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Quem nunca experimentou ansiedade? Aquela sensação desagradável e vaga de apreensão, como se algo fosse acontecer… E quando isso vem junto de sensações pelo corpo, como palpitações, aperto no peito, desconforto gástrico e inquietação? E o medo. Quem nunca sentiu esta apreensão frente a alguma ameaça conhecida? Sim, ansiedade e medo são emoções presentes em todos nós e as experimentamos como sensações absolutamente normais frente à situações novas, estressantes e que de alguma forma nos mobilizem afetivamente. São estas sensações que nos preparam para algo que irá nos exigir mais, e muitas vezes, nos permitem ultrapassar obstáculos da vida.

 Porém, a ansiedade e o medo podem se tornar prejudiciais para a vida. Quando nos encontramos em um estado constante e frequente de ansiedade, preocupação excessiva e medo capaz de nos causar sofrimento e prejudicar nossa qualidade de vida, devemos ficar atentos para a existência de um problema denominado pela Psiquiatria como Transtorno de Ansiedade Generalizada. Tal quadro afeta cerca de 6% da população ao longo da vida, gerando prejuízos importantes na vida social, escolar, no trabalho e em outras áreas da vida. A principal característica desse transtorno é a ansiedade e a preocupação excessiva presente a maior parte do tempo acerca das atividades do dia-a-dia.

É claro que nos preocupamos com as tarefas rotineiras e com nossos compromissos do dia-a-dia mas, no caso do Transtorno de Ansiedade Generalizada, a intensidade, duração e frequência dessa preocupação encontra-se muito além do que a situação poderia nos gerar. A dificuldade em controlar essas emoções desagradáveis é tão intensa que atrapalha a atenção e a concentração nas tarefas mais simples, dificulta a tomada de decisões e mesmo o controle de impulsos. Nesses momentos, tudo pode ser motivo de preocupação, medo e ansiedade ocupando a mente: a própria saúde, a saúde dos familiares, acontecimentos no trabalho, situação financeira, compromissos próximos, viagens, fatalidades, prazos a cumprir e qualquer tarefa rotineira.


Alguns sintomas ansiosos podem se manifestar ainda na infância e adolescência, se agravando ao longo das fases da vida, até se tornar um quadro que atrapalhe e cause sofrimento. Pelo caráter multifacetado do Transtorno de Ansiedade Generalizada que, com muita frequência, incluem sintomas físicos, quem sofre acaba procurando profissionais médicos como clínicos, cardiologistas, gastroenterologistas e neurologistas, buscando ajuda e explicações para os sintomas. Quando nenhuma causa física para os sintomas é encontrada, a hipótese de um transtorno de ansiedade deve ser levantada e tratada.


Neste momento, o médico psiquiatra se torna o profissional preparado para realizar uma avaliação clínica considerando fatores biológicos, psicológicos e ambientais para o esclarecimento do diagnóstico e orientação do tratamento adequado. O tratamento da ansiedade generalizada nem sempre é medicamentoso. Os casos leves a moderados podem ser tratados apenas com psicoterapia. Nos casos cujos sintomas apresentam-se mais intensos, a terapia medicamentosa e associada a psicoterapia, resultam em uma maior efetividade. O tratamento, quando bem conduzido, devolve o bem estar e a qualidade de vida essenciais para o restabelecimento da capacidade de enfrentar os medos e as apreensões da vida.

Dra. Giovana Jorge Garcia

Médica Psiquiatra
CRM-PR: 24.337/RQE:17431
Doutoranda do Programa de Saúde Mental
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Universidade de São Paulo-USP

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Para que você possa aproveitar melhor o tempo de sua consulta, listamos algumas dicas que podem contribuir para um melhor andamento de todo o tratamento:

– Com relação aos horários, procure sempre ser pontual. Atrasos ou adiantamentos podem causar transtornos, tanto para você, quanto para outros pacientes. Programe-se para chegar no horário marcado.

– A presença de um acompanhante é benéfica na maior parte dos atendimentos. Geralmente, um familiar, um amigo ou outro alguém com proximidade e interesse em sua saúde contribui com informações úteis e relevantes sobre o seu problema.

– Conte sua história no tempo certo! Faça um resumo do seu problema antes da consulta. Se possível anote o máximo de fatos em ordem cronológica. Isso ajuda para que nenhum detalhe importante fique esquecido.

– Anote também suas dúvidas e perguntas, assim o médico pode lhe orientar com calma e clareza. Afinal, ele está ali para lhe ajudar.

– Lembre-se da medicação: Anote todos os medicamentos que você toma habitualmente ou tomou enquanto esteve fazendo acompanhamento médico, mesmo se aparentemente, não achar que tenha relação com o seu quadro atual.

– Leve todos os exames relacionados ao seu problema atual, inclusive os antigos. Assim, o seu médico poderá chegar a um diagnóstico e a um tratamento com maior precisão e eficácia.

– Tire todas as suas dúvidas na consulta. Se precisar, anote o que o médico lhe disse. E lembre-se: o resultado do tratamento depende do comprometimento do paciente em seguir as recomendações médicas.

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Quantas vezes você já ouviu falar de que crianças costumam ter amigos imaginários? Provavelmente várias vezes. No entanto, essa situação desperta uma série de questões por parte de pais e educadores. Isto é normal? Devo permitir ou inibir este “hábito”? Até que ponto isto é normal? Como lidar com esta situação? Se você tem alguma dessas dúvidas, não se preocupe: o amigo imaginário é algo tão natural quanto dúvidas sobre ele.

Amigos imaginários e o desenvolvimento real da criança

Você pode até achar esquisito, mas os amigos imaginários são parte comum da infância. Os amigos imaginários podem aparecer muito cedo, já aos dois anos, e continuar até os 8 anos. Um estudo já demonstrou que no mínimo 37% de crianças até 7 anos já tiveram pelo menos um amigo imaginário.

Mas por que as crianças criam amigos imaginários se elas são absolutamente saudáveis mentalmente?

Os amigos imaginários podem ser essenciais no desenvolvimento cognitivo e de habilidades sociais das crianças. Como as crianças ainda não têm uma estrutura mental bem formada e não entendem o mundo ao seu redor, elas criam amigos imaginários para que estes os ajudem a entender o mundo e também entender seu papel no mundo.

Ter um amigo imaginário faz com que a criança desabafe para seu amigo sobre seus problemas, conflitos e assim encontrem soluções para seguir em frente. É comum o surgimento de amigos imaginários em situações como mudanças de cidades, divórcio dos pais, morte de algo ou alguém querido e várias outras situações que possam vir a ser uma fonte de estresse para a criança.

As teorias atuais sobre os amigos imaginários costumam se basear fortemente nos estudos do pediatra e psiquiatra Donald Winnicott. Ele define que o amigo imaginário pode começar a partir de um objeto transicional. Por exemplo, um lençol que a criança costuma usar para encontrar conforto emocional pode funcionar como um amigo imaginário. Este lençol (ou um bichinho de pelúcia, ou qualquer outro objeto) muitas vezes é apresentado à criança como conforto emocional: a criança está triste, doente, apresentamos um ursinho para ela. Este objeto, chamado por Winnicott de transicional, ajuda a reassegurar a criança que tudo ficará bem, que ela não está sozinha. A partir daí a criança pode posteriormente passar desse objeto concreto para um imaginário.

É importante enfatizar que tanto Winnicott quanto outros profissionais da área afirmam que a criança tem consciência de que o amigo não é real. Ela pode agir e referir-se a ele como real, mas ela sabe que não é real.

Solidão X amigos imaginário
Quando uma criança desenvolve um amigo imaginário, frequentemente pensamos que isso aconteceu porque ela está sozinha. Embora isso seja verdade em alguns casos, nem sempre é uma regra. Um estudo conduzido pela professora da Universidade do Oregon, Marjorie Taylor, demonstrou que os amigos imaginários são igualmente presentes nas vidas de crianças solitárias (filhos únicos, crianças com dificuldade de socialização etc.), quanto nas crianças que não consideradas solitárias.
Outro estudo foi mais longe ainda. Jerome Singer, professor emérito da Universidade de Yale, descobriu em um longe estudo que crianças com amigos imaginários tendem a ser crianças criativas, com vocabulário mais rico e desenvolvido, e que sabem brincar de forma mais fácil que crianças que não têm amigos imaginários.

Os benefícios do amigo imaginário
Além de ser absolutamente normal, os amigos imaginários também podem trazer benefícios. Estudiosos da área dizem que embora o amigo seja imaginário, a interação é real.
Com os amigos imaginários as crianças podem aprender habilidades sociais. Elas aprendem a compartilhar seus sentimentos e também a receber e lidar com o sentimento dos outros. Na verdade, alguns pesquisadores acreditam que o amigo imaginário é uma manifestação consciente do nosso superego, a parte do nosso inconsciente que ajuda a limitar nossas ações (a não fazer/dizer algo que magoe outros, a ter limites sociais).
Além das habilidades sociais, amigos imaginários ajudam crianças a desenvolver a habilidade de solucionar problemas e a desenvolver a capacidade de abstração (antecipar consequências sem ter que realizar uma determinada ação).

Como agir se meu filho tiver um amigo imaginário?
Antes de mais nada, não entre em pânico. Se você leu tudo até agora, já deve estar sabendo que o amigo imaginário é algo natural e que pode beneficiar e muito o seu filho. Outras perguntas comuns são:
• Devo estimular meu filho a ter um amigo imaginário? Não. O amigo imaginário deve vir naturalmente, se não vier, deixe que seu filho siga seu próprio ritmo de desenvolvimento.
• Devo desencorajar o meu filho em relação a seu amigo imaginário? Não. Novamente, deixe seu filho seguir seu próprio ritmo. Normalmente os amigos imaginários somem com a mesma naturalidade com a qual apareceram.
• Devo interagir com o amigo imaginário do meu filho? Deixe que a criança decida quanta interação você pode ter. Lembre-se que o amigo imaginário faz parte da intimidade de seu filho, respeite este aspecto.
• Meu filho está usando o amigo imaginário para cobrir os próprios erros. Nesse caso, seja firme e encoraje seu filho a tomar responsabilidade em relação a suas ações. Se a criança insistir que foi o amigo que sujou o quarto, encoraje os dois a pedir desculpas e a limpar o quarto.

Por último, deixe que a natureza siga seu curso. Acredite, ela seguirá e esta fase pode ser bastante benéfica para você e para seu filho.

FONTE: http://psicologofacil.com.br/o-amigo-imaginario-das-criancas/

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