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Se dormir bem é uma missão quase impossível, atente-se à essas dicas!

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Dormir é uma das melhores coisas que existem – bem, isso se você consegue dormir! No mundo atual, no qual todos, inclusive as crianças, vivem cheio de tarefas e problemas e em que tudo tem que ser resolvido pra ontem, é complicado chegar na hora mais esperada do dia e não conseguir “pregar” os olhos.  Mas não se preocupe, existem algumas técnicas que podem te ajudar a relaxar o corpo e a mente para que o caminho fique aberto para o sono.

1 – Monte uma rotina para dormir

Você pode estar pensando “ah, mais uma rotina na minha vida…”, mas essa será para o seu bem. Criar uma espécie de ritual antes de dormir ajuda a preparar o corpo e a mente para o sono. Coisas simples como tomar um banho quente, tomar um copo de leite ou ler um livro logo antes de dormir criam uma associação mental para a hora de dormir. Tente seguir essa rotina por alguns dias, sem quebrá-la, e seu corpo e mente estarão programados.

2 – O seu quarto deve ser o seu templo do sono

Na hora de dormir, o seu quarto precisa estar adequado, pois nossos corpos precisam de certas condições ambientais para dormir. A primeira delas é a temperatura, que deve ficar entre os 18 e os 22 graus, de preferência, afinal, todos sabemos que calor demais ou frio demais não são nada legais pra dormir. A segunda condição básica, seria ter no ambiente o mínimo de iluminação possível, portanto, apague o abajur e feche as cortinas. A terceira condição, seria a eliminação de qualquer fonte de barulho externa que possa atrapalhar o sono.

3 – Não use o celular como despertador

A menos que você coloque-o num lugar cujo alcance tenha que fazer você levantar da cama, não use celulares como despertadores, pois, em caso de insônia, é comum se sentir atraído pelos aplicativos ou mesmo pela internet móvel numa tentativa de “esperar o sono chegar”; mas acredite, dessa forma você poderá ficar acordado durante muito mais tempo.

4 – Respire profundamente

A respiração profunda é uma das técnicas de relaxamento mais utilizadas no mundo, e sabe por quê? Porque funciona. Respirar profundamente por algumas vezes diz ao corpo que já é hora de relaxar.

5 – Relaxe os músculos dos pés

Nossos pés são responsáveis por nos suportar o dia todo. Às vezes o cansaço na região inferior do corpo é tão grande que fica difícil até mesmo dormir; muito provavelmente você já sentiu isso. Para relaxar essa região ao deitar, estique os pés apontando os dedos para a frente, como se estivesse se espreguiçando ou alongue-os com ajuda das mãos. Faça na sua preferência: uma perna de cada vez ou ao mesmo tempo; de forma prolongada ou curta, com repetições sucessivas.

6 – Mantenha a mente ocupada com um exercício mental

Se contar ovelhas não funciona para você, tente contar regressivamente de 100 a 0, mas só com os múltiplos de 3 (99, 96, 93, 90…); segundo especialistas, essas contagem em ritmo induziria ao sono mais rapidamente.

7 – Levante da cama

Ao passar mais de 30 minutos tentando dormir, levante-se e vá fazer qualquer coisa como ler um livro, beber uma água, olhar o céu pela janela, mas não fique deitado. A doutora Walia Harneet do Centro de Distúrbios do Sono da Clínica Cleveland, Estados Unidos, afirma que quando passamos muito tempo na cama sem dormir, estamos dizendo ao corpo que a cama não é um lugar para dormir, mas para deitar e ficar acordado! Interessante, não?

8 – Esqueça os seus problemas

Como se diz por aí, até parece que os problemas serão resolvidos enquanto você está dormindo! E é bem isso mesmo; de que adianta ficar pensando nas coisas que precisam ser resolvidas justo na hora de dormir? Em vez disso, escreva TUDO num papel: problemas, angústias, preocupações e tenha uma boa noite de sono. Este é um ótimo exercício, pois alivia a mente e diminui a ansiedade.

9 – Afaste-se do despertador

Uma das piores coisas que existem é o remorso ou a ânsia por não estar dormindo. Deixar o seu despertador (celular, tablet, relógio ou o que seja) por perto, faz você querer ver que horas são, deixando-o preocupado por não ter conseguido dormir.

10 – Imagine coisas boas

Force a mente a pensar em situações que lhe tragam paz interior, como um belo dia na praia, uma ida ao campo, um banho de cachoeira, etc.

11 – Faça exercícios durante o dia

Se o seu corpo não tem necessidade de descansar durante a noite, ele não irá. Portanto, certifique-se de fazer exercícios suficientes durante o dia, de qualquer tipo. Além de uma saúde melhor, você terá um sono melhor.

12 – Escolha um travesseiro melhor

Sabe aquelas cenas de filme em que a criança leva o travesseiro para dormir na casa do amigo? Bem, isso pode até parecer um exagero, mas tem seu fundo de verdade. Perca o tempo que for necessário para encontrar um travesseiro que se adeque a você, pois isso pode fazer a diferença.

13 – Procure um médico

O que deve ser feito caso você sinta que a sua falta de sono é crônica é procurar um médico! Há muitos fatores que provocam os distúrbios de sono e somente um médico poderá indicar um tratamento mais efetivo. Não hesite em procurar ajuda.


Fonte: http://www.tudointeressante.com.br/2014/08/ja-para-a-cama-13-dicas-sensacionais-para-voce-dormir-mais-rapido-e-como-um-bebe.html

O bullying de hoje e os prejuízos de amanhã

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Eu lembro que na pré-escola havia um menino que aterrorizava todos os colegas de classe. Eu devia ter uns seis anos, e lembro do medo que todos tinham daquele que foi o primeiro valentão que conhecemos. Felizmente ele não encrencou com ninguém em especial, e acho que depois de algumas semanas ele acalmou, pois não tenho mais qualquer lembrança dele. Já na adolescência por dois anos seguidos estudei com garotos com quem se deu o oposto – eles eram alvos preferenciais de zombaria dos colegas. No primeiro ano entrei na “brincadeira”, e cheguei a fazer piadas com um deles; mas no seguinte, talvez por estar mais velho, percebi que aquilo era um pouco cruel e me abstive de provocar o rapaz. Sentia-me realmente mal por ele.

Poucos anos depois um deles teve um surto no bairro em que morava, precisando ser internado. Até hoje não sei se o que ele sofreu na classe foi causa ou consequência de sua condição, mas um estudo que acaba de ser publicado mostra que o bullying tem impactos reais e de longo prazo na vida das pessoas.

A pequisa acompanhou por cinquenta anos praticamente todos cidadãos do Reino Unido nascidos durante uma semana específica de 1958, totalizando 17.638 participantes. Apesar do termo bullying ter se tornado moda, e por isso ter perdido um pouco sua força, naquela época os números já eram altos: 28% das crianças sofriam-no ocasionalmente, e 15% frequentemente.

Essas pessoas foram reavaliadas ao longo da vida; com 23 e 50 anos foram feitas avaliações sobre sofrimento psicológico, e aos 45 anos especificamente sobre doenças mentais. Agora, examinando a reunião de dados, os cientistas comprovaram que décadas depois as consequências ainda estavam presentes: não só as pessoas que sofreram bullying na infância apresentavam 50% mais sofrimento aos tanto aos 23 como as 50 anos de idade, como aos 45 a incidência de depressão e “suicidalidade” (ideias, tentativas e comportamento suicidas) eram duas vezes maiores. Menor qualidade de vida, rede social mais precária, mais desemprego e dificuldades financeiras eram outros dos problemas encontrados.

Esses números eram semelhantes aos problemas trazidos por ser colocado num orfanato quando pequeno, apenas para se ter uma noção do impacto psicológico que pode ocorrer.

A turma que critica os excessos do politicamente correto alega que “sempre foi zoado na escola e nunca se matou por isso”, queixando-se de que “agora tudo é bullying”. Não é. Bullying não é uma brincadeira à toa, pelas quais todos passam vez ou outra. É, antes, uma situação de cerco, extremamente angustiante para quem sofre, cujos resultados, vemos agora, vão muito além da infância. E o valentão (bully) que o pratica normalmente não é um psicopata-mirim, mas uma criança que também está em situação de vulnerabilidade psíquica, da mesma forma que as vítimas preferenciais.

Estar atento ao bullying e coibi-lo, portanto, é um dever moral. Por si só e por suas consequências.

DANIEL MARTINS DE BARROS
Fonte: http://goo.gl/XyDlZK

Conheça 7 fatores que podem te levar à perda de memória recente

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Não se lembrar onde guardou a chave do carro, esquecer o que pretendia procurar no Google ou ter dificuldades em recordar aquele número de telefone que acabaram de falar. Apesar dessas três situações serem muito comuns na vida, elas podem ser pistas de que há problemas na memória de curto prazo.

Segundo Maria Aparecida Camargos Bicalho, médica geriátrica e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, essa memória de curto prazo “é a capacidade de reter, por alguns segundos, um número limitado de informações”, como, por exemplo, números de 2 a 7 dígitos. O bom funcionamento desse tipo de memória está ligado diretamente a três pontos: atenção, humor e sono. Listamos aqui sete fatores que podem alterá-los e contribuir com a perda desse tipo de memória:

1. Uso de drogas (lícitas ou não)

Não são raros os casos de bebedeira que terminam com alguém que não lembra da noite anterior. O consumo de maconha pode fazer com que você esqueça coisas que estava para dizer ou mesmo se perder no meio de uma frase. Outras drogas também provocam efeitos semelhantes na memória de curto prazo, pois agem no rebaixamento do sensório (uma região do cérebro), afetando a consciência. Algumas delas também podem aumentar a agitação e, com isso, diminuir a atenção do usuário. Isso sem falar que também podem causar distúrbios na neurotransmissão cerebral, dificultando assim a retenção da lembrança.

2. Estresse

Alguns cientistas já reconhecem que o estresse é uma das principais causas de perda de memória recente, sendo que sua intensidade e tipo influenciam bastante nesse processo. A exposição às neurotoxinas geradas pode causar uma alteração na atividade normal do sistema nervoso central, resultando até em uma atrofia da estrutura onde as memórias se originam, o hipocampo.

3. Medicamentos

Quando o medicamento lida diretamente com o sistema nervoso central, há uma chance dele afetar suas lembranças. Além de reduzir a atenção do paciente, eles também podem causar uma mudança no fluxo normal de neurotransmissão, diminuição da consciência e liberação de neurotoxinas, fatores que podem determinar uma alteração na memória de curto prazo. Vale ficar atento.

4. Doenças graves

Algumas doenças graves, como insuficiência cardíaca ou doença renal crônica, também podem causar problemas na memória de curto prazo. Elas provocam a liberação de neurotoxinas, redução do sensório e da circulação cerebral, que estão entre os principais motivos para o rápido esquecimento.

5. Apneia obstrutiva do sono

Esta doença crônica é caracterizada pelo bloqueio parcial ou total das vias respiratórias, o que causa repetidas pausas na respiração durante o sono. Além do ronco, os principais sintomas da apneia obstrutiva são o aumento da agitação durante a noite, uma falta de disposição e a sonolência em excesso durante o dia. Esses três pontos afetam a atenção do indivíduo e, com isso, afetam também a capacidade de funcionamento da memória de curto prazo.

6. Transtorno do ciclo sono-vigília

O período de sono e de vigília dos seres humanos segue um padrão, conhecido como circadiano. Em condições normais, esse período está sincronizado com fatores naturais e oscila dentro de um período de 24 horas. Algumas coisas, porém, como o jet leg provocado por viagens em fusos horários diferentes, estresse e disfunções hormonais, podem causar alterações nesse ciclo. É aí que aparecem aquela famosa insônia ou a sonolência. Da mesma forma que a apneia, este problema pode afetar a atenção por causa da falta de disposição e sonolência, interferindo na memória de curto prazo da pessoa.

7. Doenças psiquiátricas

O transtorno de ansiedade, transtorno depressivo e outras doenças psiquiátricas podem causar perda de memória recente por diversos fatores, principalmente aqueles envolvendo o sistema nervoso. Elas podem ser responsáveis pela geração de neurotoxinas, provocar a diminuição da capacidade do sistema nervoso em se adaptar ao longo do desenvolvimento ou até mesmo afetar a capacidade de funcionamento dos neurotransmissores. Além da possibilidade do paciente sofrer com déficit de atenção, que também pode afetar a memória.

* Dicas para melhorar a memória de curto prazo:
-  Agendas, lembretes e anotações podem ser de grande utilidade;
- É possível treinar a memória de curto prazo com atividades padronizadas, que têm como objetivo estimular a atenção;
- Atividades como jogar videogame, ler, tocar instrumentos musicais, meditar e manter um estilo de vida ativo e ocupado contribuem para estimular a cognição.

Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-fatores-que-podem-te-levar-a-perda-de-memoria-recente/

Por que as mulheres têm pavor de baratas?

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É uma cena familiar: o rapaz ouve gritos desesperados na cozinha e parte como um príncipe valente para defender a donzela. Chegando lá, descobre que o assustador intruso não passa de um inseto. Repugnante, vá lá, mas que não traz maiores perigos. Então, o que (ou quem) é capaz de explicar tamanho medo feminino?

Ansiedade feminina

Pesquisas citadas no livro Pânico, Fobias e Obsessões, editado pelo grupo do Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas de São Paulo em 1994, mostram que, de fato, as mulheres têm duas vezes mais transtornos fóbico-ansiosos (de medo de multidão a claustrofobia, que é pavor de lugares fechados) do que os homens.

Homem não chora

Segundo a psicanalista Miriam Chnaiderman, do Instituto Sedes Sapientae, em São Paulo, o processo que leva a uma fobia (medo exagerado) é igual no homem e na mulher. O indivíduo projeta algum aspecto indesejado de si mesmo em um objeto externo, que passa a temer. O que acontece é que, num processo inconsciente, a pessoa “escolhe” onde depositar sua fobia.

Como fica meio ridículo para um homem sair berrando quando vê uma barata, ele “elege” outros motivos para se apavorar: avião, altura (acrofobia), aranha etc.

Bicho sujo e rastejante

O psicanalista Augusto Capelo, da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, concorda: fobia é projeção de um conflito interno. “O objeto do medo é como uma metáfora do conflito”, explica. Seguidor dos ensinamentos do suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), que inventou o conceito de inconsciente coletivo e estudou o homem a partir de símbolos ancestrais, Capelo diz que a mulher teme a barata quando se sente “suja”. “Mulher tem mais propensão à fobia”, afirma Capelo. Mas, para ele, a fobia, dentro de certos parâmetros, pode ser positiva, ajudando o indivíduo a estruturar seu mundo interior.

A casa é minha

A barata sempre aparece como intrusa dentro da casa, que, por definição, é um espaço feminino. “No mato ninguém tem medo de barata”, diz o psiquiatra Edson Engels dos Santos, professor do Instituto H. Ellis, de formação terapêutica. As índias, em geral, nem ligam para barata.

O valor do inseto

Nem todas as culturas desenvolveram esse medo. É o que ensina a antropóloga da Universidade de São Paulo Lux Vidal: “O inseto na cultura primitiva é avaliado de acordo com o seu perigo real ou com um valor explícito que aquela cultura lhe atribui”.

Fonte: http://super.abril.com.br/cotidiano/porque-mulheres-tem-pavor-baratas-441100.shtml

Superando o Bullying

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Quando tinha somente 15 anos, a britânica Emma Day chegou a pesar quase 94 kg. Com agressões físicas e verbais na escola, agora com 22 anos, a garota superou todos os preconceitos acerca de seu corpo e com muita força de vontade tornou-se rainha de beleza de um concurso local, após perder aproximadamente 40 kg.

Durante a escola, Emma era, muitas vezes, espancada, xingada e tinha constantemente os seus objetos jogados no lixo. Destinada a mudar sua situação, a recém formada em enfermagem, começou a fazer atividades físicas em seu quarto, além de seguir dietas rigorosas.

Com uma notável perda de peso no ano passado, Emma decidiu competir em um concurso de beleza local. Ganhou na categoria Miss Teens Leed. No último domingo, a enfermeira participou de uma competição nacional.

Histórico

Para perder os 40 kg, Emma eliminou por completo alimentos industrializados de sua dieta. Começou a treinar por mais de uma hora, todos os dias, em uma tentativa de perder alguns quilos.

“Eu cheguei a um ponto em que disse: basta. Comprei uma pilha de DVDs de treinos (físicos) e comecei a praticar no meu quarto”, revelou ao tabloide britânico The Daily Mail.

Após perceber os verdadeiros resultados sobre o seu corpo e encorajada por seus amigos, Emma continuou com a sua série de abdominais, flexões e corridas diárias. “Estou tão feliz que fiz isso que nunca mais olhei para trás deste então”, falou ao The Daily Mail.

Fonte: https://estilo.catracalivre.com.br/2014/09/enfermeira-perde-40-kg-e-ganha-competicao-local-de-beleza/#

O amigo imaginário das crianças

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Quantas vezes você já ouviu falar de que crianças costumam ter amigos imaginários? Provavelmente várias vezes. No entanto, essa situação desperta uma série de questões por parte de pais e educadores. Isto é normal? Devo permitir ou inibir este “hábito”? Até que ponto isto é normal? Como lidar com esta situação? Se você tem alguma dessas dúvidas, não se preocupe: o amigo imaginário é algo tão natural quanto dúvidas sobre ele.

Amigos imaginários e o desenvolvimento real da criança
Você pode até achar esquisito, mas os amigos imaginários são parte comum da infância. Os amigos imaginários podem aparecer muito cedo, já aos dois anos, e continuar até os 8 anos. Um estudo já demonstrou que no mínimo 37% de crianças até 7 anos já tiveram pelo menos um amigo imaginário.
Mas por que as crianças criam amigos imaginários se elas são absolutamente saudáveis mentalmente?
Os amigos imaginários podem ser essenciais no desenvolvimento cognitivo e de habilidades sociais das crianças. Como as crianças ainda não têm uma estrutura mental bem formada e não entendem o mundo ao seu redor, elas criam amigos imaginários para que estes os ajudem a entender o mundo e também entender seu papel no mundo.
Ter um amigo imaginário faz com que a criança desabafe para seu amigo sobre seus problemas, conflitos e assim encontrem soluções para seguir em frente. É comum o surgimento de amigos imaginários em situações como mudanças de cidades, divórcio dos pais, morte de algo ou alguém querido e várias outras situações que possam vir a ser uma fonte de estresse para a criança.
As teorias atuais sobre os amigos imaginários costumam se basear fortemente nos estudos do pediatra e psiquiatra Donald Winnicott. Ele define que o amigo imaginário pode começar a partir de um objeto transicional. Por exemplo, um lençol que a criança costuma usar para encontrar conforto emocional pode funcionar como um amigo imaginário. Este lençol (ou um bichinho de pelúcia, ou qualquer outro objeto) muitas vezes é apresentado à criança como conforto emocional: a criança está triste, doente, apresentamos um ursinho para ela. Este objeto, chamado por Winnicott de transicional, ajuda a reassegurar a criança que tudo ficará bem, que ela não está sozinha. A partir daí a criança pode posteriormente passar desse objeto concreto para um imaginário.
É importante enfatizar que tanto Winnicott quanto outros profissionais da área afirmam que a criança tem consciência de que o amigo não é real. Ela pode agir e referir-se a ele como real, mas ela sabe que não é real.

Solidão X amigos imaginário
Quando uma criança desenvolve um amigo imaginário, frequentemente pensamos que isso aconteceu porque ela está sozinha. Embora isso seja verdade em alguns casos, nem sempre é uma regra. Um estudo conduzido pela professora da Universidade do Oregon, Marjorie Taylor, demonstrou que os amigos imaginários são igualmente presentes nas vidas de crianças solitárias (filhos únicos, crianças com dificuldade de socialização etc.), quanto nas crianças que não consideradas solitárias.
Outro estudo foi mais longe ainda. Jerome Singer, professor emérito da Universidade de Yale, descobriu em um longe estudo que crianças com amigos imaginários tendem a ser crianças criativas, com vocabulário mais rico e desenvolvido, e que sabem brincar de forma mais fácil que crianças que não têm amigos imaginários.

Os benefícios do amigo imaginário
Além de ser absolutamente normal, os amigos imaginários também podem trazer benefícios. Estudiosos da área dizem que embora o amigo seja imaginário, a interação é real.
Com os amigos imaginários as crianças podem aprender habilidades sociais. Elas aprendem a compartilhar seus sentimentos e também a receber e lidar com o sentimento dos outros. Na verdade, alguns pesquisadores acreditam que o amigo imaginário é uma manifestação consciente do nosso superego, a parte do nosso inconsciente que ajuda a limitar nossas ações (a não fazer/dizer algo que magoe outros, a ter limites sociais).
Além das habilidades sociais, amigos imaginários ajudam crianças a desenvolver a habilidade de solucionar problemas e a desenvolver a capacidade de abstração (antecipar consequências sem ter que realizar uma determinada ação).

Como agir se meu filho tiver um amigo imaginário?
Antes de mais nada, não entre em pânico. Se você leu tudo até agora, já deve estar sabendo que o amigo imaginário é algo natural e que pode beneficiar e muito o seu filho. Outras perguntas comuns são:
• Devo estimular meu filho a ter um amigo imaginário? Não. O amigo imaginário deve vir naturalmente, se não vier, deixe que seu filho siga seu próprio ritmo de desenvolvimento.
• Devo desencorajar o meu filho em relação a seu amigo imaginário? Não. Novamente, deixe seu filho seguir seu próprio ritmo. Normalmente os amigos imaginários somem com a mesma naturalidade com a qual apareceram.
• Devo interagir com o amigo imaginário do meu filho? Deixe que a criança decida quanta interação você pode ter. Lembre-se que o amigo imaginário faz parte da intimidade de seu filho, respeite este aspecto.
• Meu filho está usando o amigo imaginário para cobrir os próprios erros. Nesse caso, seja firme e encoraje seu filho a tomar responsabilidade em relação a suas ações. Se a criança insistir que foi o amigo que sujou o quarto, encoraje os dois a pedir desculpas e a limpar o quarto.

Por último, deixe que a natureza siga seu curso. Acredite, ela seguirá e esta fase pode ser bastante benéfica para você e para seu filho.

FONTE: http://psicologofacil.com.br/o-amigo-imaginario-das-criancas/

Robin Williams é encontrado morto

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O comediante Robin Williams foi encontrado morto nesta segunda em sua casa, no norte da Califórnia. Segundo autoridades locais, o ator, que tinha 63 anos, aparentemente se suicidou. Apesar de a causa da morte estar sob investigação, a suspeita é de asfixia. “Esta manhã eu perdi meu marido e meu melhor amigo, enquanto o mundo perdeu um de seus mais amados artistas e um belo ser humano. Meu coração está absolutamente partido”, disse a mulher de Williams, Susan Schneider.

O também comediante Steve Martin postou, em seu Twitter: “Eu não poderia estar mais atordoado com a perda de Robin Williams. Íntegro, um grande talento, parceiro de cena, alma genuína”. Pelo Twitter, a Casa Branca divulgou o pronunciamento do presidente Barack Obama: “Ele chegou em nossas vidas como um alien – mas acabou tocando cada elemento do espírito humano” disse, em referência ao personagem Mork, da série Mork & Mindy, que o deixou famoso no fim dos anos 1970.

Segundo a empresária do ator, Mara Buxbaum, ele sofria de uma depressão severa. Tendo lutado contra um vício no passado, Williams entrou em um centro de reabilitação no último mês para tentar se manter sóbrio. Fontes próximas ao ator disseram que ele não estava usando drogas ou álcool, mas estava frequentando o centro para “aperfeiçoar e focar” sua sobriedade após trabalhar em um cronograma maior do que o normal.

Autoridades locais disseram ter recebido uma ligação de emergência por volta do meio-dia (horário local) de ontem dizendo que Williams estava inconsciente em sua casa e não respirava.

Williams conquistou as telonas em filmes como Bom Dia, Vietnã (1987), e Uma Babá Quase Perfeita (1993). No entanto, foi um drama que rendeu a ele o Oscar de melhor ator coadjuvante: em Gênio Indomável (1997), ele interpretou o terapeuta Sean Maguire.

Em 2011, quando lançou o filme Happy Feet: O Pinguim 2, ele falou sobre a cirurgia no coração à qual se submeteu em 2009. “A operação foi há dois anos e continuo bem. Não senti medo, pelo menos uma vez tomei a decisão certa”, disse à agência EFE. Recuperado da recaída que teve em 2006 à dependência alcoólica – na época, o ator não bebia havia 20 anos – Williams disse ter a sorte de estar vivo.

Na época do lançamento da animação, ele deu entrevista ao Estado. Quando perguntado sobre seu bom humor, disse: “Não, não sou sempre assim e é estranho, porque as pessoas esperam que eu seja. Uma vez uma senhora me cutucou no aeroporto e me pediu para fazer algo engraçado. É como passar por Baryshnikov e gritar: ‘Dance, seu desgraçado’. Não funciona assim. Uma noite eu estava lendo para minha filha, ela tinha três anos. Eu estava todo animado e ela me cortou, dizendo: ‘Pai, não faça vozes. Só leia a história’”.

Em 2009, o ator apresentou o espetáculo de stand-up Armas de Destruição de Massa. Na ocasião, ele abordava temas pessoais, incluindo o alcoolismo. Ainda em entrevista ao Estado, disse que o palco foi terapêutico por tê-lo ajudado a falar de momentos difíceis, como a cirurgia no coração.

Ativo no Facebook, sua última postagem data de 30 de julho. Sob o texto “Primeiro olhar sobre Uma Noite no Museu 3. Espero que gostem”, ele postou um trailer do filme que gravou com atores como Ben Stiler, Rebel Wilson, Owen Wilson, Steve Coogan e Ricky Gervais. O filme deve ser lançado em dezembro.

Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema,robin-williams-e-encontrado-morto,1542242

Escrita para curar

Escrita
O texto abaixo retrata como em alguns casos, escrever de forma orientada sobre experiências traumáticas pode ajudar pessoas a refletir sobre si e a superar a dor da perda e seus traumas.

Texto de Massimo Barberi
Há seis anos Marta perdera o marido em um acidente de carro. Embora tivesse, aparentemente, superado o trauma, custava-lhe manter as relações com os amigos e ainda mais conhecer novas pessoas. Dormia e comia muito pouco e um véu de tristeza permanente a atormentava. Por sugestão de pessoas próximas decidiu procurar ajuda terapêutica. Na primeira consulta, falou por meia hora. Depois se calou. E continuou calada nos três encontros seguintes.

Não é que não quisesse continuar (ou iniciar) a psicoterapia – simplesmente não conseguia falar. Ainda assim tentava: chegava na hora marcada e se empenhava para romper a própria mudez. Cerca de um mês após o início dos encontros o psicoterapeuta interrompeu seu silêncio com palavras que surpreenderam Marta: “É suficiente por enquanto. Na próxima semana, traga um caderno e uma caneta”. Marta levou o material pedido e – para sua surpresa – conseguiu expressar nos encontros seguintes muito mais do que imaginava. Por meio da escrita vieram as lágrimas, o reconhecimento da frustração e da raiva pela perda precoce, as associações que a remeteram a cenas de morte vividas na infância, as reflexões, de novo as palavras – e um novo alento.

Embora não seja muito comum, em certos casos, alguns psicoterapeutas recorrem, em vez da fala, à escrita. Registrar no papel experiências negativas, como um luto, pode ser uma técnica terapêutica eficaz em determinadas circunstâncias. Alguns estudos mostram efeitos da narrativa escrita sobre a saúde em geral, física e psíquica, mesmo de pessoas sãs. Os resultados são animadores, a tal ponto que a velha idéia do “caro diário” foi revalorizada.

“Na clínica, o objetivo é ajudar o paciente a compreender melhor as questões que o inquietam, aproximar-se dos sintomas e da dor psíquica de forma protegida, traduzindo emoções em palavras”, diz o professor de psicossomática Luigi Solano, da Universidade La Sapienza, em Roma, autor de Scrivere per pensare (Escrever para pensar, não lançado no Brasil). Ele acredita que a escrita terapêutica ajuda a pessoa a descrever detalhes de experiências negativas, explicitar sentimentos, colocar os fatos em ordem cronológica e estabelecer nexos. Para ele, escrever e falar não se contrapõem, mas, diferentemente do que se dá na comunicação verbal, na qual há espaço para associações inesperadas, que muitas vezes levam a questões inconscientes intrincadas – e fundamentais para o tratamento –, na escrita o foco é mais definido.

EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS
Estudo publicado no Journal of Paliative Medicine apóia a idéia de que descrever os próprios sentimentos e emoções em uma narração coerente dos fatos pode ser útil em situações específicas, como superar o luto da morte do cônjuge – a exemplo de Marta. Para medir a eficácia da técnica, os pesquisadores avaliaram os pacientes deprimidos depois de estes passarem por uma perda significativa e pediram a eles que registrassem regularmente seus sentimentos.

O primeiro estudo sobre a técnica da escrita foi realizado no início da década de 90, por James Pennebaker, diretor do Departamento de Psicologia da Universidade do Texas em Austin, com alguns de seus alunos. Pennebaker pediu que, durante quatro dias, cada estudante escrevesse todos os dias, por 15 minutos, pensamentos suscitados por experiências traumáticas, sem se preocupar com a qualidade dos textos e sem se identificar. Uma vez iniciada a escrita, os voluntários deveriam prossegui-la, sem se deter e sem dar atenção à ortografia, à gramática ou à estrutura do período. Os resultados foram surpreendentes: os estudantes, em geral de classe média alta, descreveram uma penosa lista de histórias trágicas. Estupros, violência na família, tentativas de suicídio e problemas com drogas foram os temas mais comuns. “Metade deles descreveu experiências que qualquer psicólogo consideraria traumáticas”, constatou Pennebaker.

A partir dessa primeira experiência, os alunos de Pennebaker foram acompanhados durante todo o ano escolar. Descobriu-se que a freqüência de suas visitas ao centro médico universitário diminuiu, pois os problemas somáticos reduziram em quantidade e intensidade. Essa foi a primeira demonstração de que a “técnica da escrita” pode ter efeito positivo na saúde em geral, inclusive a física.

Uma possível explicação é fornecida por pesquisas sobre os efeitos da escrita sobre o sistema imunológico. Expressar no papel as próprias experiências negativas parece aprimorar a percepção da pessoa a respeito de si, tornando a somatização mais tênue. Smyth constatou também a redução nos níveis de cortisol (hormônio produzido por uma glândula do sistema neuroendócrino, ativado nos momentos de stress) nos pacientes que escreveram sobre seus traumas.

POR QUE FUNCIONA?
Embora alguns psicanalistas ressaltem a importância da codificação verbal de conteúdos armazenados em forma não-verbal, outros reconhecem a mudança que a escrita é capaz de provocar na percepção de si. Algo similar àquilo que Sigmund Freud imputava ao papel do diário. A “voz do ausente”, expressão usada pelo fundador da psicanálise para designar a escrita, pode facilitar a elaboração de perdas e a aceitação do luto e da separação – o que abre caminho para reparações psíquicas.

Mas, afinal, como o registro das experiências no papel pode causar tantos benefícios? “É muito difícil encontrar uma única explicação para um fenômeno tão complexo”, reconhece Solano. “O fato é que ao longo da vida todos passamos por eventos mais ou menos traumáticos e, mesmo que estejamos bem e não apresentemos transtornos significativos, é provável que haja um elemento estranho em nossa mente que pode impedir o desenvolvimento máximo das potencialidades. Por isso, quando escrevemos regularmente sobre nossas emoções e trajetória, quase sempre vem à tona um evento que nos perturba. Escrever ajuda a reelaborar e superar essas vivências desagradáveis.”

Outra hipótese, complementar à anterior, sustenta que a escrita “ensina” a mente a pensar de forma mais complexa e articulada. “É uma espécie de exercício mental que ajuda nas relações com os outros e consigo mesmo”, afirma o psicólogo. Certos estudos demonstraram que, após escreverem seguindo essa técnica, as pessoas se tornaram mais ativas nas relações com os outros. “Os experimentos mostram ativação de habilidades sociais, maior facilidade para se expressar afetivamente e, em alguns casos, a escrita ajudou a redefinir metas profissionais”, observa. É como se, ao serem colocados no papel, desejos, necessidades e emoções se tornassem mais claros.

abril de 2008
Massimo Barberi
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/escrita_para_curar.html

Guns N’ Roses: transtorno bipolar, a doença de Axl Rose

“Axl Rose é um babaca”, “Não sei como Axl consegue ter fãs”, “Axl destruiu o nome Guns N’ Roses”… Dentre todas essas fases ditas por algumas pessoas, a mais intrigante delas e que também resume muito bem todas essas indagações é a seguinte: “Por que Axl não consegue agir como uma pessoa normal?!” E a resposta é muito simples: Simplesmente porque ele não é uma pessoa normal. E isso não é algo que eu, um fã, estou dizendo para tentar aumentar meu ídolo e tentar colocá-lo acima de outros artistas. Axl Rose foi, na década de 90, clinicamente diagnosticado como bipolar.

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É claro que para o leigo, transtorno bipolar soa apenas como um nome mais bonito para mudança de humor, e aparenta ser apenas uma desculpa para ser estúpido, colocando a culpa na doença. No entanto, o verdadeiro nome científico dessa condição não é tão amigável… Psicose maníaco depressiva. É disso que Axl Rose sofre, e explica muitas das ações do músico que pessoas normais têm dificuldade de entender.

É preciso compreender que Axl Rose é a definição de louco. A maioria das pessoas quando diz que ele é louco, diz em tom de brincadeira, mas o fato é que ele é de fato louco… Maníaco psicótico para ser mais exato. Em séculos passados, Axl Rose teria sido internado em manicômios, onde suas ondas de depressão ou de grandeza/mania não afetariam ninguém a não ser ele mesmo. Para a sorte dos que sofrem dessa doença, há algumas décadas existem tratamentos a base de Lítio que inibem essas ondas, de forma que a pessoa possa viver normalmente. Mas, para o azar dos fãs, Axl se recusou a se quer iniciar seu tratamento. Vamos a seguir entender mais da doença e como ela tem afetado Axl Rose.

A ADEB (Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares) define a Doença Maníaco-Depressiva como uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e mania. Qualquer dos dois tipos de crise pode predominar numa mesma pessoa sendo a sua frequência bastante variável. As crises podem ser graves, moderadas ou leves.

As viragens do humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da autonomia da personalidade.

A ADEB, define também as duas fases da doença, descrevendo seus principais sintomas:

O principal sintoma de mania é um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise a pessoa pode sentir-se mais alegre, sociável, activa, faladora, auto-confiante, inteligente e criativa. Com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica podem surgir alguns ou todos os seguintes sintomas:

- Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e zanga-se quando os outros não acatam os seus desejos e vontades;

Tenho certeza que nenhum fã de música tem a menor dificuldade em associar Axl a este sintoma. A maioria das pessoas o chama de mimado, de bebê chorão, de diva… E apesar de eu mesmo concordar que esses adjetivos se aplicam, é visível que é mais um sintoma da doença. Em St Louis, em 1991, Axl exigiu à segurança do show que removesse uma pessoa da plateia. Como seu desejo não foi atendido, ele zangou-se e de uma hora para a outra pulou em cima do homem para socá-lo. Mais recente ainda, em 2010, Axl foi avisado durante o show de Reading que caso atrasasse o som da banda seria cortado. Mas Axl não pode ser contrariado… Ao ter o som cortado, continuou o show com um megafone e com violões. Não que a atitude dele não tenha sido incrível, mas é só mais uma prova de que ele não aceita ser contrariado. E quando o é, fecha a cara, como no show do Guns N’ Roses em Dublin em 2010, quando ele foi legalmente obrigado a terminar o show, apesar de sua intenção de ir embora após o palco ser bombardeado por garrafas e cópos devido ao atraso da banda.

- Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis;

São inúmeros os casos em que a banda estava tocando e sem mais nem menos, Axl Rose saiu do palco e vez ou outra nem voltou mais. Quem esteve no Rock in Rio em 2011 ou viu o show pela TV pode perceber claramente como Axl Rose começou o show bem humorado e assim continuou até o meio dele, quando de repente fechou a cara e não falou mais nada durante o show inteiro.

- Reação excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com pequenas coisas, levando a comentários banais;

Durante o Rock in Rio em 2001, Axl vê durante It’s So Easy um homem na plateia com uma camisa do Slash. Começa a mostrar o dedo do meio para ele durante um dos versos, e quando começa o solo, pede ao Sr. Segurança que retire o pobre coitado e lhe dê a maldita camiseta. Exagerado? O mesmo vale para Leeds em 2002, quando um dos fãs perguntou “Where’s Slash” – em analogia ao “Where’s Izzy?” de 1991 – e Axl respondeu na lata “Tá no meu cu! Vai pra casa, otário.” Ou até mesmo em São Paulo, em 2010, quando Axl literalmente ameaçou ir embore do show e deixar 40 mil pessoas sem show por ter sido atingido por um copo d’água. Realmente, todos esses acontecimentos seriam incômodos para qualquer um, mas, condizendo com o sintoma, há uma reação excessive e irritação com pequenas coisas por parte de Axl.

- Aumento de interesse em diversas atividades, despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas;

Esse aspecto da fase de mania de Axl é bem vísivel. Seus planos para o Guns N’ Roses e Chinese Democracy eram astronômicos… Albúm triplo, 14 milhões de dólares, videoclipes caríssimos (Axl narra em sua carta na arte alternativa do Chinese Democracy sua viagem até a China, e existem rumores que ele foi até para Shangrila, procurando locações para gravar um clipe de Catcher In The Rye). Tom Zutaut, famoso empresário do Guns N’ Roses na década de 80, disse que em 2002 ouviu – pasmem – 70 demos gravadas para o Chinese Democracy. 70! Em 2002!

- Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;

Até os fãs mais fanáticos de Axl tem que admitir que de vez em quando ele age como se estivesse se colocando acima das outras pessoas.

- Energia excessiva, possibilitando uma hiperatividade ininterrupta;

Axl certamente grava suas demos – 70!? – em ondas de hiperatividade antes de afundar em uma onda de depressão, ficando improdutivo por semanas a fio. Um crítico da Rolling Stone, quando fazendo sua – excelente – crítica ao Chinese Democracy, disse ter ficado fascinado com o vocal de Axl Rose na música Sorry. Ele disse que a versatilidade do vocal, que ia de 8 a 80 em segundos era fantástica. Ele disse que a beleza de Axl e do Chinese Democracy é que, provavelmente, em algum balcão em Los Angeles ou em algum HD perdido na casa do músico em Malibu, há centenas e quem diria talvez milhares de gravações diferentes de Axl cantando “But I don’t want to do it” de inúmeras maneiras diferentes, e que provavelmente ele escolheu aquela forma peculiar que foi para o álbum após ouvir e testar cada uma delas várias e várias vezes. Eu não duvido.

- Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal;

Veja o que Axl disse sobre a doença numa entrevista na década de 90: Então de repente sou diagnosticado maníaco depressivo. ‘Vamos dar remédios pro Axl.’ Bom, esses remédios não me ajudam a lidar com stress. A única ajuda é que as pessoas saem do meu pé, porque elas percebem que eu estou medicado.”

- Abuso de álcool e de substâncias.

Desnecessário comentar…

Esses são os principais sintomas da fase de mania da doença, e relacionam-se com os desejos de Axl de tornar o Guns N’ Roses um fenômeno enorme, com múltiplos álbuns, turnês massivas. No começo da década passada isso era mais visível. Certamente quando Axl disse no Rock in Rio em 2001 que estariam de volta no próximo verão com músicas novas, ele estava falando a verdade. Certamente ele tinha o desejo de lançar seu novo álbum, havia confiança na nova banda, e uma grandiosa turnê marcada pelo mundo, mas de repente tudo foi por água abaixo sem a menor explicação. Em 2002, a mesma coisa: promessas de álbum, confiança, até aparição no VMA, mas de repente Axl não sobe para o palco em um show na Philadelphia e em seguida toda turnê mundial é cancelada, e ele não é visto por mais 4 anos. Novamente sem explicação. Ou será que há uma explicação?

A fase de depressão, bem como a fase de mania, podem vir de repente, sem o menor aviso… A auto-estima da pessoa cai imensamente, ela se sente incapaz e impotente, e isso se relaciona fortemente com os cancelamentos repentinos de shows e turnês. Assim como as ondas de euforia se relacionam com a fase de mania. Em 2010 Axl publicou em seu Twitter que todos os futuros shows do Guns N’ Roses estavam cancelados. Em 2011 ele publicou no MyGNR Forum que em 2012 lançaria um novo álbum do Guns N’ Roses. Em ambos os casos, a equipe do Guns N’ Roses disse que Axl fora hackeado – duas vezes?! Mas na minha humilde opinião, tanto o caso do cancelamento repentino da turnê em 2010 – e em 2001 e em 2002 – quanto o caso do anúncio repentino do álbum em 2011 são obras das ondas de depressão e de mania, respectivamente, que chegam sem avisar, do nada. Axl, extremamente depressivo ou extremamente otimista, certamente fez esses anúncios sem consultar os empresários, o que levou-os a tomar medidas drásticas mais tarde para consertar esses erros.

Vamos agora à definição da fase de depressão feita pela ADEB, bem como seus sintomas analisados: O principal sintoma é um estado de humor de tristeza e desespero. Em função da gravidade da depressão, podem sentir-se alguns ou muitos dos seguintes sintomas:

- Preocupação com fracassos ou incapacidades e perda da auto-estima. Pode ficar-se obcecado com pensamentos negativos, sem conseguir afastá-los; Sentimentos de inutilidade, desespero e culpa excessiva;

Mais uma vez, vejo isso com relação aos cancelamentos da turnê, aos lançamentos cancelados dos álbuns etc.

- Perda de interesse pelo trabalho, pelos hobbies e pelas pessoas, incluindo os familiares e amigos;

Isso é apenas um palpite, mas apesar de ter certeza que Axl tem suas ondas de hiperatividade quando passa seus anos trancado em casa, certamente passa dias sem fazer nada.

- Alterações do apetite e do peso;

Desnecessário comentar também, né?

- Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substancias;

Idem acima.

- Perda da noção de realidade, de tempo;

Muitos fãs brincam que Axl vive no mundo dele e no tempo. O fato é que ele realmente vive.

A ADEB finaliza dizendo que a noção de doença mental na opinião pública é, em geral, muito confusa e pouco correta. Verifica-se uma tendência para considerar negativamente as pessoas que sofrem de doenças psiquiátricas e é frequente a ideia de que as doenças mentais são qualitativamente diferentes das outras doenças. É muito comum imaginar que há uma [doença mental] única ([a doença mental]), atribuindo às pessoas que tenham sofrido crises, um prognóstico negativo de incurabilidade, aferido erradamente pelos casos de doentes mentais mais graves e crónicos. Por vezes o diagnóstico médico das diferentes doenças psiquiátricas não se faz na altura própria, por variadas razões, e isso acontece, com alguma frequência, na Doença Bipolar.

O conhecimento, mesmo que simplificado, das características da Doença Bipolar facilita a seu reconhecimento aos próprios (que a sofrem) e aos outros, possibilitando uma maior ajuda a muitas pessoas que carecem de um tratamento médico adequado e de uma solidária compreensão humana.

Um outro site sobre medicina caracteriza a doença da seguinte maneira:

O paciente apresenta períodos de intensa depressão (podendo levá-lo ao suicídio), e períodos de intensa euforia (mania), levando-o quase sempre a graves distúrbios sociais. Entre estes períodos, o doente recupera toda a lucidez.

Até há bem pouco tempo conhecida como psicose maníaco-depressiva, a doença bipolar do humor é caracterizada por períodos de um quadro depressivo, geralmente de intensidade grave, que se alternam com períodos de quadros opostos à depressão, isto é, a pessoa apresenta-se eufórica, com muitas atividades, às vezes efetuando gastos financeiros desnecessários e elevados, com sentimento de omnipotência, quase sempre acompanhados de insónia e falando mais do que o seu habitual. Este quadro é conhecido como mania. Tanto o período de depressão quanto o da mania podem durar semanas, meses ou anos.

A pessoa que apresenta o quadro de mania mostra um humor anormal e persistentemente elevado, expansivo, excessivamente eufórico e alegre, às vezes com períodos de irritação e explosões de raiva, contrastando com um período de normalidade, antes da doença se manifestar. Além disto, há uma autoestima grandiosa (com a pessoa sentindo-se poderosa e capaz de tudo), com necessidade reduzida de dormir (a pessoa dorme pouco e sente-se descansada).

Ao contrário da fase depressiva, o paciente maníaco não se sente doente, o que pode dificultar em muito seu tratamento.

Resumindo, a vasta maioria dos sintomas é visível no Axl: Alguns períodos de lucidez alternados por períodos de depressão e de euforia que podem durar anos (ficou 8 anos fora dos holofotes na década de 90 e 6 na década de 2000), sentimentos de grandeza com gastos financeiros enormes, grande irritabilidade com coisas pequenas e irrelevantes, aumento de peso, entre outros que já citamos acima.

Não sou nenhum psiquiatra para diagnosticar ninguém com uma doença, ainda mais uma doença tão grave. Mas Axl foi submetido a testes na década de 90 e sua condição clínica foi essa. Em uma entrevista para a Rolling Stone recentemente ele disse que suas mudanças de humor não tem nada a ver com a doença, e que a doença é apenas uma desculpa que pessoas interessadas em tirar algum benefício financeiro dele encontraram para justificar alguns de seus atos. Os psiquiatras discordam…

Em um episódio da décima temporada da série Law & Order: Special Victims Unit, a filha e a mãe de um dos detetives são diagnosticadas com a doença. Há uma conversa interessantíssima que as duas têm na prisão, em que elas dizem o quanto se sentem diferentes do resto da sociedade, vivendo em seu mundo. A avó diz que alguns dias acorda com vontade de dormir por mais 12 horas, e então fica no quarto por dias, mas outras vezes acorda com uma repentina vontade de ir para Paris aprender a pintar e também viajar o mundo. Ela narra então um momento em que foi forçada a tomar a medicação de Lítio que aparentemente Axl se recusou a tomar… Ela disse que agia normal, sem ondas de euforia ou depressão, mas que sentia-se vazia, sem alma, oca. E que preferia viver uma vida de altos e baixos do que ter passar novamente pela sensação do tratamento com o Lítio. Ela finaliza dizendo que viveu a vida como quis, e que paga um preço terrível por isso.

Mais ou menos como Axl. Ele faz só o que quer. Se tivesse continuado com o velho Guns N’ Roses eles seriam atualmente uma das maiores bandas do planeta, em um patamar que poucos conseguiram alcançar. Caso tivesse concretizado seus planos inicias do Chinese Democracy, certamente a banda seria imensamente maior e mais respeitada. Mas ele não quis. E hoje paga o preço. Não que ele ligue pra isso…

Escrito por Lucas Surjus e publicado originalmente por Axl Rose – Fã Clube

Fonte: Guns N’ Roses: transtorno bipolar, a doença de Axl Rose http://whiplash.net/materias/news_829/175141-gunsnroses.html#ixzz37CHmP1pN