ser adaptada ao seu nível de compreensão, explicando-lhe que isso é ruim e não se faz.

Em todos os casos, é muito importante que os castigos sejam educativos. O primeiro passo será sempre devolver o que foi roubado. Mas não é o suficiente: há que se pensar em pequenas sanções que podem ser aplicadas em casa para que as crianças e adolescentes entendam que todo ato tem consequências.  Por exemplo, se a criança roubou uma quantidade de dinheiro, além de devolver, terá que fazer de tudo para conseguir o dinheiro roubado, a fim de que ela entenda o prejuízo que este tipo de ação provoca nas pessoas.

O objetivo da educação é ajudar os filhos a ser maduros, felizes, seguros de si e a ter respeito para com os outros, que é a base do bom respeito para consigo mesmo. Uma boa educação buscará sempre estimular comportamentos que possam ser imitados e admirados por todos os educadores e pessoas de bom valor.

O que os adolescentes, que já têm um nível de inteligência completamente desenvolvido, menos precisam são grandes sermões, mas a certeza da proximidade dos pais e a constante confirmação do afeto dele para com os filhos.

Quando o roubo esconde outros problemas

Quando tudo o que abordamos for suficiente e a criança ou adolescente continua roubando, convém entrar em contato com algum psicólogo ou um especialista em educação e psicologia evolutiva, que vai analisar com mais profundidade as causas e poderá intervir de maneira eficaz.

Normalmente, por trás de comportamentos compulsivos de roubo ou hábitos rotineiros de roubo há a necessidade de preencher vazios afetivos, baixa autoestima, necessidade de possuir o que os outros possuem, problemas de insegurança, comportamentos antissociais ou dificuldades de adaptação social.

As mentiras, as tendências ao roubo e as atitudes de rebeldia nos adolescentes costumam ser manifestações da necessidade que eles têm de encontrar o próprio espaço e de autorrealização. Eles precisam de atenção e compreensão por parte dos educadores e pais, sabendo combinar a exigência e o diálogo na difícil arte de educar.

Diante das situações de roubo ou mentiras, é importante que os pais e educadores tenham a capacidade de dialogar para perguntar aos filhos o motivo de tais ações. Um diálogo construtivo é indispensável para estimular os filhos a adotarem valores e condutas corretas, sem se limitar ao medo das sanções e condicionamentos externos.

Fonte:(https://pt.aleteia.org/2017/05/25/descobri-que-meu-filho-esta-roubando-e-agora/)

SUICÍDIO: ENQUANTO SE IGNORA, MAIS FAMÍLIAS SOFREM

13-06-17

Falar sobre suicídio é tabu para a sociedade. Para preservar vítima e as famílias e até para não “incentivar” a prática, pouco se discute o assunto, que é um problema de saúde e que, por isso, exige atenção, prevenção e tratamento. “Precisamos falar sobre suicídio para a população para fazermos com que a população entenda que existe tratamento para suicídio, e que é possível identificar uma pessoa com tendência a cometer o ato e encaminhá-la para um atendimento médico e psicológico”, afirma o médico psiquiatra Felipe Pinheiro de Figueiredo.

O especialista explica que existe um sentimento na pessoa que está com intenção suicida, que é a ambivalência. “É um sentimento de querer ir e ao mesmo tempo não querer ir. Se a pessoa está com vontade de se matar, mas ainda não o fez, é porque também tem vontade de viver. E é nisso que temos que apoiar”.

A psiquiatria trata o suicídio como um sintoma, que pode estar relacionado com outras patologias mentais, como esquizofrenia, depressão, transtorno afetivo bipolar, ou transtorno desafiador de posição. “Pode ser um sintoma de vários transtornos relacionados aos comportamentos psiquiátricos e até não psiquiátricos. Quem tem problema de tireoide muito grave pode também ter vontade de se matar. Até condições médicas podem levar ao evento do suicídio. Problemas médicos gerais”, salienta. Dr. Felipe destaca que os pacientes com tendência a cometer suicídio dão Indícios antes da primeira tentativa e é possível familiares captá-los: “por exemplo, uma pessoa que está muito para baixo, isolando-se, com comportamento impulsivo, de fazer coisas sem pensar. Quando, por exemplo, a pessoa fala coisas sem muito nexo”, diz, lembrando que 80% a 90% dos indivíduos que tentam suicídio têm alguma doença mental.

Uma vez detectada a tendência, o ideal, segundo o médico, é o acompanhamento permanente do paciente, como em uma doença crônica, com uma visita mensal ao médico, pelo menos nos meses seguintes ao acontecimento. “O médico vai avaliar se precisa de tratamento medicamentoso, se precisa de tratamento com psicoterapia, se precisa de um tratamento familiar, se precisa de um apoio, por exemplo, de uma enfermeira que fique em casa”, explica.

Cuidados com crianças e adolescentes

O psiquiatra Felipe Pinheiro de Figueiredo chama atenção para os casos de tentativa de suicídio em crianças e adolescentes. O médico diz que as ocorrências vêm aumentando e preocupam os profissionais porque, muitas vezes, a criança não tem, sequer, noção do que exatamente é a morte, de que um suicídio não tem volta. “A criança menor não sabe exatamente o que é a morte, mas ela, às vezes, quando está com um processo de depressão, por exemplo, pode querer acabar com aquilo e fazer alguma coisa contra ela mesma. Isso pode ser muito perigoso, porque ela não sabe muito bem que a morte é para sempre. E ela pode ainda fazer isso como uma brincadeira”, diz. “O adolescente também. É característica da adolescência. É normal os adolescentes serem mais impulsivos. E, por conta dessa impulsividade, eles, às vezes, numa situação banal que cause algum sofrimento, como um término de namoro, um desentendimento com os pais, um fracasso escolar, eles tentam o suicídio”, alerta.

Profissionais de saúde no grupo de risco (com informações do CFM)

O alto índice de suicídio entre médicos e estudantes de Medicina tem sido uma preocupação das entidades médicas de todo o mundo. A mé- dica psiquiatra da USP Alexandrina Meleiro, que estuda o fenômeno, cita que estudos internacionais indicam que os médicos se suicidam cinco vezes mais que a população geral. Para ela, entre os principais motivos para a alta taxa de suicídio dos profissionais médicos, estão o acesso a meios mais eficazes de letalidade, o isolamento social, a situação conjugal insatisfatória e a precária situação empregatícia.

Dentro do segmento, a médica destaca que os estudos sugerem que os anestesistas e os psiquiatras são os mais vulneráveis quando o assunto é suicídio. Entre os alunos de Medicina, o grupo de alto risco se concentra naqueles que demonstram melhor performance escolar, são mais exigentes, têm pouca tolerância a falhas, sentem mais culpa pelo que não sabem, ficam paralisados pelo medo de errar, dentre outras características.

Mais de uma morte por minuto

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano em todo o mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, os números também impressionam: segundo o Sistema de Informações de Mortalidade, do Ministério da Saúde, foram registrados 11.821 suicídios em 2012, o que representa, em média, 32 mortes por dia.

O Brasil é o quarto país latino-americano com o maior crescimento no número de suicídios entre 2000 e 2012, segundo relatório divulgado na última semana pela OMS. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. Chama a atenção o fato de o número de mulheres que tiraram a própria vida ter crescido mais (17, 8%) do que o número de homens (8,2%) no período de 12 anos. A mortalidade de pessoas com idade entre 70 anos ou mais é maior, de acordo com a pesquisa.

MICROAGRESSÕES: GRANDES INIMIGAS DOS RELACIONAMENTOS AMOROSOS

                                     30-05-17

As microagressões são um tipo de maus-tratos psicológicos baseados no desprezo persistente e cotidiano, em uma anulação na qual o outro faz uso das brincadeiras para roubar, pouco a pouco, a nossa autoestima. Estamos diante de um tipo de maus-tratos do qual nem sempre se fala, já que não é tão evidente, não deixa marcas e, às vezes, nem quem o pratica nem quem o recebe são conscientes de que estão diante de uma prática muito destrutiva.

Para entender melhor do que estamos falando, compartilharemos alguns exemplos simples.

É comum que existam homens e mulheres acostumados a dizer a seus parceiros que “adoro o quanto você é desastrado, você sempre alegra meu dia com seus erros e destrambelhos”.

“É melhor que eu fale, porque se você o fizer, vai dar tudo errado”.

“Deixe, não faça isso, eu faço porque com as suas mãos você certamente vai quebrar tudo”.

Assim como podemos ver, são situações nas quais fica presente uma certa sensação de carinho, uma demonstração de proximidade que, na realidade, faz com que a pessoa tome o controle da situação enquanto anula a outra. Propomos um aprofundamento maior deste tema para tomar plena consciência deste tipo de práticas diante das quais precisamos reagir.

Características das microagressões

A relação de um casal se ergue sobre uma série de pilares básicos: respeito, compreensão, empatia, intimidade e cumplicidade. Quando uma destas dimensões falha, as demais também começam a se enfraquecer. Porque sem uma boa comunicação, por exemplo, jamais poderá existir uma empatia adequada, e sem empatia não há uma cumplicidade autêntica.

Uma relação saudável e feliz é como um tecido forte de diversas cores no qual tudo se harmoniza, onde as diferenças são respeitadas porque existe um equilíbrio em todo este conjunto de fios, de bordados e de materiais que formam o tecido. As microagressões são como se, dia após dia, fôssemos puxando um fio até removê-lo, até deixar pequenos buracos por onde escapam a harmonia e a felicidade.

Vejamos agora suas principais características:

A falta de atenção e a subvalorização

A falta de atenção e a subvalorização se traduzem em mostrar um desinteresse declarado em relação ao outro. Portanto, é também um tipo de microagressão que se pratica no dia a dia de forma persistente.

Estes seriam alguns pequenos exemplos que formam um dos inimigos mais comuns em uma relação de casal:

  • Ridicularizar o que o parceiro gosta.
  • Não prestar atenção aos detalhes que cuidam da relação.
  • Não ter tempo nunca para fazer algo juntos ou algo de que o parceiro goste: nenhum momento é bom.
  • Ironizar o que o cônjuge gosta diante de outras pessoas (“passa o dia inteiro lendo, fica perdendo tempo…”)

Anular a outra pessoa fazendo-a se sentir tola

Esta é, sem dúvida, a característica mais comum das microagressões.

No entanto, o mais complexo de tudo isso é que esta prática costuma começar de forma consentida, ou seja, podemos chegar a acreditar que é algo inocente, uma demonstração a mais de afeto ou atenção de nosso parceiro.

Estes são alguns exemplos sobre os quais refletir.

  • A outra pessoa começa a se ocupar de coisas porque afirma que “as faz melhor e economiza nossos esforços”.
  • É comum também que expresse publicamente entre amigos ou familiares as carências que o parceiro “supostamente” tem. “Não sabe cozinhar, quebra todos os pratos em que toca, faz uma bagunça no computador…”
  • Todas estas são condutas desgastantes e muito nocivas para a identidade e autoestima da pessoa.

Falta de confiança progressiva com o parceiro

À medida que vamos sofrendo o impacto das microagressões, vamos experimentando muitas mudanças pessoais. Além de perceber como nossa autoestima se fragmenta, é comum tomar plena consciência de que não confiamos mais em nosso parceiro.

Não fazemos determinadas coisas por medo de receber reprovações ou críticas. Deixamos também de nos comunicarmos comodamente com a outra pessoa porque sua linguagem sempre está caracterizada pela ironia sutil que machuca. Além disso, é comum que a pessoa que recebe este tipo de maus-tratos demore muito para reagir.

Isso acontece porque temos interiorizada a ideia de que quem maltrata agride com a mão ou com a palavra, que levanta a voz ou que freia a nossa liberdade.

As microagressões são como investidas suaves, quase imperceptíveis. No entanto, são um tipo de agressão a mais por todas estas razões que não devemos esquecer:

  • Baseiam-se no desprezo.
  • Buscam anular o outro para adquirir poder.
  • Impedem que a outra pessoa seja ela mesma, que se sinta plena e feliz como é, com o que gosta e o que a caracteriza.
  • Não importam as virtudes que você tenha, suas forças ou seus êxitos. A outra pessoa fará uso das microagressões para que tudo se desvaneça.

Aprendamos a identificá-las e, antes de mais nada, sejamos valentes para encará-las.

Fonte: (http://www.psicologiasdobrasil.com.br/microagressoes-grandes-inimigas-dos-relacionamentos-amorosos/)

7 SINAIS DE QUE ALGUMA COISA NÃO VAI BEM EM SUA MENTE

26-05-17

Na verdade não se pode falar de uma mente “normal” e outra “anormal”. Se você olhar bem, o que em uma determinada época e local é “normal”, em outro tempo e outro lugar pode ser considerado patológico. A mente e o comportamento humano têm manifestações muito variadas, e o fato de saírem do comum não significa dizer que estejamos diante de algum tipo de problema.

Apesar disso, também é bom lembrar que a mente pode apresentar problemas e/ou adoecer. Por exemplo, isto acontece quando alguém desenvolve ideias ou condutas que sistematicamente machucam a si mesmo ou aos outros, ou quando existe uma dificuldade severa para distinguir os fatos das fantasias.

A grande dificuldade está nas pessoas que têm problemas psicológicos e que muitas vezes não são conscientes disso. Em geral isso se reflete em um relacionamento de confrontos: quanto mais graves os problemas, menos consciente a pessoa é. Isso se deve ao fato de que a dificuldade se cria na mente, e essa mesma mente é a que realiza a avaliação.

Por isso é importante estar atentos aos sintomas. Estes se definem como traços, sinais ou características de conduta. Não são conclusivos, mas podem sugerir a existência de alguma dificuldade na mente. A seguir apresentamos 7 deles.

A percepção e os problemas na mente

A percepção é a capacidade de captar o mundo com os sentidos. Audição, visão, tato, paladar e olfato. O correto é perceber as cores, as formas, os cheiros, etc., tal como são. Está bem, ok, existe uma margem, o nosso sistema de percepção é especialista em nos “passar a perna” e não por isso existe um problema sério em nossas mentes. Para determinar se é ou não é, uma dica é avaliar se estas “passadas de perna” estão condicionando a sua vida, e se são ou não a causa de um mal-estar.

Às vezes nossas mentes percebem coisas que realmente não estão ali. Vemos, ouvimos ou sentimos alguma coisa que não existe. Isto é vivenciado de forma muito real, mesmo não sendo. É comum que todos alguma vez tenhamos alguma experiência alucinógena. É comum, por exemplo, quando estamos sozinhos ou estamos em uma casa antiga: nestas situações a mente amplifica a intensidade de qualquer tipo de estímulo. Pense que o problema aparece quando isso se torna constante e o mal-estar que provoca se intensifica.

A organização do pensamento

É compreensível que todos tenhamos momentos ou fases de dispersão. Passamos de um assunto para outro, ou de uma atividade para outra, sem muita ordem. O estresse ainda faz o caos aumentar. Em geral, a consequência é “apenas” mais estresse.

O problema aparece quando essa dispersão se transforma em incoerência e se mantém de forma quase constante. Tal incoerência se refere a uma certa incapacidade de manter o fio de um pensamento ou de uma conversa. A pessoa pula de uma ideia para outra, sem nexo aparente entre uma e outra.

O conteúdo do pensamento

O conteúdo do pensamento denota uma mente afetada quando tem certos traços. O mais notável deles é a fixação. As crenças inflexíveis e intensas são, em si mesmas, um problema. Mas quando além disso estão afastadas da realidade, podem ser fonte de grande angústia.

Uma coisa é que alguém ter uma convicção absurda, mas que consiga superá-la. Isso quer dizer que lhe causa um mal-estar, nem intenso, nem constante, nem frequente. Neste caso, poderíamos falar de uma intolerância. Mas se essa crença fixa causar grandes doses de angústia, poderíamos falar de um problema de outro nível.

O estado de consciência

Na nossa vida diária existem muitos fatos que fogem da consciência. Isso é próprio de qualquer mente “normal”. Por exemplo, acontece quando levantamos da cadeira para fazer alguma coisa e, assim que ficamos de pé, esquecemos ou deixamos para trás de forma deliberada nossas intenções.

No caso destas fugas de consciência se tornarem corriqueiras, ou envolverem fatos relevantes, poderíamos falar de um problema na mente. Se alguém faz alguma coisa e depois não tem ideia de por que ou para que ou como o fez, então há uma boa razão para suspeitar.

A mente e a atenção

Os problemas de atenção têm a ver com uma ausência ou excesso de concentração. Quando existe falta de foco, a mente dança de um lado para o outro, sem rumo. Por exemplo, a pessoa é incapaz de seguir uma instrução passo a passo.

Se, pelo contrário, existe um excesso de foco, a pessoa perde a atenção periférica. Isso quer dizer que é incapaz de se conectar com o entorno quando dirige a sua atenção para alguma coisa. Obviamente, para que seja um problema da mente este sintoma precisa ser severo e se manter presente durante o tempo que os critérios diagnósticos estipulam.

A memória e o reconhecimento

Os lapsos de memória e a incapacidade de reconhecimento podem ter muitas causas. Surgem do estresse, da fadiga, ou do excesso de estímulos, entre outros fatores. A memória humana não é como a de um computador. Por exemplo, pense que as emoções influenciam muito na profundidade com que registramos um fato ou um dado.

O que algumas pessoas chamam de “lacunas mentais” ou amnésias parciais ou totais de fatos relevantes constituem um indicador de que alguma coisa está acontecendo naquela mente. O esquecimento recorrente, ou a incapacidade de reconhecer fatos nos quais esteve envolvido, são fontes de suspeita com fundamento.

A linguagem e a mente

A linguagem é o principal veículo do pensamento. Uma linguagem clara fala de uma mente clara. Mas ao contrário, sempre que existe um problema na mente, isso se reflete em uma linguagem confusa, desorganizada ou pouco pertinente.

No campo da linguagem cabem expressões não estritamente verbais, como o tom de voz ou o gestual. Alguém que não é capaz de sustentar o olhar ou que faz excessivos movimentos quando fala também pode ter problemas. Lembre-se de que neste, como nos outros casos, é necessário que a análise seja feita por um profissional.

(Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/7-sinais-alguma-coisa-sua-mente/ )

Como a ansiedade pode prejudicar o rendimento profissional?

08-05-17

ansiedade pode influenciar de forma bastante negativa o rendimento de um profissional. Oriunda ou não do ambiente de trabalho, essa é uma condição que deve receber atenção o mais rápido possível para evitar consequências mais graves, tanto para o desenvolvimento de sua função quanto para a sua carreira em geral.

A partir disso, separamos a seguir algumas informações sobre como a ansiedade pode prejudicar o rendimento profissional, assim como algumas medidas que podem ser tomadas para tentar modificar essa realidade. Confira!

Consequências mentais e psicológicas

As consequências mentais e psicológicas da ansiedade são as que mais prejudicam o rendimento no trabalho. Esse estado pode acarretar dificuldades de interação entre os profissionais, queda de autoestima e até mesmo aumentar o índice de absenteísmo do funcionário.

Além  disso, em casos extremos de ansiedade não tratada, é possível que o indivíduo evolua para quadros mais sérios, como por exemplo a síndrome do pânico. Dessa forma, é extremamente necessário que o grau de ansiedade seja rapidamente controlado por meio da busca por auxílio de um profissional da área de saúde, visando preservar sua produtividade e bem-estar.

Efeitos físicos da ansiedade podem prejudicar o rendimento

Um quadro agravado de ansiedade pode trazer também consequências para a saúde física do profissional e, assim, acabar prejudicando não só sua carreira profissional, mas também a sua saúde.

Um dos principais sintomas desencadeados pela ansiedade é a insônia, que compromete progressivamente o rendimento do profissional durante o período de trabalho. A falta de sono influencia diretamente no aprendizado, retenção de memória e atenção focada do indivíduo, que são características indispensáveis para o desempenho de qualquer ocupação profissional.

Há ainda os distúrbios alimentares, que podem ser acarretados pela ansiedade. Esses distúrbios podem se caracterizar pela ingestão compulsiva de alimentos, o que influi tanto na saúde orgânica do indivíduo quanto na autoestima, como em casos em que há ganho de massa corporal. Em contrapartida, existem casos opostos, em que o indivíduo passa a ter dificuldade de se alimentar, o que resulta em graves desordens nutricionais que comprometem sua condição física de trabalhar.

Consequências para o ambiente de trabalho

Na grande maioria das vezes, o comprometimento da produtividade de um profissional possui reflexos no ambiente de trabalho como um todo. Esses reflexos se justificam pelo fato de que, geralmente, as funções de uma equipe acabam tendo uma relação de interdependência. Assim, a ausência dos resultados esperados por determinada pessoa acaba influenciando no rendimento da empresa como um todo.

Vale lembrar que também existem as consequências da queda de produtividade para aqueles que esperam o trabalho prestado pelo profissional. Um atraso ou mesmo entrega de um serviço de baixa qualidade não só denigre a imagem do profissional como também pode comprometer o planejamento do próprio cliente.

Soluções

A ansiedade pode prejudicar o rendimento de diversas formas e, portanto, controlar um quadro de ansiedade se mostra extremamente necessário, uma vez que os desdobramentos desse distúrbio atingem as relações profissionais do indivíduo como um todo.

A partir da identificação de queda de produtividade em função de uma situação de estresse ou ansiedade, é recomendável que seja oferecido auxílio psicológico ao profissional, assim como orientação médica e/ou nutricional acerca das consequências físicas e mentais acarretadas pela condição. Assim, com a orientação profissional correta, é possível preservar a produtividade e o bem-estar do profissional na realização de sua função.

Fonte: http://www.psicologiaviva.com.br/blog/rendimento-profissional/

UM OLHAR PSICOLÓGICO SOBRE O JOGO “BALEIA AZUL”

02-05-17

O jogo da ‘Baleia Azul’  propõe 50 desafios aos adolescentes e sugere o suicídio como última etapa. Há pelo menos dois casos de morte sob investigação policial, além de tentativas de suicídio por todo o país, que supostamente podem ter relação com o jogo. O jogo foi um “fake news” (notícia falsa) divulgada por um veículo de comunicação estatal da Rússia que se espalhou a partir de 2015. Porem, ao que tudo consta, com a grande repercussão o jogo que antes não existia, passou a existir.

Como lidar com o tema:

Fique atento à mudanças de comportamento; mudanças bruscas de comportamento dos filhos, pode ser um sinal de que ele(a) está sofrendo e não está sabendo lidar com o sofrimento.

Demonstre interesse; é essencial que os pais se interessem pela rotina de seus filhos, mas que isso não se torne um ato de policiamento e sim, apenas interesse, e que não seja momentâneo apenas por causa do jogo.

Diálogo constante;  o adolescente com autoestima baixa, sem vínculo familiar fortalecido é mais vulnerável a cair neste tipo de armadilha. Por isso que as conversas com os filhos, podem não serem fáceis, mas quando os pais reforçam o diálogo dentro de casa, e se mostram disponíveis para conversas, os adolescentes consequentemente ficaram mais confortáveis em compartilhar suas angústias num ambiente onde o clima é de proteção.

Participação da escola; as escolas podem ajudar muito na prevenção de situações de risco, identificado entre os alunos os mais vulneráveis a se engajarem nestes tipos de jogos, desta forma  podem fazer projetos de conscientização sobre a importância da vida, como é o caso do “contra jogo” Baleia Rosa, que está viralizando na internet, o qual incentiva os jovens a verem o lado bom da vida.

 É extremamente preocupante ver diversos comentários feitos inclusive por pais e educadores, em tons de brincadeira à respeito do jogo. É fácil falar para os adolescentes irem procurar algo mais interessante pra fazer… Porem na adolescência  é onde se da a crise do desenvolvimento, sublinhando as incertezas e indagações do adolescente no sentido de descobrir quem é, e de definir o que virá a ser no futuro, por isso à inquietação dos jovens nesta fase. É preciso olhar para isso, como um pedido de ajuda, e ajudar-los! O CVV – Centro de Valorização a Vida, realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio gratuitamente a todas as pessoas que precisam conversar, o telefone é o (141). Além de que o psicólogo nesta fase é uma ferramenta valiosa para ajudar a família e a escola a lidar com a situação da melhor maneira possível.
Busque ajuda.

Fonte: http://www.noticiascoronel.com.br/2017/04/um-olhar-psicologico-sobre-o-jogo.html

13 Reasons Why: como série que aborda suicídio aumentou em 445% busca por ajuda

19-04-17

Suicídio é um grande tabu: muitas pessoas o tratam como uma vergonha e não como o resultado de um grave transtorno mental e emocional. Uma nova série de ficção - 13 Reasons Why, da Netflix – conseguiu algo muito valioso ao retratar a história de uma menina que tira a própria vida e fazer as pessoas falarem mais sobre isso – houve um aumento notável no número de pedidos de ajuda depois que o programa virou uma “febre”.

Na produção, a morte foi inevitável, mas na vida real, ainda há tempo para identificar e ajudar alguém com comportamento suicida.

A história de uma garota que comete suicídio e deixa fitas cassetes contando os porquês que a levaram a se matar não é mais uma série da ficção. Criada pela Netflix, 13 Reasons Why se conecta com a realidade de uma maneira especial ao mostrar as diversas tentativas falhas de obter ajuda por quem comete suicídio.

Baseada no romance de mesmo nome do escritor americano Jay Asher, a produção conta a história que levou ao fim da vida de Hannah Baker (Katherine Langford). Tudo pelo ponto de vista de Clay Jensen (Dylan Minnette), que era amigo, apaixonado pela garota e ao mesmo tempo um das causas que a levaram a atitude extrema.

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O tom do seriado é tocante e até mesmo perturbador, visto que a cada episódio fica uma pergunta: “Como ninguém percebeu o que estava acontecendo com ela? Por que ninguém ajudou?”

Infelizmente, o suicídio ainda é um tabu que vem acompanhado de frases como “É drama”, “Quem quer faz e não anuncia” e “É só para chamar atenção”. Essas afirmações, que foram inclusive ouvidas pela protagonista de 13 Reasons Why, de nada ajudam. Pelo contrário, elas só incentivam a pessoa a se sentir cada vez mais sozinha e infeliz.

Com apenas uma semana desde sua estreia, o drama fez com que temas polêmicos como bullying, estupro, depressão e suicídio voltassem a ser discutidos. Quem acompanha o Twitter viu a hashtag #NãoSejaUmPorque nos trending topics. Além disso, o Netflix lançou um vídeo com relatos reais de famosos que sofreram bullying.

Mais do que assunto de discussões, os episódios também fizeram crescer o número de contatos feitos com o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação brasileira voltada à prevenção do suicídio que disponibiliza voluntários para conversar anonimamente sobre temas delicados via telefone, internet ou pessoalmente.

De acordo com a assessoria de imprensa do CVV, houve um aumento de 445% no número de e-mails com pedido de ajuda. Entre essas mensagens, 50 citavam o seriado.

Foi notada também uma alta de 170% no número de pessoas que visitam o site e é possível, ainda, que tenha acontecido um aumento no número de telefonemas, mas o CVV leva um pouco mais de tempo para contabilizar o montante de ligações.

Por outro lado, o programa vem também sendo alvo de críticas, uma vez que pode conter os chamados gatilhos, passagens que despertam lembranças ou sentimentos específicos em pessoas que já têm tendências suicidas ou mesmo depressivas. Por isso, é recomendado cautela para quem quer assistir 13 Reasons Why e possui essa característica.

Como identificar o comportamento suicida

Se no seriado não foi possível evitar a morte, na vida real existem atitudes que podem evitar o desfecho trágico. A ajuda de profissionais – psiquiatras e psicólogos – é fundamental e nada a substituirá. Mas, para tornar possível a busca por esse auxílio especializado, a atenção de quem está ao redor do indivíduo em questão é fundamental.

Atitudes características

Imagine uma sensação de tristeza profunda. O coração está tão cheio de mágoas que parece que vai explodir. Já a mente convive com uma confusão e apatia sem fim que não passam em nenhum momento. Então, vem o menosprezo por si próprio, a vergonha e a culpa por sua ações, por mais que elas não tenham sido erradas. Por fim, a vontade de parar de sentir tudo isso e “dormir” para sempre.

Esses são apenas alguns dos inúmeros sentimentos que levam ao suicídio. Erroneamente, há pessoas que acreditam que quem se mata é egoísta, o que não é verdade pois a decisão é fruto de muita dor e sofrimento.

O olhar atento e compreensão são pontos-chave para identificar e evitar o acontecimento. Como cada pessoa lida com a vida e a dor de maneiras diferentes, não há uma lista de sintomas. Mas geralmente são apresentados sinais de comportamento suicida, como:

  • Mudança de comportamento
  • Desanimo
  • Desesperança
  • Agressividade ou impulsividade anormais
  • Não enxergar sentido na vida
  • Isolamento
  • Conversas sobre morte
  • Automutilação
  • Histórico pessoal ou familiar de tentativa de suicídio anterior
  • Perdas recentes
  • Abusos físicos ou sexuais
  • Dependência repentina ou histórico de consumo de álcool e ou drogas

Além disso, alguém que planeja se matar pode passar a “colocar a vida em ordem”, organizando documentos e finanças, se desapegando de pessoas e coisas, doando bens materiais e se despedindo.

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Por fim, relata-se uma mudança positiva de humor pouco antes de o suicida acabar com sua vida, o que faz com que amigos e parentes pensem que a pessoa melhorou. Contudo, isso se deve ao fato que a decisão de se suicidar pode dar alívio ao sofredor.

Fatores que podem causar

Transtornos psiquiátricos
Depressão, esquizofrenia, bipolaridade e distúrbios de personalidade são os principais transtornos mentais que levam a essa atitude extrema. Importante frisar que nem todo desequilíbrio mental vira suicídio, porém quem apresenta esses quadros tem mais chances devido às características e à estigmatização da sociedade, que tem a cruel tendencia de excluir pessoas diferentes.

Doenças não psiquiátricas
De acordo com a cartilha de prevenção de suicídio do Conselho Federal de Medicina (CFM), a presença de doenças crônicas não psiquiátricas, como Aids e esclerose múltipla, também pode levar ao quadro, principalmente se o tratamento não estiver fazendo efeito.

Uso de drogas
O uso de álcool e outras drogas pode colaborar e agravar o quadro de suicídio.

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Bullying
O suicídio é a terceira maior causa de morte entre jovens. O acontecimento pode ser motivado por diversos aspectos comuns da adolescência e início da vida adulta, como abuso de substâncias ilícitas e, assim como a personagem Hannah em 13 Reasons Why, bullying na escola.

Traumas

Abuso sexual, físico ou verbal ou outras situações que incitam a tendência suicida, especialmente se os eventos ocorrerem na infância.

Histórico familiar
A psiquiatra Maria Cristina De Stefano explica que o acontecimento também possui influência genética que causa alterações fisiológicas em neurotransmissores e na química do cérebro. A confirmação de histórico familiar de suicídio pode ser um indício dessa probabilidade.

Como pedir ajuda?
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Respire fundo e saiba que há esperança de uma vida melhor, por mais que ainda não consiga enxergá-la. O primeiro passo para livrar-se dessa tristeza é buscar ajuda de amigos, familiares e profissionais de saúde, como psicólogos e psiquiatras.

Outra opção é procurar o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação composta por voluntários que estão dispostos a conversar sobre depressão e suicídio 24 horas por dia. A grande vantagem é que não é preciso se identificar, sendo o atendimento totalmente sigiloso. Entre em contato pelo site do CVV, telefone 141 ou pessoalmente em postos da organização.

Como ajudar alguém?

Se perceber que um colega, amigo ou parente está com sinais de que planeja acabar com a própria vida, busque um profissional da saúde, como psicólogo ou psiquiatra, urgentemente para receber orientações.

Também tente conversar e, principalmente, ouvir a pessoa em sofrimento: frases como “estou aqui para você”, “eu te entendo, sei que é difícil” e “como posso te ajudar?” são simples, mas já fazem a diferença ao mostrar que seu conhecido não está só.

Além disso, é preciso ficar atento a atitudes que indiquem que o indivíduo realizará um atentado contra a própria vida em breve, observando-o e acompanhando sua rotina sempre que for preciso. Os dias que merecem mais atenção são domingo à noite e segunda-feira pela manhã, já que o início de uma nova semana pode aumentar ainda mais o sofrimento.

Fonte: http://www.vix.com/pt/saude/544322/13-reasons-why-como-serie-abordou-suicidio-e-aumentou-em-100-busca-por-ajuda

A ansiedade infantil

23-03-17
A ansiedade é acompanhado por pensamentos e interpretações catastróficas sobre o futuro. Este sentimento acomete tanto a população adulta quanto as crianças. E como a ansiedade se manifesta na infância?
Em termos conceituais e funcionais, a ansiedade pode se manifestar de maneira normal ou como um transtorno. Como assim, normal? É isso mesmo, a ansiedade é um sentimento importante para nós, pois quando vivenciada no dia a dia, nos permite correr atrás de um objetivo, nos preparar para os desafios e fugir de situações de perigo, sem que haja um comprometimento na nossa vida.
Por outro lado, a ansiedade considerada como um transtorno, é um sentimento que gera desconforto físico intenso como: taquicardia, tremores, sudorese, calafrios, alterações gastrointestinais, entre outras.
Além disso, segundo pesquisadores, a ansiedade patológica pode levar o paciente a desenvolver estratégias como, por exemplo, evitar o contato com aquilo que lhe causa temor, e ainda causar manifestações clínicas capazes de gerar importantes prejuízos no funcionamento normal do indivíduo. As causas dos transtornos de ansiedade ainda não são bem delimitadas, pode-se dizer que tem muitos fatores, como origens genéticas, comportamentais ou ambientais.
Para alguns autores, os transtornos ansiosos mais frequentes nas crianças podem ser: transtorno de ansiedade de separação, mutismos seletivo, fobia específica, fobia social, transtorno da ansiedade generalizada e pânico.
O indivíduo com transtorno de ansiedade de separação tem um medo ou ansiedade associado à separação das figuras de apego (cuidadores), a um grau de reação e manifestação inadequado. Neste sentido, é uma reação de sofrimento intenso das crianças quando se veem separadas dos seus pais ou outro cuidador, mas não somente com a manifestação de choro que é esperado no primeiro dia de aula, por exemplo, é algo muito intenso, com grande sofrimento.
O mutismo seletivo é caracterizado por uma incapacidade persistente de falar em situações sociais em que existe essa expectativa, como na escola, mesmo que o indivíduo seja capaz de falar em outras situações. A criança só fala em alguns locais, como, por exemplo, em casa.
Indivíduos com fobia específica tem um medo irracional por determinados objetos ou situações. Existem vários tipos de fobias específicas: animal, ambiente natural, sangue-injeção etc. Existe ainda a ansiedade social (fobia social), ou seja, quando a criança tem medo ou ansiedade diante de situações associadas às interações sociais e que envolvem a possibilidade de ser analisada.
É importante entender as dificuldades apresentadas pelas crianças, e assim, buscar ajuda profissional, como um psicólogo ou mesmo um psiquiatra infantil, para que os “pequenos” possam resolver esta dificuldade que não se trata de “birra”, teimosia, mas de um transtorno, que deve ser tratado como tal.

Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/a-ansiedade-infantil/