A parceria entre diversos profissionais é a base da intervenção. Sem essa parceria, dificilmente as metas serão atingidas.
Além do médico psiquiatra, que é quem faz o diagnóstico, o fonoaudiólogo também tem importância: um dos principais déficits do autismo está no desenvolvimento da linguagem, a presença de um fonoaudiólogo na equipe de intervenção é indispensável. É este profissional que avalia e decide por quais fonemas iniciar o treino vocal e orienta a todos na equipe que estratégias utilizar no dia-a-dia para estimular a emissão destes fonemas.
Outra parceria fundamental na intervenção com autismo é com o terapeuta ocupacional. As crianças diagnosticadas com TEA apresentam uma importante alteração sensorial, ou seja, recebem e decodificam os estímulos sensoriais (táteis, auditivos, visuais, sonoros e olfativos) de forma diferente. Por isso, elas podem reagir de forma exagerada ou diminuída a algumas estimulações sensoriais.
É o terapeuta ocupacional que poderá avaliar detalhadamente quais alterações sensoriais a criança possui e, com base nessa avaliação, aplicará procedimentos de Integração Sensorial em suas sessões e, principalmente, orientará familiares, cuidadores e demais membros da equipe sobre como garantir um controle sensorial da criança no dia-a-dia, visando minimizar as estereotipias e, com isso, aumentar a atenção, a concentração e o aprendizado.O terapeuta ocupacional também tem um importante papel no treino das habilidades de coordenação motora fina que podem estar prejudicadas em algumas crianças com TEA.
Também é fundamental na intervenção com autismo a parceria com pedagogos, tanto os profissionais da escola, quanto psicopedagogos particulares. O olhar pedagógico é indispensável no processo de inclusão escolar, afinal é o pedagogo que fará as adaptações curriculares e de materiais necessárias para que a criança possa ser inserida em uma classe de ensino regular. Avaliando o ritmo de aprendizado da criança o pedagogo pode decidir que conteúdos apresentar em cada momento e em qual velocidade. Compreendendo como a criança aprende (por via visual, auditiva, com material concreto, etc.) o pedagogo orienta professores, auxiliares e ATs (acompanhantes terapêuticos) sobre como apresentar as atividades para a criança com autismo.
Enfim, muitos outros profissionais podem acabar fazendo parte desta equipe de intervenção em algum momento, a depender das necessidades de cada caso. O importante é que esta equipe seja parceira, mantenha contato frequente e atue de forma coesa em direção a uma meta comum: o desenvolvimento e a melhora na qualidade de vida da criança com TEA e sua família.