Sinais do bullying escolar

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O bullying é assunto muito delicado e às vezes ignorado por adultos, dentro e fora do ambiente escolar.

A violência verbal e física, disfarçada de brincadeira, acontece desde a infância até à adolescência, e os sinais mais comuns são:

  • Falta de interesse escolar;
  • Mudanças de humor;
  • Isolamento;
  • Tristeza e choro sem motivo aparente;
  • Materiais e uniformes deteriorados (em período escolar presencial);
  • Machucados pelo corpo (em período escolar presencial);
  • Violência.

O bullying pode perdurar por alguns dias ou até anos, sem que à vítima comunique aos pais e educadores.

Além de atrapalhar no desempenho escolar, a exclusão, humilhações e agressões causam extremos sofrimento, podendo ser devastador para a vida adulta e os futuros relacionamentos.

Ao perceber alguns dos sinais citados, é importante conversar e ouvir atentamente a criança/adolescente, o que demonstra amor e compreensão. Assim,  sentimento de rejeição é amenizado, reforçando os de pertencimento e autoestima.

Também é importante que os pais, professores e a diretoria do colégio tenham conhecimento da situação, procurando resolvê-la, assegurando que o ambiente escolar seja seguro e saudável para todos.

Um psicopedagogo ou psicoterapeuta, podem ajudar no suporte e orientação, tanto da criança quanto dos pais, que neste momento acabam ficando muito afetados.

 

 

Altas Habilidades/Superdotação

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Algumas crianças e alunos apresentam habilidades diferentes das demais, seja por meio da comunicação, assimilação de conteúdos e/ou o comprometimento acima da média com atividades.
Quando estes sinais aparecem, é interessante que haja um suporte psicopedagógico para um atendimento espacializado e individualizado, identificando quais habilidades são dominadas pela aluno e assim atender suas diferentes necessidades, sendo possível chegar em um nível de excelência.
É importante salientes que alunos com Superdotação e Altas Habilidades não são melhores ou piores do que os outros, mas possuem características e até necessidades diferentes em questões multidisciplinares.
O diagnóstico não é feito pelo agrupamento das características, até porque se mostram diferentes de pessoa para pessoa, mas percebe-las no dia-a-dia permite que pais e professores possam fazer o encaminhamento ao psicopedagogo.
No campo da afetividade, sociabilidade e também liderança, há características como:
  • Empatia em relação ao outro e sensibilidade exacerbada;
  • Tendencia a questionar regras;
  • Interesse por questões filosóficas, políticas e sociais.
  • Comportamento cooperativo ao trabalhar com outros;
  • Tendência a ser respeitado pelos colegas;
Em relação à motivação e criatividade:
  • Obstinação em procurar informações sobre tópicos do seu interesse;
  • Interesse constante por certos tópicos ou problemas;
  • Comportamento que requer pouca orientação dos professores;
  • Senso de humor;
  • Disposição para fantasiar, brincar e manipular ideias;
  • Atitude não conformista.
E quanto as habilidades intelectuais é perceptível:
  • Vocabulário avançado para a idade ou ano/série;
  • Grande bagagem sobre um tópico específico;
  • Habilidade para transferir aprendizagens de uma situação para outra.
Estas e demais características são altamente perceptíveis por um profissional da educação, como os professores e psicopedagogos, que através do diagnóstico podem auxiliar também os pais destes alunos.
Dra. Danielle Saito – Psicopedagoga
ABPp 322/18

POR QUE BRINCAR É IMPORTANTE?

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Brincar é desenvolver, criar estímulos, trabalhar emoções e preparar para a vida.
Crianças não brincam para se entreter, crianças brincam porque é como conseguem se relacionar com as pessoas e o mundo que as cercam, logo, é brincando que elas crescem. A necessidade da brincadeira se faz no desenvolvimento físico e mental, e a criança aprende pouco a pouco sobre as relações, percebendo também as próprias emoções.
Quanto mais jovens, mais facilidade temos em aprender, assim, aprender brincando é algo bem poderoso, podendo liberar neurotransmissores como a dopamina e serotonina. Estas mudam e agilizam nossas conexões cerebrais, interferindo em regiões responsáveis pela capacidade de concentração e planejamento na vida adulta.  
A junção das brincadeiras com o ensino escolar é poderosa, e em tempo de pandemia e isolamento social, a responsabilidade de brincar acaba ficando totalmente na mãos dos pais ou responsáveis pela criança.
Não só neste momento mas durante toda a infância, o brincar é a atividade obrigatória que pais e mães devem assumir, sendo tão vital quanto às necessidades básicas.
A partir das histórias, quebra-cabeças e brincadeiras lúdicas é possível trabalhar as emoções, afetos e até a sociabilidade da criança. Além disso, quando brincamos com nossos filhos, fortalecemos a confiança e segurança que eles têm em nós.  Assim, nós como criadores, também nos desenvolvemos. 
Karliny Benício – Neuropsicóloga
CRP: 08/1208

MÁGOA


Antes de falar em mágoa, é preciso entender que não existem sentimentos certos ou errados, todos eles fazem parte de nós, o que muda é a forma como os deixamos influenciar em nossas ações.

Esse sentimento pode aparecer em muitos âmbitos, como no trabalho; escola; família e amizades, muitas vezes por um mal entendido ou algum problema de comunicação. Assim como os outros sentimentos, a mágoa, por um acontecimento ou alguém pode crescer se for constantemente revivida e alimentada, e a solução nem sempre é só esquecer.

É interessante tentar entender o que aconteceu, olhando a situação por outras perspectivas, como em terapia, onde conseguimos trabalhar emoções, ressignificar acontecimentos e relacionamentos.

A segregação racial não se limita a consequências sociais.

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Novos estudos científicos feitos nos EUA, mostram que indivíduos negros que cresceram ou passaram a maior parte da vida adulta em bairros altamente segregados, possuem mais chances de desenvolver algum problema relacionado ao desempenho cognitivo.

O estudo vem sendo feito há alguns anos e classifica os níveis de segregação racial desses bairros em alto, médio e baixo. O que, ao longo da pesquisa, comprovou interferir nos níveis de cognição.

Testes de aprendizado verbal, cores e símbolos de dígitos (DSST), foram usados para analisar o desempenho de adultos negros e identificar em quais áreas a segregação mais prejudica no campo da cognição.

Além dos problemas sociais e econômicos que a segregação racial causa, os resultados ilustram as consequências de uma sociedade injusta na saúde física e mental daqueles que ficam às margens e são alvos do racismo estrutural, como disse Harlan Krumholz, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale.

Fonte: Medscape https://bityli.com/B4W1E

Atitudes Compassivas em tempos de Coronavírus


Neste momento em que somos convidados (decretados?) a uma quarentena, ou seja, a nos mantermos no resguardo de nossas casas, pode surgir um receio mais concreto do isolamento social e, finalmente, uma pergunta:
o que fazer para proteger nossa a saúde mental?

Pensando na pandemia de Coronavírus, devemos seguir todas as precauções necessárias para evitar o contágio, mas também refletir um pouco sobre quais mudanças comportamentais nos foram impostas e quais os recursos que vamos mobilizar para um enfrentamento mais efetivo deste período.

Quando uma situação de crise se instala, as pessoas podem apresentar uma série de reações e sentimentos, incluindo sobrecarga e estresse emocional, confusão, desorientação sobre os acontecimentos, incertezas, pânico, medo, ansiedade, hipersensibilidade ou insensibilidade/entorpecimento, dentre outras.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2015), as pessoas reagem de maneira mais adaptativa ou severa, dependendo de alguns fatores, como:

- A severidade do evento, seu tempo de duração e os impactos que provoca;

- A vivência ou experiência de manejo em relação a uma crise anterior;

- O apoio recebido durante a vida e, mesmo diante da crise atual;

- A idade e o estado de saúde física/emocional da pessoa que enfrenta a crise;

- Os valores, cultura e tradições/costumes de uma sociedade.

Tais fatores devem ser considerados para que as pessoas mais vulneráveis recebam suporte, cuidado, conforto e apoio específicos para suas necessidades, assim, protegendo-as de danos adicionais.

Danos adicionais são aqueles que extrapolam o próprio contágio da doença e acabam por somar-se ao evento ampliando o impacto.

Podemos elencar neste grupo a constante repetição ou o excesso de informações – muitas vezes alarmistas, fatalistas, desencontradas, equivocadas ou falaciosas que culminam na geração de um senso de ameaça invisível e incontrolável. Ainda, diante da necessidade de reclusão e isolamento social, algumas pessoas podem se sentir inseguras, angustiadas, com intenso medo de desenvolverem doenças e serem incapazes de se autoprotegerem, ou seja, vulnerabilizadas emocionalmente e com sensação de estarem extremamente expostas ao risco de contágio.

Neste sentido, a instabilidade de comando das autoridades disponíveis, a ameaça de desemprego, a precariedade de acesso a recursos de saúde e a escassez de orientação qualificada são reais fontes de estresse persistente. Por isso, mantenha-se informado apenas acessando notícias confiáveis e fidedignas (o site da Organização Mundial da Saúde, por exemplo), perseverando-se emocionalmente do excesso de informações, e concretamente estabeleça um plano de segurança (reforço na higiene domiciliar e pessoal, hidratação, proteção de crianças e idosos).

Por isso, é importante validar os próprios recursos, sentimentos e habilidades de enfrentamento, pois todos nós podemos escolher algo saudável – mesmo que não possamos controlar completamente os fatores externos.

Sabemos que olhar o mundo pela janela ou acessá-lo pela tela digital tem sido um pequeno conforto para este tempo de isolamento social que as medidas de controle ao novo coronavírus interpuseram entre nós; mas podemos ir muito além. Este pode ser um tempo para o desenvolvimento deste “olhar para dentro”, como um novo aprendizado sobre o que é essencial. O filósofo Coreano Byung-Chul Han (2017) revela:

Aprender a Ver: Habituar o olho ao descanso, à paciência, ao “deixar-aproximar-se-de-si”, isto é, capacitar o olho a uma atenção profunda e contemplativa, a um olhar demorado e lento.

Para quem prefere um roteiro mais didaticamente prático, o Instituto Vita Alere -SP (2020) organizou um material denominado: “Como proteger sua saúde mental em tempos de coronavírus”. Confira a adaptação de alguns tópicos:

- Cuidar de si mesmo e do que é seu: há várias maneiras de cuidar da saúde do corpo e da mente. Experimente exercícios de respiração, meditação e alongamento. Cuide da alimentação, sono regular, mantenha uma rotina de horários (autocuidado, lazer, trabalho, estudos) mesmo estando em casa. Cuidar de si envolve fazer também algo de que goste, como ler, escutar música, dançar, praticar alguma atividade on line. Aproveite para colocar as coisas em ordem, arrumar a casa, organizar os estudos, cuidar daquilo que é seu!

- Praticar a Resiliência: os momentos de crise sempre tem algo a nos ensinar, podemos extrair muitas reflexões sobre o evento, ou seja, tratando da crise com senso de realidade, mas sem pânico. Outras crises virão, algumas já foram superadas e a cada etapa podemos nos sentir mais experientes e preparados para manejar as ocorrências. Lembre-se que a essência fica!

- Não parar seu tratamento: este momento de confinamento nos exige o remanejamento da rotina e a adaptação das atividades e serviços. Alguns tratamentos serão mantidos on line até o retorno presencial. Não abandone seus remédios, acesse seus profissionais de confiança, mantenha-se em contato.

- Pedir ajuda se precisar: a reclusão social pode gerar inúmeros sentimentos contraditórios. Se você perceber que precisa de ajuda, não hesite em contactar um referencial de segurança.

Lembre-se de que parte da segurança emocional nesta situação de isolamento social por conta do Coronavírus pode ser compreendida de várias maneiras. Podemos entender que estamos sendo obrigados à um sacrifico desumano de confinamento, mas podemos também escolher compreender essa necessidade como um engajamento coletivo em prol à saúde todos.

Esse senso de coletividade, de reconhecimento das necessidades próprias, mas também das alheias, faz com que estejamos integrados, conectados, empáticos e compassivos.

A compaixão é a chave para o autocuidado e o cuidado com o outro – elementos fundamentais para a construção de pertencimento humanitário. Diferentemente de autopiedade, a autocompaixão envolve amorosidade, humanidade compartilhada/conexão e contemplação. É quando respeitamos nossos limites e cuidamos de nós que poderemos, efetivamente, olhar para o outro de maneira a reconhecer também os limites e necessidades alheias.

Talvez a pandemia possa nos ensinar isso.

Dra Giovana Kreuz – CRP 08/07196

O uso da Maconha na adolescência realmente traz impactos psicológicos?

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Um estudo recente revisou o impacto a longo prazo do uso de maconha em 23mil adolescentes e foi publicado numa das foi publicado em uma das melhores revistas de psiquiatria do mundo, JAMA.

A pesquisa foi realizada em adolescentes usuários de maconha em comparação com adolescentes não usuários, os resultados foram:
-Risco 37% maior de desenvolver depressão na idade adulta;

-Risco 50% maior de ideação suicida na idade adulta;

-Risco de tentativa de suicídio triplicado na vida adulta;
A Conclusão dos autores: “A alta prevalência de adolescentes consumindo cannabis gera um grande número de adultos jovens que podem desenvolver depressão e comportamento suicida atribuíveis à cannabis. Este é um importante problema de saúde pública, que deve ser adequadamente abordado pelas políticas de saúde pública”.

Enfatizam que as políticas de prevenção devem “educar os adolescentes a desenvolver habilidades para resistirem à pressão do grupo para usarem drogas”.

Para mais detalhes leia aqui: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/2723657

Alimentação saudável na gravidez e o desenvolvimento cerebral dos bebês

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Um estudo sueco publicado no mês passado na revista médica (JAMA)  indicou que mulheres que sofrem de anemia no início da gravidez possuem grandes chances de terem filhos com autismo, transtorno de déficit de atenção, TDAH e até mesmo deficiência intelectual.

O estudo se baseia no fato de que: Diferentes partes do cérebro e sistema nervoso se desenvolvem em diferentes momentos da gestação, portanto, um histórico dessa deficiência nutricional da mãe, principalmente no início da gravidez pode de alguma forma afetar o desenvolvimento cerebral da criança.
Avaliando mais de 300 mil mães e 500 mil filhos nascidos na Suécia, o estudo conclui que as mães com anemia nos períodos iniciais da gestação têm 44% mais chances de filhos com Autismo e 37% mais risco de filhos com TDAH que as mães sem anemia.
Para as mulheres diagnosticadas com anemia no início da gravidez, cerca de 5% dos filhos foram diagnosticados com autismo, em comparação com 3,5% dos filhos de mães sem anemia.
Para o TDAH, foi de 9,3%, contra pouco mais de 7%, e para a deficiência intelectual, 3%, contra 1,3%, respectivamente.

Pesquisas como essa nos alertam como a nutrição materna é imprescindível para o desenvolvimento das crianças, o corpo da mãe nutre e guia o desenvolvimento de todos os sistemas do corpo, inclusive o sistema nervoso e cerebral do bebê, portanto se for engravidar… Alimente-se super bem e procure um nutrólogo ou nutricionista!

 

 

 

 

BURNOUT

BURNOUT

 

BURNOUT.
Você conhece esse termo?
A síndrome de Burnout possui sua principal característica o estado de tensão emocional e estresse provocado por condições de trabalho desgastante, tanto quanto físicas e emocionais.
 
A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.
Lembrem-se, nenhum salário vale a sua saúde mental.
Se você não está confortável em seu ambiente de trabalho e não se sente bem para falar, a terapia é uma ótima escolha para a sua vida e bem estar.
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Comportamento Parental e a Influência Sobre os Filhos

Neste último mês a revista “Nature Human Behaviour” publicou resultados de um estudo que aprofunda e comprova o que a ciência comportamental infanto-juvenil tem demonstrado há alguns anos.

Um comportamento adequado dos pais em direção aos filhos tem impactos no bem-estar e na saúde mental dos filhos. E estes impactos não são pequenos. Os autores norte-americanos e canadenses avaliaram diversos aspectos relacionados à relação entre pais e filhos, em mais de 13.000 adolescentes e jovens e verificaram que maiores níveis de satisfação na relação entre pais e filhos estiveram associados a uma melhora no bem-estar, menor risco de adoecimento mental, transtornos alimentares, sobrepeso e uso de maconha.
Além disso, maiores níveis de respeito dos filhos para com os pais e frequência regular de jantares em família estiveram associados a um maior bem estar, menos sintomas depressivos, menores níveis de comer em excesso e comportamentos sexuais de risco. 
Este é mais um estudo que comprova a importância da orientação de pais para um cuidado adequado aos filhos. Será que você tem sido um bom pai/mãe? Será que tem agido adequadamente ante aos problemas do dia-a-dia que acontecem com seus filhos?

 

Autor: 

Dr Felipe Pinheiro de Figueiredo 
CRM: 31918 |RQE: 17208  |RQE:17215