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“Não consigo me concentrar…”

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A queixa de dificuldade de concentração tem se tornado muito comum entres os adultos, principalmente naqueles envolvidos em períodos de maiores exigências acadêmicas. É frequente encontrarmos relatos como: “não consigo ficar sentado por muito tempo, meu pensamento se distrai facilmente, minha memória não fixa o que leio, adio muito as atividades que preciso fazer”. Indiscutivelmente, essas são queixas importantes e que devem ser entendidas e avaliadas dentro do contexto da vida de cada um. Porém, infelizmente, o que vemos é a tentativa de contornar esses problemas com o aumento indiscriminado do comportamento de automedicação, se utilizando de drogas psicoestimulantes aparentemente capazes de aumentar a concentração, e tendo como nosso maior exemplo a famosa ritalina®. 

O uso de psicoestimulantes na psiquiatria é uma realidade e um recurso muito eficaz para o tratamento de um transtorno muito conhecido, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou mais popularmente conhecido como TDAH. O problema está em muitos adultos acreditarem que são portadores dessa doença e atribuírem os seus sintomas a ela.O TDAH é uma doença que pode afetar a população adulta e o seu tratamento, com psicoestimulantes e/ou outras modalidades, como a psicoterapia, torna-se necessário. Entretanto, esse é um transtorno que não se inicia na vida adulta e também não é comum nessa fase da vida. Inicia-se sempre na infância e acompanha o indivíduo ao longo dos anos. É comum na idade pré-escolar predominarem os sintomas de hiperatividade/agitação e, ao longo da vida escolar, início da adolescência e vida adulta, predominarem problemas como a desatenção e impulsividade. Adultos portadores de TDAH sofrem intensamente com a procrastinação, a desorganização, o mau aproveitamento do tempo disponível para as tarefas, dificuldade de terminar tarefas longas e trabalhosas, envolvimentos com o uso de substâncias psicoativas e podem ter prejuízos na vida pessoal e profissional.

Assim, frente a essa queixa comum envolvendo a concentração, uma avaliação psiquiátrica torna-se necessária, uma vez que esse sintoma não é sinônimo de TDAH.

Muitos outros problemas podem estar desencadeando essa dificuldade e precisam ser avaliados, como o estresse, a ansiedade, problemas no sono, alterações hormonais, depressão, algumas alterações neurológicas, entre outros.

Ao contrário do que muitos pensam, o médico psiquiatra não deve ser procurado apenas em casos de depressão, ansiedade e bipolaridade.

A Psiquiatria é a especialidade que lida com todas as formas de comportamento humano (inclusive com a dificuldade de concentração), levando em consideração aspectos biológicos, psicológicos e ambientais. A automedicação, com o uso de psicoestimulantes, parece ser uma solução imediata atraente, no entanto, apenas adia a detecção precisa e o tratamento adequado, quando necessário, do real problema que está causando os sintomas.

Dra. Giovana Jorge Garcia
Médica Psiquiatra
CRM-PR: 24337/RQE:17431

Conheça sete sinais que podem ajudar a identificar TDAH em adultos

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Mais associado a crianças, esse transtorno pode causar problemas de autoestima em todas as idades. Segundo especialistas, é uma condição grave que se caracteriza por um padrão crônico de hiperatividade, falta de atenção e impulsividade – que podem afetar significativamente a qualidade de vida.

Muitos adultos, no entanto, cresceram com o problema e nem sabem que a dificuldade em se concentrar é um problema com tratamento e controle bem definidos. Dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) estimam que 4% da população adulta pode ter déficit de atenção e, aproximadamente, 80% dos casos tiveram início na infância. 

Estes sete sintomas listados abaixo podem estar relacionados diretamente ao diagnóstico deste transtorno. São eles:

Atrasos frequentes
Ao contrário do que acontece com as crianças, que normalmente têm os pais para organizar suas tarefas, os adultos portadores de TDAH apresentam dificuldade freqüente de cumprir horários e compromissos. No trabalho, essas pessoas tendem a adiar tarefas que julgam desinteressantes ou desagradáveis. “Isso é um problema bastante sério, porque atrapalha a produtividade profissional e pode prejudicar o andamento da equipe inteira”, afirma a psicoterapeuta Evelyn Vinocur.

Falta de organização
Geralmente, portadores de TDAH custam a se organizar ou terminar uma tarefa antes de começar outra, transformando a rotina em uma bagunça. Esse quadro dá impressão de que sempre falta tempo para realizar as tarefas necessárias. “Um portador de TDAH tem muita dificuldade de estabelecer prioridades e faz, na maioria das vezes, apenas aquilo que é do seu interesse. Tarefas rotineiras, ainda que importantes, sempre ficam para depois”, diz Evelyn Vinocur.

Dificuldade de manter relacionamentos
As mudanças de comportamento e a dificuldade de seguir regras prejudicam o convívio de adultos com TDAH com outras pessoas. “Eles são normalmente mais mandões e não conseguem cumprir acordos, o que dificulta relacionamentos longos”, diz Evelyn Vinocur. De acordo com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, aproximadamente 25% dos adultos com TDAH podem ter sérios problemas de conduta antissocial. “O convívio com outras pessoas é bastante desgastante para esses pacientes, que costumam se sentir isolados e solitários, abrindo espaço para a depressão”, afirma a psicoterapeuta.

Depressão e estresse
Os pais normalmente reparam em alterações de humor nos filhos, facilitando o diagnóstico precoce de TDAH. Mas, nos adultos, o estresse e depressão são mais associados à rotina muito agitada e, raramente, levam as pessoas a um médico que pode fazer o diagnóstico de déficit de atenção.

“Ter dificuldades para se concentrar em tarefas importantes gera bastante estresse e ansiedade. Esses sintomas passam a se manifestar fisicamente, provocando dores de cabeças e nos músculos das costas”, diz a psicóloga Adriana Araújo.

Dificuldade para se expressar
Em situações sociais, principalmente entre pessoas estranhas ou de relacionamento distante, portadores de TDAH sentem um imenso desconforto, com medo de ouvirem perguntas e não saberem como respondê-las. “A dificuldade em se concentrar no que está sendo dito faz com que o paciente vítima de déficit de atenção tenha medo de acompanhar e participar da conversa”, diz a psicóloga Adriana Araújo. Esses adultos muitas vezes mostram uma tendência a interromper os outros, deixam escapar comentários inadequados e falam muito alto, tentando compensar a sua dificuldade de expressão.

Repetir palavras com frequência
Portadores de déficit de atenção também repetem palavras, frases ou mesmo gestos com maior frequência. Segundo Evelyn Vanicur, isso pode se manifestar tanto na fala quanto na escrita. “Esse problema contribui para a dificuldade de se expressar, já que repetir muitas palavras pode parecer nervosismo e insegurança para outras pessoas”, explica.

Problemas ao dirigir
Assim como as crianças, os adultos com TDAH têm dificuldades de realizar tarefas que exijam concentração, como dirigir. Eles tendem a olhar mais para o rádio, celular ou para as pessoas do banco de trás. “Uma pessoa com transtorno de déficit de atenção não precisa parar de dirigir, mas deve procurar um psiquiatra se as distrações começarem a ficar mais frequentes”, alerta Adriana Araújo.

FONTE: http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/14282-sete-sinais-identificam-tdah-em-adultos/7