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Ansiedade: sintomas, causas, tratamento, tem cura?

A ansiedade faz parte da vida de todos nós e, em certo nível, pode ser considerada saudável. É ela que nos ajuda a ter pontualidade nos compromissos, resolver uma questão que nos preocupa ou fugir de situações arriscadas, por exemplo.

O problema desse estado surge quando ela se torna excessiva e as pessoas passam a se preocupar demais. Tudo começa a parecer mais perigoso, difícil e preocupante, mesmo aquelas coisas que não representam riscos reais.

Mas como saber se sua ansiedade ultrapassou os limites e você precisa ter mais atenção com a sua saúde emocional? Neste post trouxemos informações completas sobre o tema. Aproveite!

O que é a ansiedade? Ela tem cura?

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o sentimento de ansiedade é a antecipação de alguma ameaça futura. Ela está muito associada ao o medo e gera sensações de tensão.

Além disso, no momento em que sentimos ansiedade começamos a nos comportar com cuidado, buscando fugir da sensação desagradável. Assim, procuramos formas de evitar os ambientes, atividades, pessoas e coisas que nos causam temor.

Em alguns casos, esses estados emocionais acontecem em maior frequência ou persistem por muito tempo. Assim, deixam de ser considerados adaptativos e se tornam sintomas do chamado transtorno de ansiedade.

Para pessoas com essa condição, muitas situações comuns passam a envolver extremo estressee tensão física e psicológica. Andar de ônibus ou fazer uma prova, por exemplo, pode ser um grande desafio neste caso.

Mas a ansiedade é só um tipo de medo?

É importante frisar que a ansiedade é uma resposta emocional provocada pelo medo. Só que o medo clássico, aquele que sentimos quando nos assustamos com um filme, por exemplo, é algo momentâneo que acontece quando identificamos algum perigo.

A ansiedade é diferente. Ela é uma sensação constante de medo em relação ao futuro, é um receio de que algo possa acontecer. Graças a isso, esse estado psíquico não cessa com facilidade, já que não dá para fugir do que o está causando.

Existe motivo para a ansiedade aparecer?

Aaron Beck, psiquiatra e pai da Terapia Cognitiva, em seu livro “Terapia Cognitiva para os Transtornos de Ansiedade” nos mostra que o medo e ansiedade não surgem ao acaso. Eles são fruto da experiência de vida de cada pessoa.

Questões, como a forma de lidar com a família, amigos, trabalho, tarefas de casa e organização de tempo influenciam na maneira em que vivenciamos os medos e a ansiedade.

Além disso, o imediatismo, o excesso de tarefas acumuladas e as cobranças constantes por parte de familiares, colegas de trabalho e supervisores pode, sim, impactar na maneira em que a ansiedade se manifesta.

Qual é o problema desse estado psíquico?

Essa constante sensação de avaliação que vivemos nos faz pensar no futuro a todo momento. Isso tira nosso foco do momento atual e leva a pensamentos como:

  • “E se eu não conseguir aquele emprego?”;
  • “E se eu não comprar aquele carro?”;
  • “E se eu chegar atrasada?”;
  • “E se o chefe me demitir?”.

Todos esses “e se” têm causado muitos sintomas e dificuldades de enfrentar certas situações. Eles levam para nosso corpo todas essas questões externas, gerando um ciclo vicioso de preocupações, estresse, angústias, tristezas, medo e desamparo.

Fonte: https://www.psicologiaviva.com.br/blog/ansiedade/

Entenda como a ansiedade dos pais reflete nos filhos

Preocupar-se com o futuro dos filhos é uma ação natural dos pais e mães amorosos que querem sempre o melhor para os seus pequenos (mesmo que eles nem sejam mais tão pequenos assim). Porém, quando essa preocupação se torna tão grande a ponto de gerar muita angústia ou ansiedade nos pais, é hora de rever essa maneira de pensar.

Isso porque a exacerbada ansiedade dos pais pode ser prejudicial ao desenvolvimento infantil. Muitos acham essa ansiedade normal e, além disso, os pais podem ter uma impressão de que seus filhos não percebem o que eles pensam e sentem. Esses são dois equívocos. No artigo de hoje vamos falar como essa ansiedade descontrolada age negativamente nas crianças e como lidar com ela. Acompanhe!

Ansiedade dos pais: prejuízo também para os filhos

A ansiedade é um sentimento inerente aos pais, principalmente aqueles preocupados com o bom desenvolvimento e futuro dos seus filhos nesse mundo agitado em que vivemos. Contudo, quando essa preocupação se torna aflitiva e incontrolável, deixa de afetar somente os pais.

O resultado são crianças cada vez mais novas vivenciando sintomas de de ansiedade, alguns até graves, que prejudicam não só o seu desenvolvimento como também seu bem-estar físico e emocional.

Mas, afinal, como esse sentimento dos pais acabam por chegar aos filhos?

O psicólogo norte-americano e escritor especialista em parentalidade, John Rosemond tem uma teoria interessante sobre o intercâmbio da ansiedade dos pais para os filhos: ele acredita que esse excesso de preocupação (que gera a ansiedade) é transmitido via osmose psíquica para os filhos que, uma vez contagiados pelo sentimento passam a conviver de maneira desajustada com uma série de medos existenciais.

Segundo o escritor, essas crianças começam a sentir e acreditar que o mundo não é um lugar seguro para viverem e que ninguém, nem mesmo os seus pais, serão capazes de protegê-los dos “perigosos” da vida.

E se engana quem acha que somente as crianças sofrem com os pensamentos/emoções/sentimentos dos pais. Os maiores também não escapam dos prejuízos, principalmente quando o foco da ansiedade paterna são suas expectativas com relação ao futuro acadêmico e profissional.

Diante das expectativas de verem seus filhos cursando faculdades e buscando profissões de prestígio, que são vistas como financeiramente promissoras, os filhos adolescentes se vêem perdidos e aflitos. Sigo o que meus pais desejam para mim ou o que eu desejo? E se eu fracassar? E se não atender às expectativas deles? Esses são pensamentos que passam na cabeça dos jovens, e que podem atrapalhar nesse momento tão delicado de escolhas, influenciando inclusive seu rendimento escolar.

Como evitar a ansiedade dos pais?

Mais do que compreender seus papéis de pais, mães e responsáveis, é preciso entender que privar os filhos das dificuldades e dos desafios, bem como expressar demasiadamente seus medos e ansiedade pode ser prejudicial para o desenvolvimento social e emocional deles. A questão aqui não é se fechar para os filhos, mas sim compreender a necessidade de gestão dos próprios pensamentos e emoções para não gerar ansiedade desnecessária (além do que a vida moderna já causa) nos filhos.

Evitar depositar muitas expectativas também é recomendado, pois cada ser humano é único e tem o direito fundamental de se expressar e viver como se é de verdade. Afinal, filho nenhum gostaria de ser responsável pela não concretização de um sonho materno ou paterno, não é mesmo? Se sentir obrigado a seguir um sonho ou uma história que não foi sonhada e desejada por você é algo frustrante.

Por fim, é fundamental ainda que os pais – principalmente os do século XXI – aprendam a lidar com o ciclo natural das coisas, aceitando o seu tempo de evolução e os resultados que nem sempre são os que eles esperam.

Ocupar-se do presente é indispensável para que a ansiedade dos pais seja administrada e o futuro, no seu tempo, possa chegar com qualidade e saúde emocional para toda a família.

(Fonte: https://escoladainteligencia.com.br/entenda-como-a-ansiedade-dos-pais-reflete-nos-filhos/)

Como a ansiedade pode prejudicar o rendimento profissional?

08-05-17

ansiedade pode influenciar de forma bastante negativa o rendimento de um profissional. Oriunda ou não do ambiente de trabalho, essa é uma condição que deve receber atenção o mais rápido possível para evitar consequências mais graves, tanto para o desenvolvimento de sua função quanto para a sua carreira em geral.

A partir disso, separamos a seguir algumas informações sobre como a ansiedade pode prejudicar o rendimento profissional, assim como algumas medidas que podem ser tomadas para tentar modificar essa realidade. Confira!

Consequências mentais e psicológicas

As consequências mentais e psicológicas da ansiedade são as que mais prejudicam o rendimento no trabalho. Esse estado pode acarretar dificuldades de interação entre os profissionais, queda de autoestima e até mesmo aumentar o índice de absenteísmo do funcionário.

Além  disso, em casos extremos de ansiedade não tratada, é possível que o indivíduo evolua para quadros mais sérios, como por exemplo a síndrome do pânico. Dessa forma, é extremamente necessário que o grau de ansiedade seja rapidamente controlado por meio da busca por auxílio de um profissional da área de saúde, visando preservar sua produtividade e bem-estar.

Efeitos físicos da ansiedade podem prejudicar o rendimento

Um quadro agravado de ansiedade pode trazer também consequências para a saúde física do profissional e, assim, acabar prejudicando não só sua carreira profissional, mas também a sua saúde.

Um dos principais sintomas desencadeados pela ansiedade é a insônia, que compromete progressivamente o rendimento do profissional durante o período de trabalho. A falta de sono influencia diretamente no aprendizado, retenção de memória e atenção focada do indivíduo, que são características indispensáveis para o desempenho de qualquer ocupação profissional.

Há ainda os distúrbios alimentares, que podem ser acarretados pela ansiedade. Esses distúrbios podem se caracterizar pela ingestão compulsiva de alimentos, o que influi tanto na saúde orgânica do indivíduo quanto na autoestima, como em casos em que há ganho de massa corporal. Em contrapartida, existem casos opostos, em que o indivíduo passa a ter dificuldade de se alimentar, o que resulta em graves desordens nutricionais que comprometem sua condição física de trabalhar.

Consequências para o ambiente de trabalho

Na grande maioria das vezes, o comprometimento da produtividade de um profissional possui reflexos no ambiente de trabalho como um todo. Esses reflexos se justificam pelo fato de que, geralmente, as funções de uma equipe acabam tendo uma relação de interdependência. Assim, a ausência dos resultados esperados por determinada pessoa acaba influenciando no rendimento da empresa como um todo.

Vale lembrar que também existem as consequências da queda de produtividade para aqueles que esperam o trabalho prestado pelo profissional. Um atraso ou mesmo entrega de um serviço de baixa qualidade não só denigre a imagem do profissional como também pode comprometer o planejamento do próprio cliente.

Soluções

A ansiedade pode prejudicar o rendimento de diversas formas e, portanto, controlar um quadro de ansiedade se mostra extremamente necessário, uma vez que os desdobramentos desse distúrbio atingem as relações profissionais do indivíduo como um todo.

A partir da identificação de queda de produtividade em função de uma situação de estresse ou ansiedade, é recomendável que seja oferecido auxílio psicológico ao profissional, assim como orientação médica e/ou nutricional acerca das consequências físicas e mentais acarretadas pela condição. Assim, com a orientação profissional correta, é possível preservar a produtividade e o bem-estar do profissional na realização de sua função.

Fonte: http://www.psicologiaviva.com.br/blog/rendimento-profissional/

Síndrome do pânico: sintomas, tratamentos e causas

cara de sapato- síndrome do pânico
O que é Síndrome do Pânico?

A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.

Quem sofre do Transtorno de Pânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração.

Causas

As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:

  • Genética
  • Estresse
  • Temperamento forte e suscetível ao estresse
  • Mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.

Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente.

Fatores de risco

As crises de síndrome do pânico geralmente começam entre a fase final da adolescência e o início da idade adulta. Apesar disso, podem ocorrer depois dos 30 anos e durante a infância, embora no último caso ela possa ser diagnosticada só depois que as crianças já estejam mais velhas.

A síndrome do pânico costuma afetar mais mulheres do que homens e pode ser desencadeada por alguns fatores considerados de risco, como:

  • Situações de estresse extremo
  • Morte ou adoecimento de uma pessoa próxima
  • Mudanças radicais ocorridas na vida
  • Histórico de abuso sexual durante a infância
  • Ter passado por alguma experiência traumática, como um acidente.

Algumas pesquisas indicam que se um gêmeo idêntico tem síndrome do pânico, o outro gêmeo também desenvolverá o problema em 40% das vezes. Pode acontecer, no entanto, de a doença se manifestar sem que haja histórico familiar dela.

Sintomas de Síndrome do pânico

Ataques de pânico característicos da síndrome geralmente acontecem de repente e sem aviso prévio, em qualquer período do dia e também em qualquer situação, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião de trabalho ou até mesmo dormindo.

O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode variar dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. É bom ficar atento, pois muitas vezes um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco.

As crises de pânico geralmente manifestam os seguintes sintomas:

  • Sensação de perigo iminente
  • Medo de perder o controle
  • Medo da morte ou de uma tragédia iminente
  • Sentimentos de indiferença
  • Sensação de estar fora da realidade
  • Dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto
  • Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia
  • Sudorese
  • Tremores
  • Dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento
  • Hiperventilação
  • Calafrios
  • Ondas de calor
  • Náusea
  • Dores abdominais
  • Dores no peito e desconforto
  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Desmaio
  • Sensação de estar com a garganta fechando
  • Dificuldade para engolir

Uma complicação frequente é o medo do medo, ou seja, o medo ter outro ataque de pânico. Esse medo pode ser tão grande que a pessoa, muitas vezes, evitará ao máximo situações em que essas crises poderão ocorrer novamente.

Os ataques de pânico podem alterar o comportamento em casa, na escola ou no trabalho. As pessoas portadoras da síndrome muitas vezes se preocupam com os efeitos de seus ataques de pânico e podem, até mesmo, despertar problemas mais graves, como alcoolismo, depressão e abuso de drogas.

Não há como prever as crises de pânico. Pelo menos nos estágios iniciais do transtorno, parece não haver nada específico capaz de desencadear o ataque. Mas há indícios de que lembrar-se de ataques de pânico anteriores possam contribuir e levar a uma nova crise.

Buscando ajuda médica

Se você teve qualquer sintoma típico de crises de pânico, procure ajuda médica o quanto antes. Os ataques são difíceis de controlar por conta própria e podem piorar se não houver acompanhamento médico e tratamento adequados. Você deve procurar ajuda médica.

fonte: (http://www.minhavida.com.br/saude/temas/sindrome-do-panico)

O que fazer quando a timidez vira doença

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O texto abaixo foi escrito pelo Dr. Jairo Bouer para uma coluna da revista Época.

Você morre de vergonha de levantar a mão e fazer uma pergunta em sala de aula? Odeia ter de apresentar os resultados da empresa numa reunião da diretoria? Quando vai a uma festa, fica num canto e evita falar com desconhecidos? Na rua, abaixa os olhos ao passar por estranhos? Será que você é apenas tímido ou tem uma tremenda dificuldade de se relacionar e de se expor na frente dos outros? Como saber quando a timidez passa do ponto?

Um dos limites claros da timidez excessiva é uma condição conhecida como fobia social. Em casos extremos, a pessoa pode até passar mal numa situação em que se sente exposta ou avaliada publicamente. Para ela, dar uma aula, se manifestar numa reunião e até mesmo assinar um simples talão de cheque ou teclar a senha do cartão na frente de desconhecidos pode ser um verdadeiro martírio.

Sensações e sintomas como medo de errar, perda de controle, taquicardia, tremores, transpiração excessiva, tosse, falta de ar, tontura, enjoo, vômitos e até desmaios podem acontecer. Tudo isso é resultado de uma crise de ansiedade, desencadeada por uma resposta desproporcional diante de uma ameaça imaginária. É como se alguém se sentisse julgado ou criticado o tempo todo. Uma espécie de fantasia de que é uma farsa que será descoberta a qualquer momento. Como resultado, o fóbico social pode passar a evitar situações em que sabe que se sentirá exposto.

Não é incomum que seu desempenho na escola, na faculdade ou no emprego fique prejudicado, que ele evite festas e confraternizações e que deixe de fazer compras quando não está acompanhado. Essas são algumas de muitas outras limitações de que o fóbico social sofre.

Na tentativa de controlar ou reduzir a ansiedade, esse tipo de fobia pode levar ao abuso de álcool, maconha, cigarro ou calmantes. Sintomas depressivos e outros distúrbios de ansiedade podem, também, estar mais presentes na vida dos fóbicos sociais.

Em tempos de internet, muitos deles (como também os tímidos) podem passar horas na frente do computador, usando redes sociais para mediar seus contatos com os outros. O risco é a vida on-line ganhar o lugar dos contatos reais, já que a sensação de ser avaliado tende a diminuir do outro lado da tela.

É importante que pessoas que enfrentam as limitações que a fobia social impõe à vida procurem a ajuda de psiquiatras ou psicólogos. No tratamento, pode ser necessário o uso de medicamentos como antidepressivos, para o controle da ansiedade e de outros sintomas. A terapia pode modular a resposta à ansiedade, dar maior segurança e garantir um cotidiano mais tranquilo.

Ansiedades e preocupações: quando o normal se torna um problema.

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            Quem nunca experimentou ansiedade? Aquela sensação desagradável e vaga de apreensão, como se algo fosse acontecer… E quando isso vem junto de sensações pelo corpo, como palpitações, aperto no peito, desconforto gástrico e inquietação? E o medo. Quem nunca sentiu esta apreensão frente a alguma ameaça conhecida? Sim, ansiedade e medo são emoções presentes em todos nós e as experimentamos como sensações absolutamente normais frente à situações novas, estressantes e que de alguma forma nos mobilizem afetivamente. São estas sensações que nos preparam para algo que irá nos exigir mais, e muitas vezes, nos permitem ultrapassar obstáculos da vida.

            Porém, a ansiedade e o medo podem se tornar prejudiciais para a vida. Quando nos encontramos em um estado constante e frequente de ansiedade, preocupação excessiva e medo capaz de nos causar sofrimento e prejudicar nossa qualidade de vida, devemos ficar atentos para a existência de um problema denominado pela Psiquiatria como Transtorno de Ansiedade Generalizada. Tal quadro afeta cerca de 6% da população ao longo da vida, gerando prejuízos importantes na vida social, escolar, no trabalho e em outras áreas da vida. A principal característica desse transtorno é a ansiedade e a preocupação excessiva presente a maior parte do tempo acerca das atividades do dia-a-dia.

            É claro que nos preocupamos com as tarefas rotineiras e com nossos compromissos do dia-a-dia mas, no caso do Transtorno de Ansiedade Generalizada, a intensidade, duração e frequência dessa preocupação encontra-se muito além do que a situação poderia nos gerar. A dificuldade em controlar essas emoções desagradáveis é tão intensa que atrapalha a atenção e a concentração nas tarefas mais simples, dificulta a tomada de decisões e mesmo o controle de impulsos. Nesses momentos, tudo pode ser motivo de preocupação, medo e ansiedade ocupando a mente: a própria saúde, a saúde dos familiares, acontecimentos no trabalho, situação financeira, compromissos próximos, viagens, fatalidades, prazos a cumprir e qualquer tarefa rotineira.

            Alguns sintomas ansiosos podem se manifestar ainda na infância e adolescência, se agravando ao longo das fases da vida, até se tornar um quadro que atrapalhe e cause sofrimento. Pelo caráter multifacetado do Transtorno de Ansiedade Generalizada que, com muita frequência, incluem sintomas físicos, quem sofre acaba procurando profissionais médicos como clínicos, cardiologistas, gastroenterologistas e neurologistas, buscando ajuda e explicações para os sintomas. Quando nenhuma causa física para os sintomas é encontrada, a hipótese de um transtorno de ansiedade deve ser levantada e tratada.

            Neste momento, o médico psiquiatra se torna o profissional preparado para realizar uma avaliação clínica considerando fatores biológicos, psicológicos e ambientais para o esclarecimento do diagnóstico e orientação do tratamento adequado. O tratamento da ansiedade generalizada nem sempre é medicamentoso. Os casos leves a moderados podem ser tratados apenas com psicoterapia. Nos casos cujos sintomas apresentam-se mais intensos, a terapia medicamentosa e associada a psicoterapia, resultam em uma maior efetividade. O tratamento, quando bem conduzido, devolve o bem estar e a qualidade de vida essenciais para o restabelecimento da capacidade de enfrentar os medos e as apreensões da vida.

Dra. Giovana Jorge Garcia

Médica Psiquiatra
CRM-PR: 24.337/RQE:17431
Doutoranda do Programa de Saúde Mental
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo-USP